Ontem à noite Zé estava bravo com o hóspede do chalé do lado do nosso. Isso porque o homem ficou falando no telefone do lado de fora do quarto. Isso fazia com que a gente ouvisse. Não claramente, mas ouvia ele falando. Zé estava contando até dez para não ter que ir reclamar com o homem.
Acho que não deve ter dormido direito. Aí, justo hoje
a Cristina demorou mais que o normal para levar o nosso café. Esqueceu a
manteiga. Esqueceu o iogurte.
No mais aquele capricho de todos os dias e mais ainda... Levou dois cupcakes. Disse que
pediu para uma confeiteira fazer especialmente pra gente.
Eu fiquei tomando meu café tranquilamente. Como todos
os dias.
Mas não sei o que deu no Zé. Ele entrou e não me avisou que ia pegar as malas. Eu já tinha colocado minhas coisas dentro da minha, mas não tinha fechado o zíper. Acho que ao pegar a minha mala, as roupas caíram. Ele esbravejou lá de dentro.
Nisso o cachorro da Cristina viu a porta entreaberta
e quis entrar. Eu segurando ele para não entrar e o Zé querendo sair com as
malas. Saiu empurrando tudo. Eu, o cachorro e o que estava na frente. Derrubou
uma cadeira que desmontou no tombo.
Foi para o carro e de lá não saiu. Como eu vi que, se
não fosse pra lá ele ia acabar indo embora sem mim, entrei, peguei minha bolsa
e saí. Nisso a Cristina que estava conversando com o casal de hóspedes veio até
nós. Ainda perguntou se estava tudo bem. E o Zé falou que não.
Eu dei um abraço nela e me despedi. Entramos no carro
e pegamos a estrada.
Zé parou no posto na cidade pra calibrar os pneus. Era
10h26. Quis entrar de um jeito que acho que estava errado, porque um rapaz de
um carro que estava saindo do posto, xingou o Zé.
Não sei se com todos que viajam é assim.
Em viagem, no último dia, Zé mal termina de tomar
café e quer ir embora. Esteja onde estiver.
Sei que ele não curtiu de jeito nenhum essa viagem. Estava
bravo porque a chuva não deu trégua.
Falou que nunca mais vai viajar no dia 26/12.
Nunca mais fica em pousada ou hotel em rua de terra. Nunca
mais isso. Nunca mais aquilo.
Só faltou ele falar que nunca mais vai viajar comigo.
Como se alguma dessas coisas fosse culpa minha. Aliás, a única culpa que tenho
é de poder viajar somente neste período, que é quando o escritório fecha.
Bom, se estava tudo ruim, podia piorar. Não sei
porque cargas d’água o Zé colocou outro trajeto no GPS. Resultado? Pegamos uns
20 quilômetros de rua de terra. Zé até tentou voltar atrás, mas se informou com
uns frentistas que falaram que dava para encarar a estrada. Que não tinha risco
de atolar.
Numa dessa ele já tinha desligado o GPS do celular.
Esbravejando muito. Isso ele faz muito. E cada vez, diz que nunca mais vai usar
o Sygic. Mas isso dura somente até a próxima viagem.
Quando a coisa tá assim, eu não dou um pio. Quase nem
me mexo dentro do carro. Pra não dar motivo. Se possível para ele nem perceber que eu estou ali.
Assim que terminou a estrada de terra, após pegar a
rodovia, paramos em um posto para usar banheiro. Zé tomou um café. Então ele
reclamou de ter pego estrada de terra. Como eu não aguento ficar de boca
fechada, falei que só não entendi porque pegamos rua de terra, se na ida não
pegamos.
Mas eu sabia por que. A dita cuja da pressa. Porque antes de ir a
gente já sabia que, sem terra, a viagem teria uns 20 quilômetros a mais.
Enfim chegamos em casa, sãos e salvos. Eu passei dias
maravilhosos que só não foi perfeito por causa da volta.
Uma pena que o Zé não curtiu. Mas ultimamente ele
está assim. Não está bem consigo mesmo, então não há lugar ou pessoa que faça
com que ele fique bem.
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