E hoje é aniversário da minha irmã mais velha. A
Shirlei. Ela é a mais velha de todos os irmãos. Mas velha por escala, porque
não aparenta a idade que tem. E se sorrisse mais, ia parecer mais nova ainda.
A Shirlei exerceu um papel de mãe pra mim. Por ser
mais velha, claro que ela carregou mais carga que todos os outros.
Tenho uns flashes da minha infância dela cuidando de
nós. Ela nos colocando para tomar banho. Vejo uma bacia com água no quintal.
Coitada, ela devia dar banho na gente e meia hora depois, a gente devia estar
tudo encardido.
Tem um outro episódio, de quando a gente morava no
que eu acho que era uma favela. Lembro das casas (barracos) tudo apertado. Sem
ruas. Um dia o carro da vacina chegou e a Shirlei foi nos pegar para tomar a
vacina. Fugi. Eu e o Marcos. Não sei dos outros. Ou seja, demos trabalho para
ela.
Ah, lembro muito dela estendendo roupas no varal e
cantando. “Chuva cai, e eu tão só. Olhando, a chuva, comecei a chorar...” E
outras.rsrs
Quando eu já estava mais crescida, lembro que brigava
bastante com a Shirlei. Também, ela colocava a gente para ralar de final de
semana. Tinha que arear as panelas. Ou lavar roupas. Mas sei que ela estava
apenas cumprindo o papel dela de mãe. Mas que eu brigava, brigava.
De vez em quando tinha uns arranca rabo com ela
porque ela não emprestava as roupas dela. A Shirlei sempre foi de se vestir
bem. Até hoje é assim. Ela tinha umas roupas muito bonitas. Eu pedia. Ela não
emprestava.
Mas minhas brigas com ela eram só de palavras. Nada
muito pesado. Naquela época não podia. E a gente nem sabia o significado de uns
palavrões também. Fui entender o significado de “puta que pariu” já estava na
adolescência, ou já adulta. A gente falava outra palavras, por exemplo:
lazarento. Nem sei o que significa.
Por ter sido mais uma mãe pra mim (uma mãe que eu
respeitava, mas que podia brigar também.rsrs), não tive muitos momentos de diversão
com a Shirlei.
E isso me faz pensar que triste foi para ela. Porque
teve irmãs, mas não teve.
Ela casou cedo. Lembro de quando ela ficou grávida da
Elen. E depois da Eliane. Cheguei a ficar com ela quando ela estava de dieta,
após ter a Eliane.
No início de 1991 ela foi para o Japão. Para
trabalhar. Foi ela, a Adriana, o Sergio e o Sandro. Ficou lá um pouco mais de
01 ano (não tenho certeza do tempo). Tempo suficiente para conseguir comprar uma casa. A mesma em que vive.
A Shirlei, além de se vestir bem, também é de se cuidar. Admiro isso nela. Sempre que pode ela está com as unhas feitas. Tem uma letra bonita e escreve bem. Uma vez ela mandou uns e-mails que eu fiquei boquiaberta com a linguagem e pontuação. Ela também é muito inteligente. Todo trabalho que arruma, logo já está em um cargo de confiança.
É muito cuidadosa com a casa (às vezes acho que até demais) e cozinha muito bem também.
Agora se tem uma coisa que todos são unânimes em
dizer quando falamos da Shirlei, é que ela tem rodinhas nos pés. Gosta de um
passeio que nunca vi.
E hoje que ela está completando mais uma primavera, meus desejos são para que Deus a abençoe imensamente. E que os desejos que ela guarda no coração possam ser realizados.
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