quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Viver em Paz para Morrer em Paz

Terminei de ler este livro ontem. Comecei a leitura alguns dias após o Zé ir viajar. Como o livro é dividido em 19 capítulos, tinha noite que eu lia um, às vezes dois, dependendo até três capítulos. Por isso acabou rapidinho.

O que vou escrever abaixo está na “orelha esquerda” do livro:

“Qual é a tua obra? Quando você se for, o que vai ficar? Como nada vamos levar, o que vamos deixar que não estrague, não apodreça e não seja objeto de disputa odiosa? Porque tem muita gente que deixa coisas que geram fratricídio.
É por isso que Benjamin Disraeli disse e eu repito sempre para mim e para outros: “A vida é muito curta para ser pequena”! Já basta que ela curta seja para que nós a apequenemos. O que apequena a vida? O desperdício de convivência, a incapacidade de ter algo que não seja superficial, a possibilidade de esquecer as noções importantes de vida que são: fraternidade, solidariedade, amorosidade.
Aquilo que eu sou, a minha capacidade humana de conviver, ela precisa do ter. Mas o ter não é decisivo. O ter é como uma escada. Ninguém tem uma escada para ficar em cima dela ou grudado nela. Você tem uma escada para ir a algum lugar. E o lugar que o ter deve nos levar é o ser. Se ele não nos leva a sermos solidários, a sermos fraternos, a sermos amigos, a sermos decentes, então para quê?
É preciso pensar nisso e fazer-se importante, para viver e morrer em paz...”


Como falei no início que este livro é dividido em capítulos, um e outro chamou (mais) a minha atenção. Dois em especial. Um deles é o 11 – A Sociedade da Exposição. Mais propriamente, este trecho “(...) para não serem esquecidas, as pessoas fazem músicas, escrevem livros, tatuam o corpo, participam de comunidade virtuais, mergulham no Twitter, criam blogs. O que é manter um diário senão um desespero contínuo, um pedido silencioso e desesperado para que alguém o leia? Ninguém, em sã consciência, faz um diário para si mesmo – isso seria um exercício psicopata. O grande desejo de quem faz um diário é ser lido.” (p.98)


Juro que eu li e reli um monte de vezes esse trecho. Eu não sou assim! Não escrevo querendo desesperadamente que alguém leia, pensei. Primeiramente eu escrevo porque gosto. Isso não quer dizer que eu sei escrever.rsrs
Escrevo também porque quero deixar a minha vida (ou boa parte dela) registrada, assim quando eu ficar mais velha e não lembrar muita coisa eu terei onde consultar. Se já faço isso hoje, quem dirá daqui uns 20 anos.
Outro motivo para eu escrever é para os meus netos, bisnetos... Caso algum dia eles queiram conhecer um pouco sobre mim, saberão onde encontrar.
Enfim, após explicar as razões pela qual eu mantenho esse blog, cheguei à conclusão que, além de fazer um exercício psicopata (segundo o autor), pois, escrevo para mim mesma, no fundo também tenho o desejo de que ele seja lido, Se não for hoje... Que seja futuramente!

O outro trecho está no capítulo 17 – Felicidade como Vitalidade “(...) Gosto de livro e, portanto, gosto do cheiro de livro novo, do livro a ser aberto, despaginado, violado, profanado, ao ser manchado pela água que derrubei ou a comida ou a gota de azeite que caiu ali, ou os riscos, grifos e comentários que acrescentei.” (p.159)

Muito eu! Ah, na página anterior o autor fala também que ele comprou livros que ainda não leu, ou que leu só um pedaço, e livros que comprou somente porque queria ter. Que bom... Achei que eu tinha um problema.rsrs

O interessante deste livro é que, em cada capítulo tinha algo que me fez pensar. Eu gosto quando um filme, um livro tem esse efeito sobre mim.
E a melhor parte eu achei que está no último capítulo. Falo disso em uma próxima postagem...

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