O ônibus do tio Mário fazia aquele trajeto várias
vezes ao dia.
Entre os habituais passageiros, dois mereciam uma
atenção singular do motorista: um menino e uma menina que iam e vinham da
escola da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
Certa manhã, após ler a respeito do torneio nacional
de atletismo para deficientes, o velho Mário perguntou-lhes se tinham intenção
de participar.
_ A gente queria, mas não temos condições! – lamentou
a jovem menina.
Na manhã seguinte, quando encostava o ônibus no
ponto, tio Mário gritou:
_ Corram atrás do ônibus até a esquina!
Enquanto eles corriam pela calçada, tio Mário soava a
buzina da velha jardineira, a fim de incentivá-los.
No final do quarteirão eles entraram, suados, corados
e felizes com aquele desafio.
Durante algumas semanas, o velho motorista repetiu
aquele treino, tendo como torcedores, e incentivadores, os demais passageiros.
Meses depois, a última salva de palmas, naquela manhã
do encerramento do torneio nacional, foi a mais sonora e a mais longa já
registrada na história daqueles jogos: destinava também ao persistente e velho
amigo motorista.
Seus pequenos pupilos acabavam de conquistar a mais
alta premiação nacional nas provas de atletismo de 100 metros.
Aulus Di Toam
🎉 Hoje: Dia do Motorista
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