Vi o Bruno lendo esse livro quando fomos para
Salvador. Falei para ele me emprestar quando acabasse de ler. Ele me entregou
no Dia das Crianças. Comecei a ler na quinta-feira.
Terminei de ler agora de pouco. Um livro muito
gostoso de ler. Toda a vida de Rita Lee contada em 294 páginas. Dividido em
tópicos. E em cada um ela fala de pessoas e de situações: A família. Os vários
cantores e celebridades que fizeram parte (de alguma maneira) da trajetória
artística dela. De quando Elis Regina foi visitá-la na cadeia (vi esse episódio
no documentário da Elis). Falou das músicas de cada álbum lançado (como foi
composta e qual situação). Sobre as censuras. As bandas que fez parte. Dos
vícios. E muitas fotos.
Eu sempre fui muito fã das músicas da Rita Lee.
Sempre a vi como uma artista muito louca. Mas, conhecendo a história dela,
passei a admira-la mais ainda. Agora também como escritora. Dei risada de alguns
trechos, palavras.
Ela usa muito: Fofo! Fofa! Dãã! Principalmente ao
descrever pessoas ou algumas ações. Achei engraçado.rsrs
Ela falar que tem preguiça (tendo feito tudo que fez)
e que não sabe cantar (se ela não sabe, quem sabe🤔😅).
No livro teve também a aparição do fantasminha que a
corrigia ou acrescentava algo.
E para aguçar a curiosidade de quem é fã da Rita Lee
e quer mais um empurrãozinho, como incentivo, para decidir se lê ou não essa autobiografia, abaixo transcrevi um pouco do que contém no livro.
"Crescer sendo brasileira entre americanos
protestantes/maçons e italianos ultracatólicos me deu uma panorâmica
existencial de valores e bizarrices. Não é à toa que sou bipolar com um pé no
trifásico." Pag.31
COM MEUS BOTÕES...
Afinal, Rita, o que você faz aqui se metendo com essa
gente do mundo da música se essa não é a sua praia? Aliás, já sabe o que
pretende nesta vida? (perguntei-me eu).
_ Veterinária-respondi prontamente.
Ah, é? Sem saber porra nenhuma de química e física?
(esculhambei-me eu).
_ Posso também me tornar uma secretária eficiente,
assim como minhas duas irmãs - insisti.
Sei... e ser demitida por derrubar café nos
documentos? (lembrei- -me eu).
_ Dou aula de inglês, trabalho de balconista, pinto
uns retratos, monto uma lojinha de R$ 1,99 - capitulei.
Grande futuro, hein? (ironizei-me eu).
_ Tá bom, desisto.
Ótimo. Invista sua vida em música e fim de papo
(resumi-me eu).
Mas... mas... mas música é só um hobby - protestei.
Será? (duvidei-me eu).
Pag.73
"Fui indo, indo até que acabei "fondo"...
Pag.222
"Inesquecíveis momentos "prazer inenarrável
em ter prazer comigo", das coisas mais divertidas que fiz na vida. Caso um
dia tenha estômago para ler, ver e ouvir algo que fiz no passado (sem querer me
suicidar de constrangimento) começarei pelo TVLeezão. Pag.228
"Quando recebi alta, para me mostrar inteira,
resolvi dar uma coletiva no lobby do próprio hospital e num dado momento uma
jornalista me pergunta se eu havia tido uma overdose. "Eu tomei Lexotan,
uísque e chá de trombeta de anjo, mas o que me ferrou mesmo foi um bolo que
comi. Acho que o chantili estava estragado"." Pag.230
"Em 2007, me diagnosticaram bipolar. Dãã.
Lembrando aqui (já me fazendo de bacaninha para mim mesma) que apesar do meu
vaso ruim viver meio quebrado, eu raramente deixava de fazer shows. Sabia que
quando pisava no palco baixava a miss saúde. Saindo dele, era como se tivesse
acabado de ser nocauteada no ringue por Mike Tyson." Pag.236
"Nos registros de hotéis, no ítem
"profissão", eu nunca escrevia "cantora" (cá pra nós, até
acho meio brega) e para camuflar meu complexo de inferioridade vocal eu
preenchia "compositora", e quando me sentia mais segura,
"musicista"." Pag.244
"Meus Bichos... Sophia está com 21 anos, dona
Francisquinha, 18, Lolita, 10, Gambá, 8, Bibi, 7, Neguinha, 7, e Nino, 3. Temos
um laguinho com carpas e cinco tartarugas d'água, Do-Ré-Mi-Fa-Sol (pra
facilitar), mais quatro jabutis deformados sobreviventes de maus-tratos:
Afonso, Quincas, Tito e Roso (que era Rosa até descobrirmos ser macho). E para
finalizar adotamos Pererê, um sagui de três perninhas que foi rejeitado pelo
bando e mora numa casinha no teto da nossa varanda." Pag.247
"Até saí da minha preguiça e andei fazendo uns
showzinhos pelas europas e américas." Pag.249
"... engoli a preguiça e incluímos..."
Pag.255
"... aciono o modo preguiça e acho tudo muito
desinteressante." Pag.262
Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente
boa. Pag.266