Os acontecimentos políticos dos últimos anos têm
chocado a sociedade pela profusão de denúncias e condenações daqueles que se
envolveram no esquema de corrupção instalado no setor público brasileiro,
especialmente na drenagem de recursos envolvendo a Petrobrás. As artimanhas
para esvair dinheiro de obras superfaturadas surpreendem pela desfaçatez dos
envolvidos, que agiam com a certeza plena de que nada lhes aconteceria. A
corrupção, como meio político, estava firmemente institucionalizada no País,
agravada pela forma de negociatas promovidas pelo lulopetismo.
Entre tantos denunciados, tem se destacado a
participação da empreiteira Odebrecht, uma das maiores empresas brasileiras,
com braços estendidos no Exterior, colocada no centro das atenções pelo
gerenciamento competente do esquema que envolve partidos e políticos em todas
as esferas. Competente, no sentido de dar um caráter quase profissional ao
tratamento dado às contas sujas, e o controle da distribuição das propinas. Não
por acaso, a expectativa em torno da revelação dos termos da delação premiada
dos executivos da empresa causa enorme apreensão em Brasília.
Em depoimento nesta semana ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), o ex-presidente do Grupo, Marcelo Odebrecht, teria afirmado
ser “o bobo da corte do governo federal”, o “otário do governo”, desfazendo de
sua importância no esquema.
Não se pode imaginar que um empresário desse porte,
diante de uma situação envolvendo tantas figuras proeminentes da política,
simplesmente tenha sido obrigado a se render ao superfaturamento de obras e à
distribuição de favores e subornos.
Por óbvio, sua desculpa deverá se apoiar na realidade
de que, no setor público, somente se dão bem aqueles que provam ser amigos do
poder. E, neste quesito, a corte da Odebrecht mostrou-se bastante afinada com
os executivos da Petrobrás e lideranças políticas.
Uma declaração dessas chega a ser um acinte à sociedade brasileira, esta sim, espoliada, aviltada, roubada descaradamente por grupos insidiosos que se infiltraram no setor público para desviar recursos tão necessários à nação. Se há um bobo da corte nesse esquema vil, é a população brasileira, agora afrontada com a realidade desses ladrões públicos, enquanto amargam o desemprego, a inflação, os serviços devidos pelo Estado, diante de uma política desesperadoramente comprometida, e por um judiciário leniente. Os “otários do governo”, em verdade, são os cidadãos que pagam impostos e são obrigados a assistir à tamanha encenação.
Texto publicado no jornal Correio Popular - Editorial
Uma declaração dessas chega a ser um acinte à sociedade brasileira, esta sim, espoliada, aviltada, roubada descaradamente por grupos insidiosos que se infiltraram no setor público para desviar recursos tão necessários à nação. Se há um bobo da corte nesse esquema vil, é a população brasileira, agora afrontada com a realidade desses ladrões públicos, enquanto amargam o desemprego, a inflação, os serviços devidos pelo Estado, diante de uma política desesperadoramente comprometida, e por um judiciário leniente. Os “otários do governo”, em verdade, são os cidadãos que pagam impostos e são obrigados a assistir à tamanha encenação.
Texto publicado no jornal Correio Popular - Editorial
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