Não sei se já comentei em alguma postagem, que o Zé não obedece ao GPS.
Isso ocorre principalmente quando ele conhece o trajeto que vai precisar
percorrer. Quando não conhece, até que dá uma chance para o GPS.
Por conta dessa “teimosia” dele, na sexta-feira à noite, passamos por uma
situação meio complicada e até um pouco perigosa, quando estávamos a caminho de
Extrema/MG. Vou contar...
Zé não gosta muito de dirigir à noite, mas não teve jeito. Eu fui trabalhar
e depois fomos à academia para fazer nosso treino. Achamos que pegar a estrada
às 18h30min teria mais trânsito do que uma hora depois.
Passava das 19h30min quando pegamos a Rodovia Dom Pedro I. A previsão de
chegada em Extrema era entre 21h e 21h30min. Deixamos para jantar na cidade ou
no hotel onde ficaríamos hospedados.
Numa certa altura da rodovia, o GPS mandou ir por Bragança Paulista. Zé
falou que não ia não. Que pelo caminho sugerido pelo GPS passa por dentro de
Bragança e que tem pista de mão única. Então ele continuou na Dom Pedro. Até
que viu no GPS que estava tudo vermelho mais à frente, na altura de Atibaia. Ele
foi diminuindo e já deu para ver as luzes das lanternas dos carros.
Zé falou que não ia parar naquele congestionamento de jeito nenhum, e pegou
um retorno. Rodou alguns metros na rodovia sentido contrário e pegou uma
estradinha. Logo a estradinha virou estradinha de terra. Só para constar, o Zé não
dirige em rua de terra. Mas, como não tinha opção, continuou. Viu que era um
pouco mais de três quilômetros e seguiu. Tinha um carro na nossa frente (HB20),
que não fosse ele, talvez eu fosse apavorar mais ainda. Não sei se quem estava
no HB20 sentiu-se seguro, por ver que tinha carro atrás. Porque a estrada era ruim. Esburacada. Era terra
embaixo. Noite no céu. E mato na nossa volta. Lugares desertos, desertos. Alguns
pontos não passavam dois carros. Mas estavam vindo muitos carros no sentido
contrário. Acreditamos que era quem estava na rodovia e que também estavam
desviando do congestionamento.
Apesar de tudo isso que relatei até que estava fluindo. Até que... Chegou
em um ponto que o HB20 parou. Vimos na frente dele uma caminhonete e o
motorista manobrando-a, subindo com os pneus laterais em cima do barranco.
Nisso o HB20 foi se apertando no barranco também. E Zé deu um pouco de ré, para
dar espaço para os veículos passarem. Ficamos parados ali por uns longos
minutos (não deve ter sido mais que dez minutos, mas pareceu uma eternidade).
Zé querendo voltar. Eu pedindo para ele dar mais um tempo.
Quando vimos que parou de vir carro em nossa direção, o Zé continuou em
frente. Teve ainda alguns outros pontos em que precisava apertar o carro no
barranco, ou bem na lateral da rua, para conseguir passar os dois veículos. Não
sei em que ponto pegamos ou se toda a estrada é essa, mas o Zé falou (viu no
GPS) que a gente estava na Estrada do Moinho.
Suspiramos fundo quando vimos o asfalto. Podia virar à direita ou à esquerda.
Nesse ponto o HB20 ficou parado. Eu falei para o Zé passar eles, porque podia
ser que o motorista estivesse com receio (talvez medo) da gente. Vai que estão
nos seguindo, ele podia estar pensando. Ou ele podia estar checando o GPS para
ver para que lado seguir.
Zé seguiu o GPS até chegar em uma rua escura e apertada. Tinha casas de um lado e barranco do outro. Logo que ele virou nessa rua eu vi um homem, parado em pé, meio que escondido em um muro. Podia ser escondido
do frio? Podia. Mas achei a atitude um pouco suspeita. Um pouco mais à frente, Zé ficou bravo com um motorista que parou o
carro para um pessoal descer. E quase de frente desse carro, tinha outro carro
parado, no sentido contrário. Zé teve que fazer uma manobrinha para passar
entre os dois. Zé continuou e vimos dois rapazes caminhando. Suspeitos.
Imaginei que a gente pudesse estar em uma área de risco. Zé diminuiu a
velocidade para checar o caminho que o GPS estava dando - eu até entendo, afinal era noite e a gente estava em lugar
desconhecido – mas eu já estava com medo, então pedi para ele acelerar e
comentei que não estava me sentindo segura ali. Só respirei tranquilamente
quando alcançamos a rodovia.
Depois que passou a tensão e o medo, falei para o Zé que ele não tinha me
falado que a viagem seria com emoção. E lógico, não perdi a oportunidade de falar que ele precisa obedecer mais ao GPS.
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