Sinopse: "Numa pacata aldeia onde não existe bicho algum, seja
ele quadrúpede, peixe, réptil, pássaro ou inseto, as crianças são proibidas de
entrar no bosque vizinho, onde, segundo os adultos, reina Nehi, o demônio das
montanhas. Quem se embrenhou por lá não voltou, ou então voltou avariado.
Na escola, a solitária professora Emanuela desenha e descreve os animais que chegou a conhecer em sua infância, mas os alunos riem dela, pois seus pais lhes asseguram que tais seres não passam de lendas malucas e perigosas. Dois dos alunos, porém, não se satisfazem com as explicações dos adultos e resolvem se aventurar pelo bosque para ver com os próprios olhos o que existe lá".
Habituado a discutir com originalidade e lucidez,
tanto em seus livros como em sua militância pessoal, os grandes dilemas
políticos e sociais de nossa época, Amós Oz mergulha aqui no registro da
fantasia para tratar de temas como a discriminação, a convivência com o outro e
a integração do homem com a natureza. De repente, nas profundezas do bosque é
uma fábula estranha e encantadora sobre a importância da independência de
espírito como antídoto à intolerância e ao obscurantismo. Uma fábula, como ele
mesmo declarou, para todas as idades.
Eu peguei esse livro emprestado da Andressa. Faz tempo! Não li antes, pois ele estava perdido no meio dos outros livros. E agora que arrumei os livros na estante, resolvi ler. Para depois devolver a ela. O que vou fazer domingo, no chá de fraldas do Matteo - filho do Gustavo e Thayse.
Li rapidinho, porque ele tem somente 140 páginas. É dividido em
capítulos, 33. De fácil leitura e entendimento. E o melhor, nos leva a
refletir. Os dois alunos citados na sinopse são Maia e Mati. Mas existem outros
personagens como o pequeno Nimi; Lília, a padeira - mãe de Maia; o casal Solina
e Guinom; Almon, o pescador; Danir, o consertador de telhados; e Nehi o demônio
da montanha.
A fábula é encantadora e comovente. A palavra que mais aparece
(não que eu tenha contado) e que desencadeou os acontecimentos na aldeia
(desaparecimento dos animais e o surgimento de Nehi) é: "deboche".
No fim os personagens ficam motivados a acabar de vez com as
discriminações, os deboches. Será que eles vão conseguir? E por fim, também
somos levados a refletir, se estamos fazendo a nossa parte nos dias atuais.
Abaixo copiei dois trechos:
... O medo que vocês conhecem muito bem, o medo de não ser como
todos, ficar quando todos se vão, ou ir quando todos ficam. Ninguém quer ficar
sem o grupo ou ser excluído do rebanho.
Pag. 124
... O castigo dos céticos é sempre duvidar, e duvidar até mesmo
das dúvidas que eles próprios impõem. E o castigo dos desconfiados é suspeitar
de tudo, dia e noite. Suspeitar até de si mesmos e das próprias suspeitas.
Pag. 129/130
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