Segundo dia depois da alta

Hoje é quinta-feira, feriado "Dia do Trabalhador". É o segundo dia da minha mãe, na casa dela, depois da alta do hospital. 

Eu fiquei mais de ajudante da Silvana. Mas tudo que ela fazia, fazia explicando como fazer. Coloca dieta. Depois que acaba, passa duas seringas de água na sonda (para limpar). Depois de 30 minutos que tomou a dieta, coloca 250ml de água. Tem os medicamentos: dipirona, antibiótico, omeprazol, Clopidogrel. Faz bombinha. Em seguida, inalação. Para trocar a fralda e mudar de posição tem que ser em duas pessoas. Passa creme. Passa óleo. Limpa a boca. Passa manteiga de cacau nos lábios.

E quando passa a manteiga é sempre motivo de risos. As meninas acham que ela não gosta do sabor. Porque é passar e minha mãe fecha a boca. Chega a travar.

Eu fiquei conversando com ela. Como sempre tenho feito, conto o dia que estamos, se é um dia especial (no caso de hoje, feriado) e uma ou outra observação que acho necessário ela saber. Mais para ela não ficar perdida no tempo. 

Mas no geral eu achei que minha mãe está mais tranquila. Pelo menos se comparado ao domingo, no hospital. 

Eu deixei a televisão ligada o dia inteiro, tocando a playlist do André Rieu. Teve vários momentos que minha mãe dormiu pesadamente. E nessas horas a gente ia fazer alguma coisa pela casa. Estendi a roupa que a Silvana colocou na máquina. Guardei as roupas da minha mãe, que estavam dobradas em cima da cama.

No final da tarde, eu e a Silvana nos sentamos no sofá. Minha mãe dormia quietinha. Cochilamos. 

Acordei com batidas na porta. Era a Eliane e Gabriel. Depois chegaram o Marcos e a Nilda. A gente ia dar banho na minha mãe, no fim não demos. 

A Eliane e Gabriel foram embora. A Nilda deixou o Marcos e foi na igreja - ia voltar mais tarde para buscar o Marcos. No fim, eu e a Silvana só fizemos uma higienização básica na mãe. O que se ela tivesse consciente, com certeza não ia reclamar.rsrs

A Letícia foi me buscar porque ela e o Henrique vão dormir em casa. Amanhã eu vou trabalhar home-office. E como ela trabalha próximo de casa, perguntou se podia dormir em casa. Eu gostei da ideia. Tinha carona e companhia.