"Você é feliz?" Eu respondo: "Em
várias vezes". Jamais eu digo: "Sim". Porque se eu digo
"Sim", estou enunciando um estado de perenidade. Mas eu o sou em
várias vezes e não sou em outras tantas. Faço distinção entre ser feliz e estar
feliz porque ser feliz pressuporia que eu tivesse uma perenidade maior do que é
possível.
(...) "É impossível ser feliz sozinho",
lembrava Tom Jobim na música Wave. Eu posso ser feliz sozinho? Muito pouco. Por
quê? Porque felicidade é partilha.
(...) A felicidade exige cumplicidade. A felicidade
precisa ter cúmplice; do contrário, ela é limitada. Eu posso até olhar para mim
e sorrir, mas se eu tenho alguém que sorri comigo, eu multiplico aquela
sensação. Não é que a felicidade seja impossível, mas ela se torna mais
exuberante quando há um cúmplice que possa comigo fruir aquele instante, aquela
situação.
Mario Sergio Cortella
Mario Sergio Cortella
Em "Felicidade foi-se embora?", p. 86, 87,89
Adoro Cortella!! As pessoas ultimamente têm necessidade constante de serem felizes, mostrar e demostrar felicidade o tempo todo... Se algo triste acontece, não temos mais o direito de sofrer, de chorar de ficar triste... Não se você mais o luto. Por isso surge a depressão. Remédios, mascaramento da dor. Mundo insano.
ResponderExcluirEu também adoro o Cortella. Ele é muito bom. Não esqueço nunca daquela palestra que fomos assistir com ele.
ExcluirConcordo com o que você disse. Realmente, podemos conferir nas notícias o quanto o mundo (as pessoas) andam fazendo loucuras, barbaridades. Triste realidade!
Beijo