quarta-feira, 5 de junho de 2024

Procure pensar menos nas pessoas e nas coisas que incomodam

Segredo nº 70

Há inúmeras coisas nas quais podemos pensar, mas muitos têm a tendência de concentrar sua atenção naquilo que mais incomoda. Se é o seu caso, tome consciência das manifestações dessa tendência. Pense nos aborrecimentos, para resolvê-los, mas procure concentrar-se nas coisas que trazem alegria.

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Ralph conseguiu comprar a casa de praia com que tanto sonhava. Encontrei-o no final do verão e, ao perguntar-lhe como tinham sido as férias, ouvi um relatório de infortúnios: a casa era muito quente, os mosquitos atormentavam à noite, os vizinhos tocavam um som infernal.

Fui convidado para passar lá um fim de semana na casa de Ralph: fazia de fato calor, mas um ventilador de teto resolvia o problema e até ajudava a espantar os mosquitos. A mulher de Ralph, com sua gentileza característica, levara um bolo para os vizinhos barulhentos e conseguira negociar com eles uma diminuição do volume do som.

O lugar era paradisíaco, a água do mar deliciosa, bater papo tomando uma cerveja na frente daquela beleza um verdadeiro privilégio. Mas Ralph continuava focado nos problemas e com isso perdia o prazer que o lugar tinha a lhe oferecer.

Os queijos suíços são gostosíssimos, mas há quem se concentre nos buracos desse queijo. Na minha família, quando alguém começa a insistir nos aspectos negativos de alguma coisa que pode causar prazer, é logo denunciado pelos outros: "Você só está vendo o buraco do queijo!"

É claro que há pessoas e situações que nos desagradam, nos fazem mal. Na medida do possível, devemos tranquilamente evitá-las. Mas aqui estamos falando de uma tendência: a de se deter nos aspectos negativos que qualquer realidade tem, deixando assim de usufruir o que lhe dá prazer. Examine suas atitudes, descubra qual é sua tendência e, se for necessário, tente modificá-la.

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Aqueles que costumam ruminar os assuntos negativos e a infelicidade têm setenta por cento menos chances de se sentirem contentes do que aqueles que não o fazem.

Scott e McIntosh, 1999


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