quinta-feira, 1 de junho de 2023

A satisfação é relativa

Segredo nº 55

Como é que você avalia a sua felicidade? Se comparar sua satisfação neste exato momento com os dois ou três melhores momentos de sua vida, você provavelmente não se sentirá tão feliz, porque aqueles momentos não podem ser copiados. Mas se você a comparar com alguns momentos difíceis terá todas as razões do mundo para apreciar este momento.

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Será que Bob é um bom aluno? Bem, com quem você o está comparando? Com seus colegas ou com Einstein? Será que hoje foi um bom dia? Comparando com o quê? Com os dias de grandes festas ou com as terças-feiras comuns? Ao fazer qualquer avaliação, temos de partir de um princípio básico: as coisas, os momentos e as pessoas são diferentes entre si e cada um dá o que pode na sua medida.

Nos tempos de escola eu tinha um amigo meio limitado que sempre passava de ano raspando. Para minha surpresa, os pais premiavam seu "sucesso" com um presente especial: uma bicicleta, uma bateria, uma viagem à Disneyworld. Em contrapartida, os pais de um dos alunos mais aplicados não manifestavam qualquer entusiasmo ante seu desempenho. "Por que não ganhou medalha de ouro?", perguntava o pai vendo a medalha de prata do filho. Anos mais tarde encontrei com os dois: o primeiro falava com alegria das poucas conquistas que obtivera na vida, enquanto que o aluno aplicado mostrava-se insatisfeito com os postos que galgara em sua carreira profissional: afinal, continuava em busca da medalha de ouro que sempre parecia estar em outras mãos.

Os antropólogos da Rutgers University descobriram que um dos fatores mais importantes da satisfação das pessoas no trabalho é o modo como se sentem em relação à sua vida doméstica. Muitas acham que o trabalho é satisfatório porque o comparam com sua situação familiar que se tornou estressante, conflitiva, sem graça.

A equipe da Rutgers descobriu que essas pessoas estão se agarrando à ordem e à amizade existentes no local de trabalho porque fazem uma comparação em que a vida doméstica agitada e exigente sai perdendo.

No exemplo que dei acima, o aluno medíocre era visto em si mesmo: dentro de suas possibilidades, passar de ano era realmente uma vitória. O aluno aplicado sairia sempre perdendo, porque nunca deixaria de haver alguém melhor do que ele. O momento excepcionalmente feliz deve ser intensamente usufruído, mas não pode se tornar padrão diante do qual os demais se tornem decepcionantes. Cada momento, cada pessoa tem suas alegrias e seus valores. Procure descobrí-los, e o leque de prazer se abrirá sempre mais para você. Em nome do que achamos que uma coisa devia ser corremos o risco de perder o que ela realmente é e tem a nos oferecer.

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Não é de surpreender que as pesquisas indiquem que as pessoas felizes tendem a ter experiências mais positivas do que as pessoas infelizes. O espantoso é que, se observarmos suas vidas, não há grande diferença entre elas. Os estudos mostram que o que acontece com as pessoas felizes é bastante semelhante ao que acontece com as infelizes. A verdadeira diferença está nas pessoas e naquilo que elas sentem e definem como positivo ou negativo. As pessoas felizes são aquelas capazes de encontrar pequenas alegrias nos acontecimentos do dia-a-dia.

Parducci, 1995

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