segunda-feira, 20 de junho de 2016

Fazendas Históricas do Interior Paulista

Ontem eu e o Zé fizemos um passeio pelo SESC.  Na verdade nosso primeiro passeio pelo SESC. E olha... Foi uma experiência incrível! Adoramos!
Mesmo cansados, e um pouco arrependidos por ter assumido esse compromisso, fomos. No fim concluímos que valeu a pena cada minuto.
Porque cansados e arrependidos? Cansados porque além da semana acordando cedo para trabalhar, no Sábado foi nosso de dia de ficar com a mãe do Zé. Temos que chegar a casa dela no máximo 8h.
Também tem feito muito frio, o que me deixa mais preguiçosa. Então sair da cama cedo, não é uma tarefa muito fácil. E por conta desse passeio tivemos que acordar mais cedo que o normal.
Até não seria tão penoso sair da cama cedo se tivéssemos ido dormir cedo. Só que fomos dormir muito tarde, pois, no Sábado aconteceu a festa surpresa do Sandro.

O passeio foi para conhecer Fazendas Históricas do Interior Paulista, que estão localizadas em Limeira e Cordeirópolis (SP).

A primeira fazenda que visitamos foi a Fazenda Morro Azul, que fica em Limeira.
Essa fazenda foi fundada em 1806, pelo Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão “o mais rico paulista”, dono das terras e fundador da cidade de Campos do Jordão. A construção da sede da fazenda foi iniciada em 1870, sobre um projeto suíço e possui influências neoclássicas (encontradas nas colunas e adornos), e portuguesas (presentes na escadaria larga e nos  azulejos), sendo até hoje considerada a única fazenda histórica que possui azulejos ingleses  e portugueses na decoração da fachada de sua sede. Todo o material da construção, como canos, blocos, vidros, móveis, portas e janelas vieram da Europa, passando por Campinas, e pó estradas de terra em carros de bois.
Em 1911 a Fazenda Morro Azul foi adquirida por Luís Bueno de Miranda, um importante agricultor, e até hoje pertence à sua família. Vale ressaltar que no processo de tombamento da propriedade ocorrido em 1973, a Fazenda Morro Azul foi considerada como o mais requintado exemplar de fazenda do Século XIX.
A fazenda hospedou o imperador D.Pedro II por duas vezes e ficou conhecida na região como a fazenda do Imperador. Na fachada da fazenda, as palmeiras imperiais, doadas na época pelo imperador, demonstram a proximidade dos donos com a família real.

Nessa fazenda conhecemos a guia Izabel. Ela contou toda a história da fazenda com uma riqueza de detalhes impressionante. E em vários momentos ela se emocionava, chegando a rolar lágrimas de seus olhos. Passeamos por todos os aposentos da fazenda. O quarto que D.Pedro II dormiu (na cabeceira da cama tem uma foto dele). O quarto que a Princesa Izabel dormiu. A capela. Izabel contou-nos que ali surgiu a coxinha (de galinha).  Contou-nos também que sempre que vermos uma fazenda com 12 palmeiras na frente, significa que o imperador esteve ali. E a cada móvel, objeto, canto que ela mostrava tinha uma história. Encantadoras! A fazenda e a Izabel.



Com o Zé, Izabel - excepcional guia


Depois da visita à fazenda Morro Azul, fomos almoçar em uma churrascaria no centro da cidade. A programação era almoçarmos na fazenda, o que não foi possível porque os donos (herdeiros) estavam hospedados (com amigos) na mesma.

Após o almoço seguimos para visitar a fazenda Ibicaba, que fica em Cordeirópolis.
Essa fazenda conserva um importante conjunto arquitetônico, representativo do ciclo do café, formado pela sede centenária, da capela, a senzala, a tulha, os terreiros e aquedutos construídos pelos escravos, o prédio da escola, a torre do relógio com seu mirante, bem como as máquinas antigas para benefício do café.
A fazenda, uma das maiores produtoras de café da época, foi palco da Revolta dos Parceiros ou insurreição dos imigrantes europeus, comandada pelo suíço Thomaz Davatz, contra a subordinação em que os colonos viviam na época.
Com o objetivo de viabilizar a preservação e divulgação tanto da história da imigração como do ciclo do café, a Fazenda Ibicaba desenvolve um projeto de natureza turística e educacional, aliadas as atividades ecológicas e de lazer.

Nessa fazenda quem nos recepcionou foi o filho do atual dono da fazenda. Ele conta-nos a história da fazenda. Depois ele separou o pessoal em dois grupos. Cada grupo ficou com dois guias (jovens estudantes) que nos levaram para conhecer a fazenda. Vimos uma enorme figueira que ao batermos no seu tronco o som ecoa pelos arredores. O que mais impressionou, tanto a história como o local em si, tanto que muita gente não quis entrar para ver, foi a senzala. Deprimente ver onde ficavam os escravos.



Um dos guias


Em resumo passamos um dia especial. Conhecemos lugares - e histórias fantásticas. Os guias muito dedicados. O ônibus, o serviço de bordo, o café que nos foi servido - nas duas fazendas, o almoço. Tudo da melhor qualidade.
O friozinho da manhã, e o cansaço acumulado da semana,  ficaram para trás no momento que começamos a viagem pela história. Eu que nunca curti muito história, fiquei apaixonada. Imagine para os historiadores! Como disse no começo da postagem... Esse é um passeio que vale a pena fazer. Super recomendo!!


Os textos grifados eu extraí do folheto (Turismo Social – roteiro 2016) do SESC.

2 comentários:

  1. O fundador da cidade de Campos do Jordão foi o portugues, Matheus da Costa Pinto. As terras do Brigadeiro Jordão foram loteadas e vendidas na segunda metade do século XIX. Após a morte de Manuel Rodrigues Jordão, seus herdeiros fragmentaram a terra, dando azo a que Matheus da Costa Pinto, homem rico e de visão, adquirisse uma grande parte. Um dos primeiros compradores, o português Matheus da Costa Pinto, adquiriu extensa área à beira do Rio Imbiri. Comprou três fazendas: Humaitá, Bahú e Imbiri.

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  2. Oi Mauricio,
    Bem-vindo ao meu espaço e obrigada pelo seu comentário.
    Abraço,

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Olá. Ficarei muito feliz com seu comentário. Só peço que coloque seu nome para que eu possa responder, caso necessário. Obrigada!