Quando um não quer... Três não brigam!

Quando conheci o Zé, estranhei o pouco (ou quase nenhum) contato que ele tinha com as irmãs. Ele me disse que as irmãs não gostavam dele. Principalmente a Simone.

Eu até achei que pudesse ser impressão dele, mas no decorrer desses oito anos de convivência com o Zé, vi que as irmãs realmente não faziam questão da presença dele na vida delas. Cheguei a ver (por fotos) comemorações de aniversários, mas ele não ficava nem sabendo. Não era convidado. Os encontros deles se limitavam aos aniversários dos pais e datas comemorativas (Páscoa, Natal, Dia dos pais/mães).

Quando os pais começaram a ter problemas de saúde, a Adriana montou um grupo no whatsapp para eles resolverem em conjunto os problemas. Pensei que isso iria unir eles, afinal passariam a se falar com mais frequência. Mas não foi bem assim, pois, a cada reunião o Zé voltava para casa com a cabeça quente. Isso porque, geralmente ele não concordava com uma ou outra coisa. Segundo ele, o que ele falava não adiantava de nada. Elas não o ouviam. Tinha dia que ele nem falava nada, porque sabia que não ia adiantar. E ele dizia que se insistisse ia ser briga na certa. Ele queria evitar isso. Disse que enquanto os pais fossem vivos eles iam ter que tolerar um ao outro.

Imagina como eu ficava diante dessa situação. Prezo muito a união entre os irmãos. Jamais aceitaria ver meus filhos de “cara virada” um com o outro. Também sou de uma família onde a opinião do homem é muito importante. Quando temos problemas na minha família, a opinião dos meus irmãos tem um peso muito grande. Por isso, ver o Zé nessa condição com as irmãs me incomodava. E muito!

Perguntei para ele por que elas não gostavam dele. Ele falou que acha que é porque o Sr.Olympio sempre deu de tudo para ele. Melhor faculdade. Carro zero. Provavelmente mais atenção. E para elas somente o básico. E a Simone é a filha do meio. Então por isso, para ela deve ter sido mais difícil. Zé o filho mais velho. E Adriana a caçula.

Ele disse que tem um pouco de culpa, porque nunca se preocupou em falar para o pai que estava exagerando com ele e deixando elas de lado. Na verdade, ele disse que na época não tinha sensibilidade suficiente para perceber isso.

O Zé pode estar enganado? Até pode. E eu nem tenho como afirmar ou tirar dele esse pensamento, porque tive pouco contato com elas.

Mas, pelo que ele falava das reuniões ou das conversas que eles trocavam no whatsapp, a falta de atenção delas para o que ele falava, dava a entender que era isso mesmo.

Quanto a mim, penso que, se a pessoa diz que gosta de mim, mas não trata bem àqueles que amo... Então não gosta de mim!