Meus dias de isolamento

Minha mãe fez máscaras pra gente. 

Já são mais de 20 dias que estou em isolamento. E pelo jeito vou continuar mais alguns dias, pois na segunda-feira, o governador decretou que ficaremos em isolamento social até o dia 22 de abril. Vejo que muita gente não está obedecendo as instruções. Isso porque ainda não virou obrigação. O governo está bem flexível. Eles pedem. E pedem. Acredito que, se a situação continuar piorando, pode ser que aconteça de ter “toque de recolher”. Acho que só assim - o isolamento - como eles querem que seja, vai acontecer.

Mas sabe o que acontece? O povo não acredita no que está acontecendo. E não é de estranhar, porque de vez em quando eu também não acredito. Tem dia que acordo e fico pensando se tudo não passou de um sonho. Ou pesadelo! Hoje em dia a primeira coisa que faço ao acordar é mexer no celular. Para ver se tem alguma boa notícia. Tipo: descobriram um medicamento que vai combater com eficácia o coronavírus. Ou que podemos sair do isolamento. Mas, por enquanto essas duas hipóteses são um sonho um pouco distante.

Conheço muita gente que diz que não assiste os jornais para não se alarmar. Concordo em partes. Tá difícil de ver jornal. Rede Globo não perde a oportunidade de exaltar as “mancadas” do presidente. Esses dias assisti o jornal da Record e um comentarista “desceu o pau” nos políticos – Lula, Ciro Gomes, Haddad. Nem entendi o porquê daquele ataque em meio a pandemia que estamos vivendo. Ou seja, cada emissora tenta angariar telespectadores conforme sua ideologia política - esquerda ou direita. Uma disputa pela audiência. Em casa continuamos assistindo ao jornal da Cultura. De vez em quando eles ficam "tempo demais” falando algo (negativo) do presidente. Mas bem menos que a Globo, então ainda dá para assistir. Por isso concordo quando muitos dizem que não assistem aos noticiários. Mas isso não quer dizer que não devam se informar. Acho que deviam fazer isso, principalmente aqueles que acham que está tudo bem (no Reino de Avilã) e comecem a tomar mais cuidado. Já que não conseguem parar dentro de casa mesmo.  

Eu continuo trabalhando normalmente, só que dentro de casa. Na sala. Entre a mesa de jantar e o sofá. Este espaço se tornou o escritório, a sala de entretenimento, a sala de comilança, a sala de ginástica, a sala de música. Toda quarta-feira rezo o terço com o pessoal do grupo de oração. Cada um da sua casa, lógico.rsrs Enfim, minha vida profissional, pessoal e espiritual continua a mesma coisa. Continuo fazendo o que fazia antes do vírus chegar. Agora, para ser bem sincera, não vejo a hora de poder sair livremente, tranquilamente por aí. E olha que eu gosto de ficar em casa. Por aí, imagino quem não gosta. 
E para finalizar, amanhã é feriado. Sexta-feira santa! O que eu vou fazer de bom? Ficar em casa.rsrs