Segredo nº 88 |
Se você assistir aos noticiários da televisão, às
novelas e aos programas de grande audiência sem estar com o senso crítico
aguçado, chegará inevitavelmente à conclusão de que o mal predomina
assustadoramente no planeta, que a desgraça é iminente e que o fim do mundo
está próximo. Será confrontado também com ambientes de luxo e riqueza, onde só
há alegria e mulheres deslumbrantes apresentadas como um ideal a ser atingido.
De um modo geral, ficamos ali sentados, inertes, engolindo passivamente tudo,
sem nos darmos conta do mal que essas imagens nos fazem. Por isso, tome duas
iniciativas: procure evitar os noticiários antes de dormir, para não levar
todas aquelas desgraças para o seu sono. Ou então assista aos programas e
novelas filtrando com seu senso crítico, sabendo que o que é bom, positivo,
nobre e generosos dificilmente encontra espaço nas telas, tomando consciência
de que a realidade é ambígua e que os valores determinantes da felicidade não
se identificam com o luxo e o esplendor que a televisão apregoa.
Durante mil gerações, a tribo Gwinch’in viveu no
norte do Alasca em um isolamento cultural quase completo. Os membros da tribo
eram totalmente autossuficientes, sobrevivendo com base em habilidades e
sabedoria aprendidas com seus pais e com os anciãos.
Em 1980, um líder da tribo adquiriu uma televisão.
O evento é descrito por membros da tribo como o
princípio de um vício. Em breve o convívio e os costumes nativos começaram a
ser ignorados de modo a maximizar o tempo diante da televisão.
Um pesquisador comentou a respeito da experiência
dessa tribo: “Para esses nativos, como para todo mundo, a televisão é um gás
paralisante cultural. É inodoro, indolor, insosso e mortal.”
O que aconteceu com as tradições Gwinch’in que haviam
sido respeitadas durante milhares de anos? Nas palavras de um membro da tribo: “A
televisão nos fez desejar ser uma coisa diferente. Ela nos ensinou a cobiça e o
desperdício, e agora tudo que éramos está perdido.”
Apesar de ter programas excelentes, a televisão é
capaz de mudar a nossa visão do mundo e nos incentivar a desenvolver conclusões
altamente irreais e muitas vezes prejudiciais que reduzem a nossa satisfação na
vida a perto de cinquenta por cento.
Jeffres e Dobos, 1995
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