Quando dedicamos ao Senhor um dia inteiro (ao menos
umas sete horas) no silêncio e na solidão, chamamos a esse dia de deserto.
E hoje foi a décima quinta sessão (e última) da
Oficina de Oração que começou no mês de Março. Nos encontros com inicio às 19h,
estivemos em oito oficinistas: Iolanda, Marli, Adriana, Silvia, Emerson,
Daniela, Adriana Martins e eu. Foram mais de três meses onde aprendemos muitas
coisas: a prática do silêncio, a ler alguns versículos da bíblia diariamente,
as diversas modalidades de oração e a vivenciar - colocar em prática - o que
aprendemos.
Dessa vez eu fui mais disciplinada. Acordava um pouco
mais cedo que o meu horário para ler a bíblia e aplicar a modalidade. Agora que
os encontros terminaram, quero ver se vou continuar firme, praticando o que
aprendi. Se não conseguir volto novamente a fazer a oficina. Se bem que
pretendo fazer mais vezes, até porque a gente acaba conhecendo pessoas e o que
se aprende com elas é de uma riqueza muito grande.
O deserto foi mais uma vez na Casa de Retiro Betania.
A Daniela e a Adriana Martins não puderam participar. Elas vão fazer com outra
turma, no dia 29. Junto com a gente, estavam oficinistas de outros grupos.
Eu cheguei no horário marcado 07h30. Reunimo-nos em
uma sala e, após todos chegarem, as guias fizeram a abertura (oração, canto) e deram
as orientações de como fazer o deserto, que começou oficialmente às 08h30 e
terminou às 12h30.
O deserto consiste em silenciar a mente e o coração,
e deixar que Jesus nos conduza. Devemos apreciar tudo que há na natureza: as árvores,
as flores, os animais, etc. E se sentirmos uma conexão com algum deles,
conversar para saber a história deles e também contar a nossa história. Parece coisa
de doido, mas não é.rsrs A gente interage com a natureza.
Bom, saindo da sala, a primeira coisa que fiz foi ir
ver como estava a florzinha que conheci no deserto do ano passado. Fiquei feliz
ao ver que ela está firme e forte. E o melhor... Ela não está mais sozinha.
Como estava sol, apesar de um pouco frio, dessa vez
eu fui andar por fora. Dei a volta inteirinha na casa. Sentei perto da horta e
achei que ali eu ia conseguir silenciar e entrar em sintonia com algo. Mas chegou um carro trazendo uma irmã. Logo em seguida um furgãozinho trazendo
frutas. Fora as mulheres da limpeza que conversavam uma com a outra. Vendo que
não ia conseguir o silêncio que precisava, levantei e continuei a caminhar. Fui
um pouco no Santíssimo e ali falei para Jesus que estava a disposição dele. Que
me usasse conforme a sua vontade.
Fui para fora novamente até que encontrei uma árvore
e sentei-me embaixo dela. E ali fiquei. Li um salmo. E fiquei observando as
folhas secas caídas no chão. Até que vi uma plantinha.
Pensei que seria com ela
que eu ia conversar. Não era! Logo vi três pequenas aranhas saltitando, bem
próximas a mim. Confesso que fiquei com medo. Não sei se era para tanto! Mas eu
estava no espaço delas. Tinham todo direito de se zangarem. Pensei que talvez fosse
com uma delas que eu tinha que conversar. Se ela parasse quieta até poderia.
Mas ela não parava.
Eu já estava ficando preocupada. O tempo passando... Eu já tinha
visto cachorro, gatos, árvores, flores, aranha, formiga... E não consegui manter contato com nenhum
deles.
Foi então que comecei a observar e ouvir o vento. Toda
a manhã e por onde andei, ele se manifestou. E ali, onde eu estava, cada vez
que ele passava, chacoalhava os galhos das árvores, algumas vezes derrubando
suas folhas. E comecei a refletir. E percebi que o vento é como o problema - as
dificuldades - que me atingem de vez em quando. Às vezes eles vêm silenciosos,
como uma brisa, somente para eu despertar. Outras vezes vêm com muito barulho,
muita força e me derrubam. O importante é que, de qualquer jeito eu me torno
mais firme e forte.
Voltamos para a sala onde cada um deu o seu
testemunho. Muito legal ouvir o que cada um viveu nas últimas horas. Fizemos
leitura da bíblia, cantamos algumas músicas, fizemos algumas orações e recebemos
o certificado.
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