sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Felicidade: uma presença eventual, um desejo permanente...


"Você é feliz?" Eu respondo: "Em várias vezes". Jamais eu digo: "Sim". Porque se eu digo "Sim", estou enunciando um estado de perenidade. Mas eu o sou em várias vezes e não sou em outras tantas. Faço distinção entre ser feliz e estar feliz porque ser feliz pressuporia que eu tivesse uma perenidade maior do que é possível.
(...) "É impossível ser feliz sozinho", lembrava Tom Jobim na música Wave. Eu posso ser feliz sozinho? Muito pouco. Por quê? Porque felicidade é partilha.
(...) A felicidade exige cumplicidade. A felicidade precisa ter cúmplice; do contrário, ela é limitada. Eu posso até olhar para mim e sorrir, mas se eu tenho alguém que sorri comigo, eu multiplico aquela sensação. Não é que a felicidade seja impossível, mas ela se torna mais exuberante quando há um cúmplice que possa comigo fruir aquele instante, aquela situação. 
Mario Sergio Cortella

Em "Felicidade foi-se embora?", p. 86, 87,89

2 comentários:

  1. Adoro Cortella!! As pessoas ultimamente têm necessidade constante de serem felizes, mostrar e demostrar felicidade o tempo todo... Se algo triste acontece, não temos mais o direito de sofrer, de chorar de ficar triste... Não se você mais o luto. Por isso surge a depressão. Remédios, mascaramento da dor. Mundo insano.

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    1. Eu também adoro o Cortella. Ele é muito bom. Não esqueço nunca daquela palestra que fomos assistir com ele.
      Concordo com o que você disse. Realmente, podemos conferir nas notícias o quanto o mundo (as pessoas) andam fazendo loucuras, barbaridades. Triste realidade!
      Beijo

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