domingo, 9 de janeiro de 2022

Aqui jaz: Claudio Mendes de Araújo

Hoje o dia amanheceu chuvoso. E logo que olhei o celular, uma notícia triste. O Cláudio, irmão da Roseli, (minha amiga de infância) faleceu. Foi ela quem me deu a notícia.

Eles cresceram com a gente. Eu sempre achei que o Cláudio era mais velho que eu, mas vi no documento que estava no velório que ele é de 1969. Dois anos mais novo.

Quando crianças e depois, já adolescentes, a turminha que andava mais juntas era formado por mim, Silvana, Adriana, Roseli, Rosinete (neta), Cláudio e o Miro. Mas eu passava a maior parte do tempo com a Roseli. Porque somos da mesma idade. Inclusive nascidas no mesmo mês. Alguns dias de diferença. Depois que nos tornamos adultos e cada um se casou, eu mantive contato somente com a Roseli. Era ela que me informava sobre tudo e todos. Aliás, nem tudo. E nem de todos. Na verdade, cada uma seguiu sua vida. Novas amizades vieram, mas não deixamos de nos falar. 

Então hoje ela me mandou esta triste notícia. Eu fiquei muito chateada porque algum tempo atrás, o Cláudio mandou mensagem pra mim, no facebook e eu não dei retorno. Sabe quando você lê a mensagem e deixa pra responder depois? E acaba esquecendo? Pois é! Esqueci.

Ele escreveu porque ele tinha mandado convite para eu ser amiga dele uns dias antes. Eu aceitei e fui ver o perfil dele. Até mesmo para ver como ele estava. Tinha uma foto dele com umas crianças. Fiz um comentário: Que bom te ver Cláudio. No dia seguinte ele mandou esta mensagem.

Nunca respondi. Lembro que na época fiquei surpresa, e pensando no que ele escreveu. Porque eu não me lembro de passar e acordar ele para irmos trabalhar. Engraçado a vida. Às vezes, a gente pensa que é, ou foi importante para alguém, e não é. E não foi. E muitas vezes, quem você nem imagina, te surpreende dizendo que se lembra da gente por algo que fizemos, ou falamos.

O velório e o enterro aconteceu no Cemitério Parque das Flores. Fui no velório e no enterro. Estava chuviscando sem parar. E frio. 

Quando cheguei, na sala do velório, do lado do caixão estava a neta e alguns parentes. Abracei-a. E perguntei da Roseli. Ela disse que a D.Olívia (mãe) estava muito mal e a Roseli ficou com ela. Elas não foram para o enterro.

Eu me despedi do Cláudio. E pedi desculpas por não ter retornado a mensagem dele. Sei que não adianta mais. Mas Deus há de me perdoar. E que me sirva de lição. 

Quando deu a hora de levar o caixão para ser enterrado, uma cena que há muito tempo não via. Os homens que estavam por ali não deixaram que o funcionário colocasse o caixão em cima de um carrinho e levasse até o local. Eles mesmos levaram. Seis homens. Parentes e amigos.

Sei que o Cláudio não tinha bens. Vi isso no papel que estava exposto na sala. Mas tinha amigos. E era querido por todos. Tanto que quiseram carregá-lo, neste último momento.

Que Deus o recebe de braços abertos. Estarei rezando pela alma dele!

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