Acordei nesse primeiro dia de Dezembro com vontade de
comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o Mestre dos
Mestres, e no dia 25 é o aniversário Dele.
Sai cedo de casa e fui ao maior shopping-center da
cidade. Pensei primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco
mais branco da Terra ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e
desisti.
Em outra vitrine vi um sapato de couro. Lindo e
caríssimo, mas quando me lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão
cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse
seus pés.
Uma caneta. Foi isso que a próxima vitrine me
apresentou. Uma linda caneta de marca famosa. Seria um lindo presente, mas
lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática,
servindo e amando sempre.
Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha sequer
um travesseiro para recostar sua cabeça, e pensei no melhor travesseiro de
plumas de uma loja especializada em sono. Era importado e muito confortável,
mas lembrei-me que os justos dormiam tranquilos e que Ele jamais usaria o
travesseiro.
E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro,
malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas. Tudo supérfluo! Tudo
matéria que o tempo iria corroer. Confesso que saí um pouco chateado do
shopping, afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus, e não havia
achado nada.
Na porta do shopping um menino muito miudinho sorriu
para mim. Perguntou meu nome e eu o dele. Ele riu e me estendeu a mão. Tinha o
rosto muito sujo, as mãos encardidas. Perguntei pela sua mãe. Ele deu de
ombros. Sobre o pai. Nem sabia onde estava... Perguntei se ele queria comer um
lanche. Ele sorriu com um sim, pegou na minha mão.
Na porta do shopping olhou para suas roupas e olhou
para mim. Sabia que não estava corretamente vestido. Peguei-o no meu colo. Era
a senha para ser feliz. Seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites
e pessoas bonitas como se fosse um filme de Walt Disney.
Na lanchonete sentou-se na cadeirinha giratória e
sorriu como “reizinho”, e entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes
como dois velhos amigos.
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de
futebol. Coisas importantes para o ser humano, principalmente quando somos
crianças. Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete
gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol. Pedi um instante. Fui
até o caixa. Quando voltei com os sorvetes na mão ele não estava ali. Por
instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro. Ou estaria olhando a
lanchonete. Mas não estava ali mesmo.
Foi quando sobre a caixa de batatas vazias vi um
papelzinho. Um bilhetinho escrito com letra miúda que dizia assim:
“Obrigado pelo melhor presente de aniversário que
poderia me dar: Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo!”. Assinado, Jesus
VAMOS TENTAR RECORDAR QUAL O VERDADEIRO SIGNIFICADO
DO NATAL.
P.S. Não sei quem escreveu a história acima.
Estava guardada na minha pasta e decidi guardar aqui.
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