Ontem acordei, me troquei, juntei minhas coisas e peguei o ônibus para ir
para a casa da minha mãe. Cheguei e a Adriana estava bastante tensa. Disse que
ela e a minha mãe não dormiram nada a noite inteira. Minha mãe ficou agitada
(fazendo barulho) e estava com o braço esquerdo dobrado e rígido. Ficava
levando as mãos até perto do rosto. A gente tentava esticar o braço dela. Fazia
isso conversando com ela, massageando as mãos, o braço. E nada. Desespero! Medo
dela começar a travar. Ou até mesmo machucar a pele acima do peito. Vimos
acontecer isso com a minha vó.
Como eu levei a morfina, que comprei no dia anterior, começamos a dar
para ela. Na verdade, demos duas vezes. As 12h e às 18h. Teria que dar outra
dose às 00h, mas eu fiquei com medo. Achei que ela ficou muito mole. A
respiração ficou lenta. Sem barulhos. Apesar de o braço continuar dobrado e
rígido. Tanto que após o episódio da sonda, nós colocamos uma almofada entre o
rosto e onde a mão poderia alcançar. Assim, se ela fosse com o braço até o
rosto, a almofada não deixaria a mão tocar na sonda.
Tirando a hora que a sonda saiu, o dia até que foi tranquilo. Teve também
o contratempo do inalador que não funcionou quando fui fazer a inalação. A
Silvana disse que na última inalação elas ouviram um barulho no aparelho. Fiquei pensando como resolver. Comprar inalador e mandar entregar? Comecei a pesquisar na internet. Enquanto isso fiquei pensando também se alguém tinha para emprestar. E me lembrei do inalador do Henrique. Mandei mensagem para a Letícia. Pedi para ela
chamar um Uber moto e mandar o inalador para mim. Ela fez isso e em menos de
trinta minutos eu estava com o inalador.
Como a minha mãe estava com a mão indo em direção do rosto, conforme a
posição que ela ficava, não dava para ficar longe dela. Então sempre estava eu,
ou a Silvana de olho. Quando uma ficava a outra ia fazer alguma coisa. Eu fiz estrogonofe
para o almoço. Colocamos minha mãe deitada do lado direito. A televisão estava ligada tocando Andre Rieu. Como ela estava bem tranquila, eu e a Silvana fomos almoçar. Mal
terminamos de comer e a Silvana foi na sala dar uma olhada na minha mãe. Só
ouvi ela falando alto comigo. Levantei-me e fui à sala. Ela estava assustada,
me mostrando a sonda gástrica que estava no chão. Pensa em duas pessoas
assustadas. Eu e ela. A gente não sabia se chorava ou ria. Chorava de nervoso ou ria pela arte que minha mãe fez. Porque pra gente foi ela que puxou. Ainda bem
que quando aconteceu não estava passando a dieta, nem água.
A Silvana chamou o SAMU. Ela foi com eles e a minha mãe até a UPA do Padre Anchieta onde colocaram outra sonda. Ela disse que a médica falou que provavelmente a sonda saiu sozinha. Enquanto elas estavam na UPA eu reguei as plantas da minha mãe.
A noite o Sandro e o Nicolas foram visitar a minha mãe. E o Sandro falou que a Kelly queria ficar hoje com a minha mãe. Enquanto a Kelly não chegava e como minha mãe estava tranquila, eu dei uma passada de pano na sala e copa. O tempo que sobra a gente precisa ajudar com a casa também. Porque imagina ficar tudo pra Silvana. Ela vai pirar. A kelly chegou um pouco antes do horário do almoço. Ela chegou e eu fui embora. Tinha muita coisa para fazer em casa.
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