terça-feira, 3 de setembro de 2019

Capsulite Adesiva

Era 9h30 e eu estava na clínica da faculdade, aguardando a Fran (o nome dela é Franciellen) me chamar. Ela é a minha professora de Pilates, e está cursando o último semestre de Fisioterapia na faculdade Metrocamp. Faz parte do estágio prestar atendimento. E como tudo acontece como tem que ser - e porque sou uma pessoa abençoada por Deus - uma paciente faltou duas vezes seguidas, sem justificativa, e com isso perdeu a vez. E sabendo do meu caso, a Fran conseguiu me colocar no lugar da paciente.
Fui avaliada durante mais de 30 minutos pela Fran e pela Duda. Testes e mais testes, algumas medições e para finalizar, a avaliação da supervisora. O diagnóstico: Capsulite Adesiva. Eu não entendi na hora o que seria isso, mas tudo que a supervisora falou é o que estou passando. O que estou sentindo. Chegando no trabalho pesquisei um pouco sobre o assunto:
Capsulite adesiva, também chamada de ombro congelado, é uma condição dolorosa que leva a uma severa perda de movimento do ombro. Pode ocorrer após uma lesão, um trauma, uma cirurgia de ombro ou surgir gradualmente sem lesões ou outros fatores conhecidos.
O quadro clínico caracteriza-se por dor mal localizada no ombro de inicio espontâneo, sem qualquer historia de trauma, fazendo com que o paciente perca rapidamente o movimento do ombro. Mesmo em repouso, essa dor encontra-se muito intensa, principalmente à noite. A mobilidade torna-se rapidamente limitada, e em todos os movimentos do ombro ocorre um processo inflamatório dentro da articulação levando ao encurtamento de todos os ligamentos, a formação de aderências e ao aumento na espessura da cápsula.
E é isso! Feliz porque finalmente descobriram o que eu tenho, e assim vão poder fazer o tratamento de acordo. Próxima terça estarei lá... Confiante que vai dar tudo certo.

Pós-escrito de 10/09: Primeira sessão da fisioterapia. A Fran e a Duda cuidaram muito bem de mim. A Duda passou o ultrassom por alguns minutos. Depois a Fran segurou meu braço e fez mobilização articular (esse movimento é para ir descolando a cápsula do ombro) e nos últimos 15 minutos elas colocaram o Tens. Eu saí de lá bem relaxada, com dor, mas relaxada. Tanto que após o almoço eu até cochilei. 

Pós-escrito de 12/09: Alguns minutos antes do início da aula de Pilates a Fran fez mais um pouco de mobilização articular. No final da aula tem sempre massagem. Eu falei que trocaria a massagem por mais um pouco de mobilização. Ela topou e como o aluno da aula seguinte não foi, ela continuou... Fez por pouco mais de 30 minutos. E para nossa felicidade meu braço abriu um pouco mais. Ela ficou tão animada que nem queria parar. Eu que dei "stop" porque estava doendo. 

Pós-escrito de 13/09: Ontem a Fran sugeriu para quando eu fosse dormir, eu deitar de lado e colocar um travesseiro/almofada para apoiar meu braço. Fiz isso e consegui dormir bem melhor essa noite. Como há meses não conseguia. Mandei mensagem para ela, agradecendo, e dizendo que já estava conseguindo passar o desodorante roll-on embaixo do braço.rsrs

Pós-escrito de 17/09: Segunda sessão da fisioterapia. Começou com o ultrassom, depois a mobilização articular e por último o Tens. A Fran me deu a triste notícia que a clínica vai entrar em reforma e ficarei duas semanas sem tratamento. Mas ela falou que dando uma brecha no Pilates ela faz um pouco da mobilização.

Pós-escrito de 19/09: Estou muito feliz! Primeira noite e dia que não precisei tomar analgésico. A dor diminuiu bem. Cheguei feliz na aula de Pilates e contei para a Fran. Ela ficou muito feliz e animou em passar alguns exercícios para o ombro. Tudo dentro do meu limite (da dor). 

Pós-escrito de 21/09: A Fran foi na casa da minha mãe fazer fisioterapia em mim. Ela tinha falado que quando eu fosse na casa da minha mãe, que ela iria lá. A Fran mora no bairro vizinho da minha mãe. Ela fez primeiro o ultrassom. Depois fez mobilização. E por último colocou umas ventosas (não sei bem se é esse o nome). 

Pós-escrito de 08/10: Terceira sessão da fisioterapia, após duas semanas sem fazer. Os alunos estão atendendo em uma sala (improvisada) um andar acima da recepção. Chegando a Fran perguntou como eu estava e o que eu tinha feito durante o período sem fisioterapia. Falei que fiz alguns exercícios durante a viagem e em casa. Mas que não percebi muita evolução nas aberturas, ou em movimentos que eu queria fazer. Porém, percebi que a dor tinha diminuído bem. Que não tenho mais tomado analgésicos. 
Ela passou o ultrassom e fez mobilização. No final fez algumas medições e vimos que algumas medidas de amplitude melhoraram bastante. Fiquei muito feliz. Elas também.

Pós-escrito de 15/10: Quarta sessão da fisioterapia. Chegando na sala, sentamos eu e a Fran na maca. Na cadeira a nossa frente estavam sentados a Duda e um rapaz - Rodrigo. A Fran começou a pedir para eu levantar o braço na lateral e para frente. Foi aí que percebi que o Rodrigo estava acompanhando. Ele deu sugestões para a Fran de como fazer a mobilização, ou como me ajudar quando eu estivesse tentando levantar o braço. Ela tem que empurrar meu ombro para trás e para baixo, ao mesmo tempo. Depois a Fran me levou do outro lado da sala, para passar o ultrassom. Enquanto ela passava a Duda e o Rodrigo, se aproximaram e ficaram observando. O Rodrigo começou a fazer perguntas como: Se eu tinha problema de estômago. Se eu tinha insônia. E outras... Entre tantas coisas que falamos, ele pediu para eu levar na próxima sessão uma foto de como eu fico sentada na mesa de trabalho. Voltamos para a maca onde fiquei deitada enquanto a Fran começou a mobilização. Como doía bastante um ponto no meu ombro, o Rodrigo pegou meu pescoço e começou a examinar minhas vértebras. Cabeça pra frente e para trás, para um lado, para o outro. Fez isso e falou com as meninas. Eu fico só observando o movimento.rsrs Nem adianta falar comigo mesmo, porque não entendo nada dos termos técnicos que eles falam. Ele saiu. A Fran queria saber se ele tinha ido chamar alguém (mais conhecedor do assunto) para constatar o que ele estava falando. Minutos depois ele voltou, segurou minha cabeça novamente levantando-a e posicionado um pouco de lado. Pediu para eu puxar o ar e depois soltar. Depois ele deu um puxão na minha cabeça. Fiquei sem entender nada. Outra hora, com calma eu pergunto para a Fran sobre esses procedimentos.

Pós-escrito de 22/10: Quinta sessão da fisioterapia. Hoje a Fran não estava presente. Teve um compromisso da faculdade. Fiz fisioterapia com a Duda. Antes de começar ela perguntou como eu estava. Falei que fiz exercício no sábado e domingo. Que percebi evolução. E que estava feliz da vida porque estou conseguindo colocar a mão (esquerda) na cintura. Ela começou apertando os nozinhos. Se ela não fizesse isso não ia sossegar.rsrs Desde a sessão anterior ela viu que estou com isso. Depois ela fez a mobilização e medições. 

Pós-escrito de 29/10: Sexta sessão da fisioterapia. Hoje quem me atendeu foi somente a Fran. A Duda estava na sala, mas fazendo outras coisas. De vez em quando ia dar uma olhada no que a Fran estava fazendo em mim. Como eu falei que não estou sentindo dor, a Fran não passou o ultrassom. Fez mobilizações. De tudo quanto é jeito. Pra frente. Para o lado. Na transversal. 

Pós-escrito de 05/11: Sétima sessão da fisioterapia. Estranhei que as meninas estavam demorando para me chamar. Quem foi me buscar e fez a fisio em mim, foi a Duda. Quando entrei na sala, a Fran estava com lágrimas nos olhos. A Duda falou que ela estava com a boca "travada". E o Rodrigo estava fazendo fisioterapia nela. Coitadinha. Fiquei com dó. 

Pós-escrito de 12/11: Oitava sessão da fisioterapia. Como não tenho mais dor, as meninas não passam mais ultrassom e nem o tens. A Fran faz mobilizações. E acho que a partir de agora vai ser assim. 

Pós-escrito de 26/11: Semana passada não fiz fisioterapia, pois tinha marcado endoscopia. E para não sair do trabalho de manhã para fazer fisio e a tarde para fazer endoscopia, decidi me ausentar somente para a endoscopia. Hoje foi a nona sessão.

Pós-escrito de 03/12: Décima e última sessão de fisioterapia. Pelo menos na faculdade não farei mais. A Fran vai se formar e se eu fosse continuar a fisioterapia no próximo ano, talvez nem seria a Duda minha fisioterapeuta. E como estou bem melhor, decidi que não vou voltar. Hoje a Fran fez medições e mobilização.

P.S. No período que o Zé está viajando eu peço para a Fran, caso algum aluno da quinta-feira avisar que vai faltar, para ela mudar minha aula de quarta para quinta. E aconteceu algumas vezes.
Quando não tem outro aluno junto comigo, seja na quarta ou na quinta, a Fran passa mais exercícios para o ombro.

Pós-escrito de 30/06/2020: Não fiz mais fisioterapias. Na aula de Pilates também não temos feito mais, porque geralmente estou com companhia na aula. Meu ombro ainda dói um pouco. Ainda sinto um pouco de desconforto para dormir. O bom é que nas aulas de musculação que estamos fazendo online - por causa da pandemia - o Diogo passa bastante exercício de alongamento e outros que ajudam exercitar o ombro.

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