sexta-feira, 30 de junho de 2017

Reclamando da vida

Hoje cedo, saindo de casa para ir ao trabalho, avistamos uma moradora do prédio da frente passeando com o cachorro. Ela foi moradora do nosso prédio. Pelo que sabemos ela é aposentada. E que é tenente da Policia Militar. Então deduzimos que não deve ganhar mal. Dizem as más línguas que ela não faz nada. Como ela deve ter a minha idade, logo pensei... Que vida boa! E lá no meu íntimo reclamei da minha vida.
Até que...
Entrando no prédio, tem a senhora que faz a faxina no prédio. Ela estava dentro do elevador (passando pano com álcool nas paredes e espelho) e subimos juntas. E como hoje estava programada uma greve geral, falamos sobre os ônibus. Foi quando ela falou que o ônibus dela estava circulando normalmente. Mas, o que me deixou abismada foi o horário que ela pega o ônibus. Ela mora em Sumaré e pega o ônibus das 4h30min. Ela deve ter a minha idade, talvez um pouco mais velha.
Saí do elevador morrendo de vergonha por minutos antes ter reclamado da minha vida. Ingrata eu!  Enquanto ela espera o ônibus eu ainda estou dormindo. Nem ônibus eu pego para chegar ao trabalho. Ela trabalha o dia inteiro em pé. Eu trabalho, sentada. E provavelmente ela deve ganhar menos que eu. E nem por isso ela reclama. Aliás... Ela canta! Isso mesmo. Quantas vezes eu a vejo trabalhando e cantando.
Como posso reclamar da vida, se vejo pessoas que vivem em condições que eu não gostaria de viver, e nem por isso ficam reclamando da vida. Reclamei, confesso! Mas... Minutos depois eu voltei atrás. 

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