Segredo nº 39 |
Comparar-se com os outros é inevitável, até porque
nossa cultura estimula a comparação desde que nascemos: é mais gordo ou mais
magro, maior ou menor, mama mais ou menos, falou e andou antes ou depois do que
o primo, o irmão, o vizinho, o filho do amigo? O ideal seria não nos
compararmos e tratarmos de usufruir a vida dentro de nossas possibilidades.
Muitos dos nossos sentimentos de satisfação ou
insatisfação vêm do fato de nos compararmos com as outras pessoas. Quando nos
comparamos com aqueles que têm mais, nós nos sentimos diminuídos. Quando nos
comparamos com quem tem menos, somos mais capazes de valorizar o que possuímos.
Muito embora a vida seja exatamente a mesma nos dois casos, os nossos
sentimentos sobre ela podem variar enormemente, dependendo da pessoa com quem
nos comparamos. Compare-se com as pessoas que você admire não tanto pelo que
têm, mas pelo que são. Escolha sobretudo aquelas que fazem você se sentir bem
com o que é e com aquilo que tem.
😀😀😀
Joe é o mais velho de seis irmãos. As idades variam
de vinte e um a quarenta e dois anos. A família nunca teve muito dinheiro, e os
irmãos mais velhos foram criados de forma modesta. Quando terminaram o segundo
grau, Joe e seus dois irmãos mais velhos logo procuraram um trabalho.
Entretanto, quando os três mais jovens terminaram o segundo grau, foram para a
universidade.
Os mais velhos sentem que não tiveram a mesma
oportunidade. Se eles se compararem com seus irmãos mais novos, Joe e seus dois
irmãos talvez sintam decepção e ciúme. Mas se eles se compararem a muitos de
seus amigos - homens da mesma idade e com oportunidades semelhantes às deles -,
verão que têm mais do que muitos deles em termos de realização profissional e
familiar.
Joe tem consciência de que privar seus irmãos mais
jovens da oportunidade de estudar não traria nenhuma vantagem para ele. Mas
isso não impede que se sinta mal quando se compara a eles. A solução, então, é
não comparar-se. É procurar olhar para o progresso dos irmãos mais moços como
fruto também do esforço dos mais velhos, um esforço que os fez crescer e
progredir de outra forma. É tomar consciência de que as circunstâncias em que
se desenvolveram foram completamente diferentes e, portanto, não houve
injustiça e preferência. Em vez de ficarem decepcionados fazendo essa comparação,
Joe e seus dois irmãos podem sentir-se bem tanto em relação aos irmãos mais
novos quanto em relação a si mesmos. Basta que aprendam a valorizar o que
construíram a partir do que a vida lhes ofereceu. Se quiserem comparar-se a
outros, escolham aqueles que, partindo do mesmo ponto, não conseguiram as
mesmas realizações.
😀😀😀
Um grupo de estudantes recebeu um jogo de palavras
cruzadas para resolver. Os pesquisadores compararam a satisfação daqueles que o
resolveram rapidamente e daqueles que o fizeram mais vagarosamente. Os que
terminaram com razoável rapidez, mas se compararam com os mais rápidos de
todos, ficaram insatisfeitos consigo mesmos. Os que gastaram mais tempo
resolvendo as palavras cruzadas, mas se compararam com os mais lentos, ficaram
satisfeitos consigo mesmos e tenderam a ignorar os resultados dos mais rápidos.
Lyubomirsky e Ross, 1997
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