Duas irmãs viviam em pé de guerra. Não podiam
se encontrar que era briga na certa.
Depois de uma aproximação com Deus, dona Ciclana
descobriu o verdadeiro valor da amizade e resolveu que iria fazer as pazes com
dona Beltrana.
Tão logo se encontraram, muito humildemente, disse
dona Ciclana:
_ Minha queria Beltrana, já estamos nessa desavença
há anos e sem nenhum motivo aparente.
Proponho fazermos as pazes e, assim, viveremos como
duas boas e velhas irmãs.
Dona Beltrana estranhou a atitude da velha rival, e
disse que iria pensar no caso. Pelo caminho foi matutando:
_ Essa minha irmã Ciclana não me engana, está
querendo me aprontar alguma e eu não vou deixar barato. Vou mandar-lhe um
presente para ver a sua reação.
Chegando em casa, preparou uma bela cesta de
presentes, cobrindo-a com um lindo papel, mas encheu-a de esterco de vaca.
_ Eu adoraria ver a cara da Ciclana ao receber esse
"maravilhoso" presente. Vamos ver se ela vai gostar!
Mandou a empregada levar o presente à casa da
rival, com um bilhete:
_ Aceito sua proposta de paz. Para selarmos nosso
compromisso, envio-lhe esse lindo presente.
Dona Ciclana estranhou o presente, mas não se
exaltou.
_ O que ela está propondo com isso? Não estamos
fazendo as pazes? Bem, deixa pra lá.
Alguns dias depois, dona Beltrana atende a porta e
recebe uma linda cesta de presentes, coberta com um belo papel.
_ É a vingança daquela asquerosa! O que será que
ela me aprontou?
Qual não foi sua surpresa ao abrir a cesta e ver um
lindo arranjo das mais belas flores que podiam existir num jardim... E um
cartão com a seguinte mensagem:
_ Estas flores lhe ofereço em prova da minha amizade. Foram cultivadas com "aquilo" que você me enviou e que, por sinal, proporcionou um excelente adubo para o meu jardim. Afinal, cada um dá o que tem em abundância em sua vida!
Aulus Di Toam
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