terça-feira, 22 de abril de 2025

Primeiro dia: Entrada da minha mãe no hospital e o primeiro diagnóstico

13 de abril, domingo de Ramos

Silvana disse que minha mãe acordou de manhã, como sempre. Fez o café. Tomou e voltou a deitar. Quando o Nego foi chamar a minha mãe, estranhou que ela não respondia. Como se estivesse em um sono profundo. A Silvana tentou acordá-la e quando viu que ela não respondia, chamou os irmãos. E o SAMU. Como sempre, a única que atendeu foi a Adriana. Eu, Shirlei, Marcos, Sandro estávamos cada um na sua igreja. Sérgio no Japão. Zé foi me pegar no final da missa, já pedindo para eu olhar meu celular. E fomos para o hospital da Unicamp. Adriana tinha ido para a casa da minha mãe para ficar com o Nego.

Encontrei com a Silvana que estava na sala de espera da UER (Unidade de Emergência Referenciada). Ela falou que a médica já tinha ido duas vezes conversar com ela. Estava tentando entender o que estava acontecendo com a minha mãe. Chegou até a perguntar para a Silvana, se a minha mãe poderia ter tomado “muitos remédios” de uma só vez. A Silvana falou que não. E comentou se não poderia ser AVC. Então a médica falou que iam fazer uma tomografia. A Silvana disse que dentro da ambulância, a caminho do hospital passou o relatório dos últimos dias, das últimas idas da minha mãe ao médico. Dos sintomas. E dos medicamentos.

Fiquei com ela e um tempo depois chegou a Shirlei e o Marquinhos. Zé e Marquinhos saíram para comprar salgadinhos, e algo pra gente beber.

Continuamos esperando. Cada vez que a porta abria a gente achava que podia ser a médica. Uns minutos antes das 16h, saímos e nos encaminhamos para o 3º andar do Hospital das Clínicas. A Silvana ia entrar para procurar a médica e ver se conseguia ver a minha mãe. Às 16h começam as visitas, por isso deixam entrar.

A Silvana entrou. Ela viu minha mãe que estava na “enfermaria da emergência”. Disse que minha mãe estava agitada. Silvana estava tão nervosa que saiu e pediu para o Zé ir buscar as meias da minha mãe que estava na sacola. Uma sacola que ela deu para colocarmos no carro, quando chegamos. Zé foi, procurou, revirou o saco e não encontrou. Silvana voltou para a enfermaria. Continuamos esperando. Mais tarde, quando ela saiu, falou que a meia estava no pé da minha mãe. Ela estava tão nervosa que sentiu que os pés da minha mãe estavam gelados, mas não viu a meia.

Fomos para a casa da minha mãe. Nos reunimos (os sete irmãos) e a Silvana falou o resultado da tomografia. Quem conversou com ela foi a médica e um médico, Dr.Rafael. A tomografia acusou que minha mãe teve um AVC severo. Que pela imagem não foi recente. E que provavelmente atingiu uma parte do cérebro que mantém a pessoa acordada. Mas eles iriam fazer outra tomografia em 24 horas para ter mais clareza e certeza no diagnóstico. Ficamos arrasados! Além da grande preocupação por saber que a minha mãe estava sozinha, em um lugar abarrotado de gente. Apesar de não ver, ela pode ouvir as conversas e barulhos. Ela sente frio. Ela tem a pele sensível. Sente câimbras. E ela tem muito medo de morrer! E nessas horas deve ser desesperador se sentir sozinha.

Ficamos de mãos atadas. A única opção era esperar até às 16h do dia seguinte. A Silvana disse que o Dr.Rafael avisou que não ligariam do hospital (para NADA!) e que não deixariam entrar antes desse horário.

A Silvana ficou incumbida de avisar a tia Janete – que transmitiria a notícia para os outros tios. E para a família, pois todos (netos e bisnetos) aguardavam notícias ansiosamente.

Cada um de nós foi para casa com o coração partido. Lágrimas nos olhos. E muito medo do que viria pela frente.

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