O ensinamento do ferreiro

Um ferreiro, depois de uma longa juventude cheia de excessos, decidiu entregar sua vida ao altruísmo. Durante muitos anos trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas, apesar de toda a sua dedicação, nada parecia dar certo em sua vida.

Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitava - e que se compadecia de sua difícil situação – comentou:

_ É realmente muito estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem bom, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas, apesar de toda sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado.

O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e acabou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro:

_ Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e é preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isso é feito? Primeiro, eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que ela fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego0 o martelo mais pesado e aplico vários golpes, até que a peça adquira a forma desejada. Logo ela é mergulhada num balde de água fria. E a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir este processo até conseguir a espada perfeita – uma vez apenas não é suficiente.

O ferreiro deu longa pausa, e continuou:

_ Às vezes, o aço que chega às minhas mãos não consegue aguentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro velho que você viu na entrada da minha ferraria.

Mais uma pausa, e o ferreiro concluiu:

_ Sei que o tempo está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceitado as marteladas que a vida dá e, às vezes, sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais vou me colocar no monte de ferro velho das almas.

Meu dia com o Henrique

Meu dia com o Henrique foi bem tranquilo. Nada de muito diferente aconteceu. Fiquei no apartamento. Ele brincou a manhã inteira com os brinquedos.

Após o almoço fomos na quadra e ele brincou de patinete e bola. Depois ficamos zanzando pelos estacionamentos do condomínio.

Eu fico saindo com ele até mesmo para eu distrair de uma dor de dente que está consumindo todas as minhas energias. E alegrias. Amanhã vou passar com a dentista e espero que consigam acabar com esse meu sofrimento.

Eu tento não passar o que estou sentindo para o Henrique. Então por isso prefiro até sair... Assim ele se diverte... E eu distraio a dor.rsrs

Meia noite em Paris

Estava procurando um filme legal para assistir. Vi este na HBO Max. Já tinha assistido, no cinema, com o Zé. Gostamos bastante, até por isso quis ver novamente.

Título original: Midnight In Paris

Data de lançamento: 17 de junho de 2011 / 1h 34min 

Direção: Woody Allen

Roteiro: Woody Allen

Elenco: Owen Wilson, Rachel McAdams, Michael Sheen

Gênero: Comédia, Romance

Sinopse: Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.

Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-178300/

Confesso que quis assistir também para rever Paris. E a história também é bem interessante! Como sou amante de um livro, gosto de conhecer as dificuldades que os escritores passam para conseguir colocar no papel suas ideias. Conseguir que alguém leia o que escreveu. E por fim, conseguir alguém que publique. A estrada é longa.

Certa noite, Gil (Owen Wilson) sai para caminhar e se perde. Ele senta em uma escadaria e ao badalar da meia-noite surge um carro, e o motorista o convida para entrar. O motorista deixa ele e os outros ocupantes do carro em uma espécie de bar. Ali Gil percebe que as pessoas estão vestidas de modo diferente. Que tudo estava diferente. Ele foi transportado para Paris de 1920, época e lugar que considera os melhores de todos. Ele começa a voltar todas as noites para o mesmo lugar e assim vai a várias festas onde conhece inúmeros intelectuais e artistas que admira e que frequentavam a cidade-luz naquela época, como F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Ernest Hemingway, Salvador Dali, e outros, até que tenta acabar o seu romance com Inez, pois se apaixonou por Adriana (Marion Cotillard), uma bela moça do passado, e é forçado a confrontar a ilusão de que uma vida diferente (a "época de ouro" francesa) é melhor do que a atualidade.

O problema é que Adriana achava que algumas décadas antes era melhor que a década que ela estava vivendo. Uma noite, ela e Gil são transportados para o ano de 1890. Ela fica encantada e decidi ficar.

Gil fica triste, porque ele ficaria em 1920. Mas não em 1890.

No filme, Gil além de conhecer seus ídolos, consegue que Gertrude Stein leia e analise sua obra. E assim ele consegue finalizar. Também termina seu romance com Inez, pois percebe que o mundo – e os gostos – dos dois são bem diferentes.

O filme prendeu minha atenção em vários sentidos. Porque fiquei olhando e admirando Paris. Fiquei prestando atenção em Hemingway, Fitzgerald e Dali. Homens que também admiro. E nada melhor que conhecer a personalidade de cada um através dos filmes. E o figurino, mais especificamente os vestidos das mulheres. Adoro!

Apesar do filme ter essa fantasia, que é viajar no tempo (que acho que não existe), ele traz uma mensagem muito importante.

As pessoas estão sempre achando que viver em outra época é melhor do que a época em que se está vivendo. Quase a mesma coisa de sempre achar que a grama do vizinho é mais verde.

Filme bom. Bom para assistir várias vezes.

Casamento Bruno e Victor

Em menos de 1 mês o Bruno e o Victor marcaram o casamento e organizaram tudo. E olha! Mais perfeito... Impossível.

Após a data do casamento no Cartório (civil) estar marcada, começou a correria.rsrs Eu vou tentar narrar passo a passo (provavelmente não estará na ordem) todos os preparativos:

Primeiro passo: O Victor criou um grupo no WhatsApp com algumas pessoas. Para ajudar com opiniões e dar ideias. Neste grupo, além dele e do Bruno, estava a Deborah, a Bruna, a mãe dele e euzinha.rsrs

Segundo passo: Para a Cerimônia e Confraternização, eles pensaram em várias coisas. De início, jantar em um restaurante. Depois alugar chácara. Por fim decidiram fazer no salão de festas do condomínio onde a Bruna mora. Mas ainda precisavam conhecer, para definir. E fizeram isso no dia da festa de aniversário do Henrique, que foi dia 08.

Terceiro passo: Ver quantas pessoas iam poder convidar (por causa das restrições do Covid), e fizeram o convite oficial. E até a última semana eles puderam convidar mais pessoas, pois teve um afrouxamento nas restrições.

Quarto passo: Eles decidiram que a decoração seria em estilo rústico. Eu consegui com a tia de uma amiga caixotes, bolachões e alguns acessórios. Eles alugaram mesa, mesinhas e um arco para a decoração.

Quinto passo: Victor viu um bolo na internet que ele gostou muito. Mandou a foto e nós gostamos também. E quem faria igual? Eu indiquei o Nicholas. E a Bruna uma boleira (que faz os bolos de aniversário dela). Victor encomendou da indicação da Bruna. Os bolos e os docinhos.

Sexto passo: O Victor comprou os ternos pela internet.

Sétimo passo:  Encomendaram as lembrancinhas (suculentas). Os enfeites das mesas (garrafinhas e velas). O boneco que fica em cima do bolo.

Oitavo passo: Para comer pediram aos convidados para levar um quilo de carne e a bebida.

Tinha uva, abacaxi e flores. Não sei quem levou. Muito menos quem decorou. Deve ter sido coisa da Deborah, Bruna e Itamara. Elas se entendem nesse quesito. Eu só sei tirar foto.rsrs

Escrevendo assim parece que foi tudo muito simples. Tudo muito fácil. Sem contratempos. Algumas coisas sim. Outras... Nem tanto. Para citar alguns:

1) Faltou peça do terno. O tamanho não ficou muito bom. Tiveram que levar para ajustar na costureira.  

2) Não levaram as flores que ficavam no arco, e as meninas (Deborah e Bruna) deram um jeito. Aliás, foram elas que arrumaram o salão, que ficou lindo.

3) A mãe do Victor que iria para o apartamento dos noivos, no dia anterior (ela mora em Rio Claro), não foi. Ficou doente. E ela ia ajudar a fazer a maionese. E ia entrar com o Victor. No fim, quem entrou com ele foi uma amiga.

4) E no dia choveu muito. Tanto que não deu para usar a parte externa onde seria realizada a cerimônia. Um espaço aberto e com muito verde em volta, o que seria ótimo para fotos.

Para mim, tudo de boa, até porque nunca ouvi falar de preparativos de um casamento que não tenha tido pelo menos um momento de estresse. De tensão.

A minha parte de tensão só estava em saber que teria que entrar com o Bruno. Como eu sei que ele também fica nervoso e tenso, seríamos dois. Então fica tudo certo.rsrs

O Danilo que ficou encarregado de cuidar da churrasqueira, foi direto do trabalho para o salão. O pessoal (amigos dos noivos) foi chegando e se acomodando.

A Itamara e o Rubão fizeram um exagero de arroz e saladas. Eu comprei pão. A Itamara achou que era pouco. Eu já achei que a cesta (para colocar o pão) que era muito grande.rsrs Enfim... Liguei para a Letícia (que ainda não tinha chegado) e pedi para ela levar mais pão. A dona Delza fez um bolo salgado maravilhoso. Falando em dona Delza, quando eu cheguei no salão, ela virou pra mim e mostrou a pulseira e colar que estava e falou: _Lembra? Eu disse que sim. Era um conjunto de strass (brincos, colar e pulseira) que eu havia dado para ela quando ainda namorava o Rubão. Senti nesse momento que ela ainda me considera muito. E é recíproco.

As mesas estavam com os nomes. Eu e Zé ficamos em uma mesa perto da mesa do bolo, mas eu quis mudar para uma perto da entrada, praticamente embaixo do balcão. Nela ficamos eu, Zé e a dona Delza, que veio sentar com a gente. Ela tinha sido colocada para sentar com o Rubão e a Itamara. Mas quem disse que os dois ficaram sentados?rsrs

Durante toda a noite eu fui abastecida com saquerinha. Rubão fazia pra Itamara, pra mãe dele e pra mim. Tomei de maracujá. De morango.

A moçada se divertiu muito. Cantaram. Dançaram. Henrique também divertiu muito. Dançou. Dormiu. Bagunçou.

Eu fiquei muito feliz de ver os primos do Bruno: Daniele, Mayara e Alexandre. Ele não pôde convidar a família toda por causa da restrição no número de pessoas dentro do salão.

A cerimônia organizada pelos amigos do Victor foi linda e emocionante. O amigo Fábio Borges, elegantemente vestido, leu uma mensagem para os noivos. Depois teve os cumprimentos aos noivos.

Foi uma festa de casamento alegre e contagiante. Estávamos todos muito felizes. A gente sentia uma paz e harmonia muito grande.

E desejo que este sentimento de alegria, paz e harmonia estejam sempre presentes na vida do casal. E que Deus os abençoe imensamente 🙏

No Blog do Bruno ele postou sobre o casamento, com muito mais fotos, a mensagem do casamento (lida pelo Fábio), e muitos detalhes. E o melhor de tudo; sob a visão e os sentimentos dele:

Casamento 

Casamento pt2

Meu dia com Henrique

Hoje pegamos o Henrique no estacionamento. Ele não está indo na escolinha porque está com tosse. Tanto que, chegando em casa, primeira coisa que fiz foi inalação nele. Depois dei xarope. E depois ele quis iogurte. Não queria dar, afinal é gelado. Mas dei😖Ele comeu logo dois. Almoçou miojo. Comeu Tortuguita. Tomou leitinho.

Como estava muito frio e querendo chover, não fomos na pracinha. Apesar dele querer. 

Ficamos brincando dentro do apartamento. E quando foi no final da tarde ele dormiu. E acordou quase três horas depois. Eu dei o restante de miojo pra ele e o levamos na tia Bruna. Ele e a Deborah vão dormir na Bruna para arrumarem o salão de festas para o casamento do Bruno e Victor.

Obs. Eu ensinei o Henrique a comer a Tortuguita do mesmo jeito que meus filhos comiam quando eram crianças. Uma perninha, depois a outra. Uma mãozinha, depois a outra. O rabinho. A cabeça. E por último o corpinho. Ele gostou da brincadeira.rsrs

Amigas de sorte

Estava navegando pelo Globoplay e vi este filme na galeria. Me interessou. Elenco de primeira. Enredo interessante. E uma comédia no fim da noite vai muito bem.

Data de lançamento: 18 de março de 2021 No cinema / 1h 28min 

Direção: Homero Olivetto

Roteiro: Lusa Silvestre

Elenco: Susana Vieira, Arlete Salles, Rosi Campos

Gênero: Comédia

Sinopse: Em Amigas da Sorte, Rita (Rosi Campos), Nina (Arlete Salles) e Nelita (Susana Vieira) são amigas desde muito jovens e sempre sonharam em ficar ricas. Quando, depois de 50 anos jogando na Mega-Sena sem sucesso, elas ganham o suficiente para arrumar suas vidas, elas encontram pela primeira vez a oportunidade de viver sem se dedicar somente aos outros e escondem o prêmio de seus maridos para aproveitar um pouco só para elas.

Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-273036/

As três inseparáveis amigas moram no bairro do Bixiga. Nelita é proprietária de um antiquário. Muito fogosa. Ela vive em um relacionamento aberto com Júlio Rocha.

Nina é dona de uma cantina. É casada com Paulo (Otávio Augusto). Ora diz que está cansada da vida que leva, ora diz que é feliz.

E Rita é uma professora aposentada. As três se encontram no limite com dinheiro e têm suas vidas pacatas ao lado dos maridos, com exceção de Rita, que é lésbica não assumida.

Ao ganhar o prêmio, elas decidem aproveitar a vida, longe daqueles que se dedicaram a vida toda. Juntas, elas mentem para suas famílias dizendo que vão pescar no Pantanal, quando na verdade partem para uma viagem até Punta del Este, onde vão se aventurar e fazer coisas que antes estavam longe de suas realidades.

As três aproveitaram bastante, mas também se meteram em muita confusão. Não precisava ser assim, mas já viu... Quando se está fazendo coisa errada. Elas mentiram para os maridos para onde iam. E mais ainda... Esconderam que ganharam uma bolada. Tá errado, não tá?

Elas deixaram o carro estacionado em uma rua deserta, para poderem ir ao aeroporto. O carro é furtado e utilizado em um assalto. E é assim que os maridos ficam sabendo que algo estava errado.

Nelita se envolve com o lindo e jovem Gabriel (Klebber Toledo), e se vê em apuros, pois ele é casado com o chefe dos traficantes.

Luana Piovani faz parte do elenco. Ela é a delegada. Sim! O filme precisa ter uma delegada por conta das confusões que as três amigas se envolvem.

Eu dei bastante risada com as trapalhadas delas. Continuam atrizes muito talentosas. Fico besta de ver o físico dessas mulheres diante da idade que elas têm. Suzana e Arlete estão com quase 80 anos😮

Enfim, foi uma boa escolha. Um filminho para descontrair no fim de noite.

Só Jesus na causa - Ivan Saraiva

"Você só sabe o que você sabe! O Universo das coisas que desconhecemos, é infinitamente maior do que as coisas que nós conhecemos."

Hoje a reflexão do pastor Ivan foi muito impactante. Ele falou sobre uma realidade muito triste que estamos vivendo, e não é de hoje. Isso porque todo mundo acha que sabe tudo. E por causa disso, as discussões são inevitáveis. O mundo está uma verdadeira bagunça.

“Salvai-nos, Senhor, pois desaparecem os homens piedosos, e a lealdade se extingue entre os homens. Uns não têm para com os outros senão palavras mentirosas; adulação na boca, duplicidade no coração” Sl 12, 1-3

Ele diz que ninguém sabe mais nada. Ou todos acham que sabem. A gente não sabe mais o que fazer. Mundo polarizado na política, medo, angustia. Uma série de situações e circunstâncias que a gente não sabe mais no quê ou em quem confiar. Uns confiam nas formas tradicionais de informação: as grandes empresas de televisão, de rádios, de jornais. Outros confiam nas informações informais: Whatsapp, Facebook, Youtube. Enfim... Ninguém mais sabe no que, ou em quem acreditar. Tá uma verdadeira confusão. Fake News pra todo lado. Fake News da direita. Fake News da esquerda. Fake News de cima, de baixo. Não estamos sabendo o que fazer como raça humana. Estamos perdidos. Cada um tentando ser feliz. Cada um tentando achar uma solução. Por isso... Só Jesus na causa!

Fazendo tempestade em copo d'água

Hoje passei um nervoso tão grande que meu estômago sentiu. Já não bastasse tudo que está acontecendo neste mundo de Deus, o Zé também resolveu dar trabalho.

Ontem de manhã ele falou que ia pegar a moto e ia fazer uma pequena viagem. Disse que ia "acampar" na cidade de Eldorado, para visitar a “Caverna do Diabo”. Quando foi 16h32min, ele mandou mensagem no whatsapp dizendo que não ia fazer nenhum dos dois, porque a administração do local só estava permitindo a visitação para pessoas vacinadas. 

Ele ficou frustrado e bravo. Falou que ia seguir para Cananéia, Iguape e Ilha Comprida.  E finalizou dizendo que ia parar antes do anoitecer.

Eu mandei mensagem ao longo da noite perguntando onde ele tinha parado para pernoitar. Ele não respondeu.

No meio da noite eu estava com o estômago embrulhando, tanto que tomei um flaconete para azia e fui deitar.

Já aconteceu de o Zé chegar muito cansado em algum lugar e simplesmente dormir. Mas assim que acorda ele já manda mensagem.

Acordei cedo hoje. Não era 7 horas. O estômago ruim. Tomei um chá de capim cidreira. Fui olhar no celular e vi que a última visualização do Zé, no whatsapp foi às 18h36min.

Pensei que ele poderia ter ficado em algum lugar com a internet precária (ou mesmo sem). Já ficando preocupada, quando deu 8h34min, mandei torpedo para ele. Nada! Em seguida, liguei. Chamava até cair na secretária.

Já se passavam 14 horas sem dar notícia. Isso não é normal do Zé. Fiquei pensando no que fazer. Quem procurar para me dar uma luz. Pensei em entrar em contato com o Rafael, filho do Zé. Mas sabia que, se não fosse nada sério, o Rafael ia dar uma carcada no Zé. E com certeza eu ia levar uma maior ainda do Zé.

Mandei mensagem para a Letícia. Ela é ansiosa, mas tinha que falar com alguém. Ela ficou ligando e viu no Telegram a última visualização dele, que foi minutos depois do whatsapp.

Por isso eu acho que já não estou no meu normal. Porque comecei a ficar desesperada. E pensar besteira. Não sabia o que fazer. Vi na internet que o ideal é esperar 24 horas para fazer boletim de ocorrência. O que o Rafael poderia fazer, que eu já não tinha feito?

Resolvi dobrar meus joelhos e pedir para Deus me ajudar. Me dizer o que fazer. Numa dessa eu já estava chorando e o estômago doendo. Fiz mais um chá de capim cidreira.

Procurei me acalmar, mas de olho no whatsapp para ver se ele ficava online. E eis que às 10h16min, as mensagens que eu havia enviado chegaram no celular dele e ele ficou online. Mas não respondeu o whatsapp. Somente o torpedo.

Falou que chegou em Cananéia quase escurecendo. Que achou um camping simples, um pouco fora da vila e que não tinha internet. 

Mais de 16 horas sem dar notícia. Pode até ser normal para alguns. Mas sendo o Zé, não é. Ele não tira a mão do celular. Em outras épocas ele ligaria ou mandaria torpedo. A menos que tenha ficado sem sinal da operadora também. 

O que posso dizer? Que não estou valendo mais nada mesmo. Depois que li o que ele escreveu, tinha duas opções. Ficar 16 horas sem dar notícias minhas para ele. Para quem sabe ele sentir na pele. Ou falar tudo que estava com vontade para ele. Escolhi a segunda... Escrevi um textão para ele.  

Meu dia com Henrique

Hoje fui buscar o Henrique na escolinha. Tinha marcado para fazer selagem no cabelo às 7h e de lá peguei o ônibus. Como sempre, cheguei antes do portão abrir. Quando o Henrique me viu, saiu correndo chamar a professora para liberar ele.

Como sempre tem acontecido quando eu pego ele na escola, mal ele coloca o pé dentro do apartamento e já pede leitinho. Eu dei e achei que ele ia dormir, mas hoje não. Queria brincar. Começamos a levar alguns carrinhos para a sala, mas ficou só nisso.

Aí ele quis ir brincar na quadra. Fomos nós e o patinete dele. Ele brincou um pouco e subimos. Comeu dois iogurtes e por fim, dormiu.

Dormiu umas duas horas. Até eu cochilei. Estou desacostumada a acordar cedo.rsrs

Quando ele acordou dei comida e depois chamei ele para levar o lixo. Mais para sair um pouco. Estava muito quente dentro do apartamento.

Lá fora encontramos a Sofia. Henrique falou para ela esperar que ele já ia brincar com ela.rsrs Eles brincam e brigam também. Porque querem ficar disputando quem chega primeiro. Seja a pé ou de patinete. Henrique não entende que a Sofia é maior. Quer ganhar dela. E fica bravo se perde. Sofia, por outro lado é muito arteira. E também não gosta de perder.

De volta ao apartamento Henrique tomou banho e ficou assistindo televisão, brincando, jogando... Ficou na janela olhando os meninos na quadra. E queria ir lá de novo. Mas como já estava de banho tomado e logo ia escurecer, achei melhor não descer. Vimos até o pôr do sol.

A Deborah chegou primeiro que o Danilo. Eu enrolei um pouco para ir embora, esperando o preço do Uber diminuir.rsrs

P.S. Teve uma hora, durante o dia, que o Henrique estava brincando, então me olhou e falou: Vovó, hoje não falei que te amo. Eu falei: Não! Então ele falou: Te amo!

Eu aguento isso? 😍