Estava de boa e quis assistir um filminho. Encontrei
este no Globoplay. Decidi assistir só pra ver como vai ser isso. Porque a gente
tem desconfiança com relação a políticos. Podem até ter os bem intencionados,
mas quando cai lá dentro, tem que ter muita força de vontade.
Data de lançamento: 02 de outubro de 2014 / 1h
50min
Direção: Roberto Santucci
Roteiro: Paulo Cursino
Elenco: Leandro Hassum, Luiza Valdetaro, Victor
Leal
Gênero: Comédia
Sinopse: João Ernesto Ribamar (Leandro Hassum) é um
político corrupto, candidato à presidência da República. Ele está no segundo
turno das eleições, à frente nas pesquisas, quando recebe uma mandinga da avó,
fazendo com que ele não possa mais mentir. Agora começa o problema: como vencer
uma eleição falando apenas a verdade?
Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-226243/
É sempre muito engraçado esses filmes em que a pessoa
não pode mentir. A gente mente, até mesmo para não magoar o outro. Por isso
dizem que se quer saber se está gordo ou magro, feio ou bonito, bem vestido ou
ridículo, etc, é só perguntar para uma criança. Elas não tem essa malícia. Não
pensam se está magoando ou não. Isso porque, na verdade, elas nem sabem o que é
magoar. Ofender. Chatear.
Então, quando João Ernesto começa a falar somente a
verdade, é muito engraçado. Ele já começa esculhambando a mulher. Fala que o
terninho que ela está usando é ridículo. Fala para ela sorrir menos, para não
aparecer a gengiva. Ele não consegue mais mentir de jeito nenhum e imagine isso
para uma pessoa que precisa dar entrevistas. Uma pessoa pública.
Eu dei muita risada. Falar a verdade dói e o
candidato sentiu isso na pele. Porque, a partir do momento que começou a falar
a verdade, só apanhava.rsrs
O que vou escrever abaixo, copiei de uma crítica do site
Adoro Cinema.
A avó diz “João, seja um homem
honesto”, no que ele retruca “eu vou para Brasília, se eu for honesto lá, vou
me sentir muito sozinho”. O assessor diz “João, estamos chegando ao Congresso”,
no que ele responde “ih, quase nunca venho”. O pai de santo diz “eu estou
acostumado com as criaturas das trevas”, no que ele pergunta “Ah, o demônio?”,
e ouve como resposta “não, os senadores”.
As piadas de “O Candidato Honesto” refletem um total descrédito da
população com os políticos brasileiros. É jogar para a plateia, reforçando
preconceitos. O caminho é fácil; o resultado, previsível. E abusa-se do humor
físico, com trapalhadas, mamilo e peido. É um “Zorra Total” com palavrão.
Fora a trama previsível, a personagem
de Luiza Valdetaro é
inacreditavelmente absurda. A jovem atriz dá vida a Amanda, uma jornalista que
trabalha em uma redação inverossímil (um misto de jornal impresso de cunho
político com programa de TV de celebridade – até aí, vai um desconto, ninguém
tem a obrigação de conhecer, nem razoavelmente, as diferentes estruturas de um
veículo noticioso) que, inexplicavelmente (e aqui está o maior problema)
acredita na boa intenção de João Ernesto.
O ponto positivo são as referências a
personalidades conhecidas, salpicas ao longo do filme. É quase divertido
imaginar quem poderia ser a aspirante a primeira dama de gengivas saltitantes.
E qual estilista teria assinado o terninho colorido declaradamente cafona (João
Ernesto não mente) que ela escolhe para usar em um programa de auditório? Há um
deputado corrupto de cabelo engomado que evoca o nome de Deus na hora de
negociar um apoio político (algum palpite?).
De engraçado mesmo, sobra a participação do pai de santo já mencionado, que “recebe” figurões inusitados – e até artistas – de outro plano, no momento do filme que tem maior potencial para surpreender a plateia (daí a graça).No fim, o filme tenta justificar o(s) próprio(s) meio(s) usados, a partir da reabilitação moral do protagonista. O discurso político é raso, mas a mensagem, significativa. Resta saber se, depois de quase duas horas de reforço do senso comum de que todo político é corrupto, ainda é possível acreditar na honestidade de um candidato fora da sala de cinema.
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