Segredo nº 35 |
As pessoas ultracompetitivas, que precisam vencer
sempre, terminam usufruindo menos das coisas. Quando perdem, ficam muito
frustradas, e, quando ganham, era isso o que esperavam, de qualquer modo.
Sobretudo não se harmonizam com o ritmo natural da vida, que é feito de ganhos
e perdas.
Richard Nixon estava concorrendo à reeleição para a
presidência em 1972. Ele orientou sua equipe a tomar todas as medidas
disponíveis para conquistar tantos votos quanto possível. Dentre essas medidas,
a mais famosa foi a invasão dos escritórios do Partido Democrático no Edifício
Watergate para plantar aparelhos de escuta. Isso além de uma série interminável
daquilo que o próprio Nixon batizou de “truques sujos”. Seus funcionários
telefonavam para pizzarias e encomendavam cem pizzas para serem entregues no
escritório de um candidato de oposição. Distribuíam panfletos falsos
comunicando que o comício de um oponente havia sido cancelado. Ligavam para
centros de convenções e cancelavam as reservas feitas por oponentes para seus
eventos. Por que isso acontecia? Porque Nixon estava obcecado por vencer – a qualquer
preço.
A maior ironia dessa história é que Nixon estava
vencendo de qualquer modo, e não precisava de nenhum desses truques. Mas sua
incapacidade de lidar com a possibilidade de perder o fazia adotar essas
táticas extremas, que acabaram lhe custando o prêmio que ele almejava tão
desesperadamente.
Mas nem é preciso recorrer a recursos escusos para
garantir a vitória. As pessoas que querem vencer sempre não se dão conta de que
a vida é feita de altos e baixos, de alternâncias. Quem não souber disso e
vincular sua felicidade às vitórias constantes seguramente vai sentir-se
infeliz.
A competitividade pode impedir a satisfação na vida,
porque nenhuma realização será suficiente, e os fracassos tornam-se
especialmente devastadores. Como as pessoas ultracompetitivas têm um altíssimo
nível de exigência, elas não se alegram tanto com seus sucessos, mas se
desesperam com os fracassos.
Thurman, 1982
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