Esta história se passou na Inglaterra, no início do
século XX. Um homem muito rico vivia em sua mansão, cercada de um jardim florido,
e um grande lago que se podia avistar de dentro da casa. Em uma manhã,
apreciando a paisagem da sacada de seu quarto, viu seu filho atravessando a
ponte sobre o lago, e no momento seguinte presenciou a pior cena de sua vida.
Seu filho, ainda pequeno, caiu dentro do lago.
O pai desesperado saiu correndo, gritava por socorro,
mas nada podia fazer. Ao se aproximar, ele viu o seu filho nos braços do
jardineiro, que acabara de tirá-lo de dentro da água e tentava reanimá-lo. Após
voltar a si, o menino chorou muito assustado. O pai, emocionado ao ver o seu
filho a salvo, diz ao jardineiro: "Meu amigo, o que você acaba de fazer
não tem preço. Portanto, o que me pedir, eu lhe darei. Até mesmo, metade da
minha fortuna, se assim você quiser".
O jardineiro, vendo a alegria do pai disse:
"Senhor, eu não fiz nada que outra pessoa não o faria. Estava por perto, e
tenho certeza, se fosse o meu filho o senhor faria o mesmo."
O patrão insistiu com ele: "Por favor, peça
alguma coisa, eu quero retribuir seu ato heroico. Você salvou a vida do meu
único filho".
Tanto insistiu, que o jardineiro, um pouco
envergonhado, disse: “O senhor sabe que tenho um filho que gosta muito de
estudar, e eu não tenho condições de pagar o seu estudo. Se for possível, ajude
meu filho nos estudos".
Feliz por saber que poderia retribuir de alguma
forma, providenciou as melhores escolas para o filho do jardineiro.
Muitos anos depois, o patrão já estava com bastante
idade, e ficou doente. Sua enfermidade não tinha cura. Sendo ele, um homem
muito rico, ofereceu metade de tudo o que tinha para quem conseguisse curá-lo.
Muitos médicos, entre eles, grandes especialistas se
apresentaram a ele, mas ninguém conseguia conter a sua febre. Durante uma das
visitas que recebeu um famoso professor lhe falou sobre um jovem cientista
médico, que estava fazendo uma pesquisa avançada a respeito daquela doença.
O jovem cientista foi localizado, e dois dias depois
se apresentou ao homem enfermo. Ao vê-lo, o homem já desenganado, fez o apelo
por sua cura, oferecendo-lhe metade de seus bens. O jovem respondeu-lhe:
"Eu estive na guerra pesquisando esta enfermidade. e descobri que através
do mofo podemos chegar à cura. Ainda não testei os resultados em um ser humano,
somente em cobaias de laboratório. Ainda faltam alguns testes, para podermos
assegurar que terá efeito". O homem, em total desespero, sabendo que seu
fim estava próximo, se apresentou como cobaia, assumindo todos os riscos. O
jovem cientista começou uma série de aplicações, e um mês depois, o homem já
estava curado.
Cheio de saúde, o rico homem deu uma grande festa,
para comemorar o seu reestabelecimento. Quando a maioria dos convidados já
estava presente, o homem pediu um minuto de atenção, tomou a palavra e disse:
"Hoje, é um dia muito importante para mim. Este jovem cientista,
desenvolveu a cura para a minha infecção. O prêmio que vou lhe dar, não é nada
perto das vidas que serão salvas".
"O senhor não me deve nada. Eu já tenho tudo o
que quero. Não fiz isto pelo dinheiro e sim pela humanidade",
respondeu-lhe o jovem. "Mas eu insisto que aceite esta fortuna, você a
merece".
Nesse momento, o jovem cientista olha nos seus olhos,
e pergunta: "O senhor não está me reconhecendo? Eu sou Alexander, o filho
do seu jardineiro. Foi a mim que o senhor pagou os estudos. O grande prêmio
pela sua cura, o senhor já me deu há muitos anos”.
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