15 de abril, terça-feira:
Combinamos de nos encontrar às 10h no hospital. Eu e Zé pegamos a Eliane
que quis ir também. Chegamos junto com a Adriana, Silvana e Nego. Logo em
seguida chegaram o Sandro e a Shirlei e por último o Marcos. Com todos reunidos
a Silvana foi avisar para o médico nos chamar quando quisesse - ou pudesse. Ele
nos chamou uma hora depois, mais ou menos. Ele deixou a Eliane e o Zé entrar
também. Que bom, porque às vezes a gente esquece de fazer perguntas
importantes.
Ele se apresentou como Dr. Gustavo, neurocirurgião. Pediu e anotou o nome de cada um de nós e o grau de parentesco com a minha mãe. Perguntou o que a gente sabia, sobre o que tinha acontecido com minha mãe. Falamos e ele explicou que o AVC foi muito severo e o quadro é irreversível. Que ele não sabe dizer o tempo (uma semana, quinze dias, um mês...), mas afirmou que minha mãe virá a óbito. E que queria saber de nós sobre entubar ou não. Falamos que minha mãe falava que não gostaria de ser entubada. Então não autorizamos. Ele concordou com a gente e falou que seria desumano entubar minha mãe, pois só iria machucar e não a faria melhorar.
Ele abriu para perguntas. E nós fizemos
muitas. Como seria dali pra frente. Nosso maior medo era de "faltar
ar". O que seria feito caso isso ocorresse. Ele explicou que pelo quadro
dela, aos poucos ela ia ter dificuldade para respirar, e que eles iam dar
morfina, aumentando gradativamente, garantindo que minha mãe não iria sentir
dor, nem desconforto. Meus Deus! Dá desespero só de pensar.
Finalizando a conversa, ele falou que iriam colocar a sonda gástrica para
o alimento. E que ia pedir transferência imediata para a "Enfermaria
Amarela" já podendo ficar alguém com ela. Falou também que ia ficar
tentando uma vaga em um quarto. Para liberar visitas a qualquer hora do
dia.
Nós gostamos muito do Dr. Gustavo. Fiquei impressionada porque ele é novo. Deve estar seus 30 anos. Muito inteligente, seguro no que fala, atencioso e humano. Ouvimos tudo que ele tinha para falar. E o Marcos falou também. Que a gente entende e respeita o diagnóstico médico, mas que nós estamos orando e confiando em Deus. Saímos
da sala aliviados. O médico nos deu confiança de que minha
mãe estava em um lugar bom. E que teria todos os cuidados necessários. Afinal
estamos falando de Unicamp.
A Shirlei ficou com a minha mãe. Eu voltei às 16h para fazer visita.
Entrei e a Shirlei estava aguardando minha mãe fazer tomografia.
Quando trouxeram minha mãe, eu fiquei bem triste por ver o estado dela. Os
braços ressecados e roxos. A gente tinha que tomar muito cuidado ao tocar os
braços da minha mãe, porque a pele estava tão fina que ficava roxa. Infelizmente esses dois dias sem a gente por perto, para pedir aos enfermeiros mais cuidado, resultou nisso. Os
lábios também estavam muito ressecados. A Shirlei pediu para quem fosse ao hospital para levar Manteiga
de Cacau. Sandro falou que existia em “óleo”. Comprei e já levei na visita.
Parece que a mãe não gostou muito do cheiro. Era passar e ela trancar os
lábios. Mas é bom, assim ela fecha a boca por uns instantes.
Eu fiquei ao lado dela. A enfermaria é muito cheia de doentes,
enfermeiros e médicos. Não tem nem espaço para cadeira. Até por isso que não
pode acompanhante. O médico liberou para a minha mãe devido o quadro dela e a
idade.
Fui embora a pedido da guarda que passou avisando que tinha acabado o
horário da visita. A Shirlei continuou até a noite, quando o Sandro trocou com
ela.
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