Resolvi escrever essa postagem – e a anterior - sobre o Plano de Saúde da
minha mãe, porque eu fiquei muito mal, pois acho que minha mãe não foi atendida
como deveria - ou como ela merecia - nos lugares onde ela ficou, nos 30 dias
em que ficou internada. E não culpo totalmente o SUS, porque sendo um órgão “público”
nos atendeu até melhor do que o esperado. A gente ouve e vê cada coisa na
internet que até fica com medo, de depender dele.
Se tiver que culpar alguém, eu culpo “alguns” profissionais, que não
tratam os pacientes com o cuidado e amor que deveriam.
No fundo eu também não sei se ela tivesse sido encaminhada para o
Hospital Beneficência, o tratamento teria sido melhor. Acho que talvez ela não
teria ficado sozinha, como ficou nos dois primeiros dias na Unicamp; ou tratada
do jeito que foi, na UPA do Padre Anchieta. Tem coisas que não tem como
garantir, e por isso fico martelando as ideias.
E por que ela foi levada para a Unicamp e não para o Beneficência? Como a gente sabia que tinha
as carências e ainda nem tinha as carteirinhas, naquela manhã de domingo
(13/04), no desespero a Silvana chamou o SAMU. E o procedimento deles é levar o
paciente para um hospital público.
Três dias depois (16/04), já sabendo o que minha mãe teve (AVC isquêmico severo), entrei em contato com o Sindicato. Expliquei toda a situação. E se teria como transferir a minha mãe para o Beneficência. Ela conversou com alguém do Beneficência e explicou que para a minha mãe ser transferida, o médico da Unicamp tinha que avaliar o caso dela e autorizar a transferência.
No dia seguinte conversei com os meus irmãos e irmãs. Como o médico da Unicamp
tinha sido muito atencioso com todos nós e tinha conseguido (como prometeu) um
leito para a minha mãe, nós achamos melhor deixar ela continuar na Unicamp.
Entrei em contato novamente no Sindicato, dia 28/04, um dia antes da alta da minha mãe. Para me informar sobre o que o Plano de Saúde cobriria nesse caso (médicos, equipamentos, medicamentos, etc). Não cobre nada, foi a resposta que tive. Aproveitei para perguntar, caso acontecesse de a minha mãe precisar voltar para o Hospital, se poderia ser para o Beneficência Portuguesa. Ela falou que ia depender da conversa com os médicos da ambulância. Eles iriam querer saber o que estava acontecendo. E dependendo do quadro, eles poderiam ir buscar, ou orientar o que fazer.
Expliquei a conversa para os meus irmãos. E eles acharam besteira
continuar com o convênio. Em casa minha mãe seria atendida semanalmente por
médicos do SAD (Serviço de Assistência Domiciliar), um serviço mantido pelo SUS. E caso ela precisasse voltar para o hospital, muito provável
que seria para a Unicamp, onde eles possuem todo o histórico dela.
Para a Unicamp mesmo minha mãe não voltou mais. Uma semana depois, na
madrugada do dia 06/05 ela se engasgou e a Adriana chamou o SAMU. Minha mãe foi
levada para a UPA do Padre Anchieta e quatro dias depois foi transferida para o
Hospital Irmãos Penteado. Onde veio a falecer.
Quanto ao Sindicato, entrei em contato no dia 02/05 pedindo o
cancelamento do convênio. Não me retornaram, e como eu estava na correria também não falei mais nada. No dia 12/05 entrei em contato novamente, para falar
sobre o cancelamento, onde fui orientada a escrever um e-mail. Fiz isso.
Enfim, tive a felicidade de ver minha mãe aprovada no Plano de Saúde, mas
não tive tempo de contar isso para ela. Eu queria fazer surpresa, entregando a
carteirinha. Acho que ela chegou a saber que estava no Plano porque no início
do mês de abril (uns dias antes de ter o AVC) a Adriana marcou consulta no
oftalmologista. Ainda não tinha a carteirinha, mas consegui o número com a moça
do Sindicato.
Mas um consolo eu tenho. Minha mãe faleceu no Hospital Irmãos Penteado.
Um hospital que eu sei que ela gostava também. E eu falei isso no ouvido dela,
durante o tempo que estive com ela.
Enfim, foi uma pena minha mãe não ter conseguido usufruir do Plano de
Saúde. Sei que por um tempo vou ficar com uns pensamentos: E se tivesse feito o
Plano antes. E se tivesse levado ela para o Hospital Beneficência. E se... E
se... E se!
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