sexta-feira, 16 de julho de 2021

Hermann Hesse para desorientados


Às vezes as pessoas se agarram às coisas e pensam que se trata de fidelidade, mas é pura preguiça

Certa vez me contaram uma história de um homem que decide mudar de vida. Ele não está contente com o que tem nem com o que faz, então resolve dar um novo rumo à sua existência.

Mas como tem coisas demais para fazer hoje, decide deixar para amanhã. “Sim, quando chegar amanhã mudarei de vida”, diz a si mesmo. No dia seguinte, ao acordar, ele se dá conta de que o que seria amanhã volta a ser hoje e que tem coisas a fazer; então decide mudar de vida amanhã. E assim sucessivamente. Sempre que chega o dia seguinte, o amanhã que deve ser o ponto de partida, ele vê que é hoje e que não pode fazer nada para mudar sua vida.

Afinal, segue com a mesma rotina de sempre.

A desculpa de “farei isso amanhã”, chamada de procrastinação, é uma grande armadilha para não se executar as decisões tomadas.

Por que postergamos uma decisão se acreditamos que ela é correta? Por medo das consequências? Porque nos dá preguiça fazer esforço?

São muitas as desculpas que utilizamos para permanecer onde estamos. Agarrar-se ao status quo humano, pois o esforço e as mudanças nos dão preguiça e até medo.

As crianças têm medo do escuro porque acreditam que no meio das sombras pode se esconder algum monstro, algo desconhecido que pode lhes fazer mal. Do mesmo modo, os adultos têm medo do desconhecido porque isso implica mudança, risco, incerteza. O novo nos dá medo porque, se falharmos, sabemos que ouviremos a frase “eu te disse”.

A imobilidade geralmente tem sua origem no medo de sofrer a frustração de expectativas não cumpridas. No entanto, não há fracasso pior do que não tentar.

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