sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Depois de Auschwitz


Eva nasceu em Viena, Áustria. Teve uma infância despreocupada com seus pais Fritzi Geiringer (Mutti) e Erich Geiringer (Pappy), e seu irmão Heinz Geiringer; até que os judeus começassem a serem discriminados e perseguidos na Europa. Eva morou parte da sua juventude em Amsterdã, Holanda. Com o tempo e as dificuldades geradas pela discriminação aos judeus, ela e sua mãe se separaram de seu pai e seu irmão, vivendo refugiados em diferentes lugares, se visitando com frequência, para evitarem serem pegos pelos alemães. Logo, foram traídos por pessoas que os ajudavam na clandestinidade, e capturados pelos agentes da Gestapo.
Quando Eva tinha 15 anos, ela e a família foram despachados ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, e ela e Mutti tiveram que se separar de Pappy e Heinz. No decorrer do livro, a autora descreve sua rotina nos campos de concentração, os abusos nazistas, a miséria, e o constante medo que os prisioneiros passavam de serem mortos de maneiras desumanas e queimados depois. Quando os alemães começam a evacuar os campos de concentração, e fugir do avanço soviético, Eva e Mutti se negaram a ir, pois estavam muito fracos, e assim foram deixados para trás. Quando os russos chegaram ao campo em que Eva estava, libertaram os prisioneiros sobreviventes, e ajudaram-os.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eva_Schloss

Eu peguei este livro emprestado da Carol. Apesar de ter outros livros (emprestados) para ler, quis ler este antes porque a Carol falou que a Eva é meia-irmã de Anne. Fiquei curiosa para saber mais detalhes. E também porque acabei de ler o livro “O Diário de Anne Frank” e os personagens ainda estão bem “vivos” na minha memória.
Hoje, na minha hora do almoço li as últimas páginas (de um total de 318). Terminei de ler e lágrimas escorreram pelo meu rosto. Chorei. E por vários motivos. O principal é porque vou sentir saudades da Eva. Afinal passei alguns minutos dos meus últimos dias em sua companhia - ouvindo a sua história. Não sei se com todos que leem acontece isso. Eu me transporto ao mundo do personagem. Vivo sua história. Sinto suas dores. E como nesse caso foi tudo realidade, eu fiquei mais envolvida e por vezes emocionada. Fora o medo. O desespero. A angústia. A raiva. Senti muito pelas perdas da Eva. E por todos os outros judeus que, como ela; sofreram tanto nas mãos dos nazistas.
No livro Eva conta como conheceu Anne Frank e a família dela. Como teve que sair da cidade natal dela e fugir para Holanda, Bélgica e Holanda onde ficaram até serem capturadas. Os esconderijos. As pessoas que as ajudaram. A dor de ter que ficar separada do pai e do irmão. Como foram transportados para o campo de concentração e os outros horrores que passou dentro do campo. Depois que a guerra acabou e assim se viram livres, como foi voltar para casa.  Como reencontraram Otto Frank.
Depois Eva conta como conheceu o marido. O nascimento das filhas e netos. Dos lugares onde morou. Sobre o envolvimento de Mutti e Otto. Inclusive que eles respondiam as inúmeras cartas de fãs de Anne Frank.  Conta sobre como começou a fundação Anne Frank. As peças teatrais e as palestras, bem como do livro em questão.
E no final ela conta como foi (depois de muita relutância) o seu retorno 50 anos depois ao local onde ela e sua família ficaram prisioneiros. O campo de concentração Auschwitz-Birkenau.
Para mim, não foi fácil ler este livro. Até o Zé estranhou, porque sempre fugi de qualquer coisa que falasse sobre o holocausto. Difícil acreditar que essas pessoas passaram por tudo isso. Tinha receio de que, se eu tomasse conhecimento, também ficaria em dúvida a respeito da existência de Deus. Mas outros pontos chamaram minha atenção.
Não sabia que não eram somente judeus que eram levados para os campos de concentração, mas também os ciganos e os homossexuais.
Não sei nem que palavra usar, por saber que eles matavam sem dó nem piedade, crianças, idosos e pessoas doentes.
E saber que pessoas entregavam os judeus em troca de benefícios e dinheiro. Acredito que muitos também fizeram isso para ficar com a propriedade dos judeus. E isso me lembra que o Zé sempre me disse que essa coisa de “raça pura” era tudo balela. Que na verdade, eles queriam mesmo era tirar os bens dos judeus. Pode ser bem verdade, pois a família de Eva e De Anne Frank tinham uma situação financeira muito boa. 
Enfim... Hitler era um, e se multiplicou, pois as pessoas compraram e se aproveitaram das ideias malucas dele. 
Muito triste tudo isso! Ler o livro não tirou minha fé em Deus, mas porque não procuro entender esse triste episódio que ficará marcado para sempre na história.

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