segunda-feira, 9 de junho de 2025

27 dias sem a minha mãe

Daqui três dias vai fazer um mês que minha mãe faleceu. E estou me estranhando. Não estou chorando como acho que deveria. E isso – em partes – me incomoda.

Mas acredito que “não chorar” se deve a vários motivos:

Carrego um sentimento de paz ao lembrar da minha mãe. Paz porque sei que fiz o que pude enquanto ela viveu, principalmente nos últimos anos. Paz porque nos trinta dias que ela ficou no hospital, nos momentos que eu estava com ela, eu conversei, eu chorei, eu agradeci, eu chorei, eu pedi desculpas, eu chorei, eu orei, eu chorei. Cada momento foi vivido com muita intensidade. Por isso, desde então sinto paz.

Outro motivo é porque estou convencida de que os trinta dias foram para preparar. A cada um de nós e a minha mãe também. Por isso eu acredito que ela foi bem e está bem. Continuo orando pela alma dela. E confiando na misericórdia divina. Para com ela e para com todos nós que aqui ficamos. 

E por fim, sei que pode não ser o mais “sensato”, mas procuro não pensar muito na minha mãe. Apesar do Sr.Google ficar trazendo lembranças dela quase todos os dias. Isso porque eu sempre tirava fotos quando estava com ela, seja nas comemorações, nos passeios e nas visitas à casa dela. Vejo a foto, o vídeo e desvio o olhar. A atenção. Um jeito que encontrei para não pensar e assim não acordar - ou sair - do mundo em que decidi me enfiar. Um mundo onde imagino que ela foi viajar. E enquanto ela não volta, vou me acostumando sem a presença dela. Assim, se - ou quando - eu despertar, o baque não vai ser muito grande.

E meus irmãos, como estão lidando com a dor? A gente não toca muito no assunto. Percebi que cada um está lidando da forma que acha melhor. E um respeitando o comportamento do outro. Ou a forma que escolheu para passar ou viver esse momento.  

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