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Segredo nº 86 |
Ninguém quer que suas pessoas queridas sofram qualquer mal, mas é preciso
deixá-las viver suas vidas e passar por suas experiências. Ficar o tempo todo
se preocupando e tentando impedir que façam aquilo que desejam é um risco:
aqueles que protegemos não desenvolverão seus próprios recursos e mecanismos de
defesa, não crescerão aprendendo com as experiências, e nós ficaremos
incessantemente preocupados.
😃😃😃
Na rua onde moro vivem duas famílias com crianças pequenas. O
comportamento de cada uma em relação aos filhos ilustra bem o que quero falar
sobre superproteção. Na primeira, as crianças são cuidadas, protegidas de
perigos, mas têm espaço para criar seus próprios jogos, inventar suas
brincadeiras, convidar os amiguinhos de escola, às vezes ir dormir na casa de
algum deles. São crianças alegres, soltas, comunicativas, capazes de achar
graça nas pequenas diversões. Se acontece algum problema, o pai conversa com os
filhos, procurando fazê-los entender o que aconteceu e, se for preciso,
colocando limites.
Na segunda, as crianças são sufocadas pela superproteção: seus horários
são absolutamente preenchidos pelos pais com aulas de todo tipo, não são
deixadas sozinhas em nenhum momento, não podem frequentar a piscina dos
vizinhos, as roupas que usam em qualquer ocasião são escolhidas pela mãe e em
hipótese alguma dormem fora de casa. São fechadas, desconfiadas, e eu as vejo
olhando as brincadeiras das outras com visível desejo de participar, mas sem
ter coragem ou permissão para fazê-lo.
😃😃😃
Pesquisas realizadas com milhares de pais e mães mostraram um menor nível de felicidade nos que tinham um comportamento superprotetor. A energia e o tempo gastos por causa das preocupações os tiravam de outras atividades prazerosas e causavam um nível mais alto de estresse, além de prejudicar seus filhos.
Voydanoff e Donnelly, 1998
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