quinta-feira, 21 de maio de 2020

Coisas que Acontecem no Coração

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?"
Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que devia uma enorme fortuna. Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo'. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves’. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei'. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: 'Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida”.
É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração o seu irmão.
(Mt 18, 21-35)

A ordem de Jesus a seus discípulos hoje é “perdoar de coração”. Isso quer dizer que o perdão não é uma operação que acontece na mente; não é arranjar desculpas para quem errou, tentando entender uma possível razão. Perdoar é algo que se faz no íntimo, quando abrimos mão de julgar e clamar pela condenação daquele que pecou e cometeu uma injustiça. Nem sempre há desculpas que justifiquem um erro; às vezes a ofensa a perdoar é cruel e descabida. E, ainda assim, o Senhor espera que ofereçamos uma resposta de misericórdia, que pague o mal com o bem, a maldição com a bênção. “Quantas vezes devo perdoar?” perguntou Pedro a Jesus. “Quantas vezes for necessário para que teu irmão não permaneça prisioneiro em teu coração”, poderia ter respondido o Senhor. Não oferecemos nosso perdão a quem merece, mas a quem precisa dele, no momento em que é necessário. O presente mais bonito que um coração repleto do amor de Deus pode oferecer é o perdão incondicional e generoso, aprendido de Jesus na cruz.

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