Eu me meti em uma encrenca na última sexta-feira. Um desentendimento com uma colega do trabalho. Gente velha brigando. Pode
isso?
Vou tentar resumir o que aconteceu.
Essa colega, que vou chamar só pela inicial do nome “S” era de outro
departamento. Era, porque ontem foi seu último dia de trabalho. E acho que foi
tarde! Havia muito tempo que ela reclamava. Dizia que não estava aguentando. Chegou
a ficar doente no final de 2019 e início de 2020, porque houve troca do sistema
do escritório. Ela sozinha no departamento, mais essa mudança, deixou-a
sobrecarregada. Mas devo dizer que ela também não fazia muito esforço para
exigir que contratassem mais uma pessoa. Direto ela trabalhava além do horário.
Se ela queria que tivesse dó dela. Eu
não tinha. Porque ela é aposentada e possui uma vida financeira bem estável.
Sei que a gente não sabe os perrengues que o outro passa. Mas sei que uma coisa
é você passar um perrengue e mal ter onde morar. De longe, este não era o caso
dela.
Enfim, meu “santo” não bateu com o dela
desde que ela começou no escritório. E o meu incômodo com a presença dela foi
um dos motivos para eu ter saído do escritório.
Mas vamos lá ao que aconteceu... Quando
ela pediu demissão, o Lucas começou a buscar uma substituta. Já tinha
contratado a “G” e, na semana passada, na segunda-feira começou a “E” que trabalhou
na Mansur. Escritório que eu trabalhei de 2007 a 2010. Como ela era de outro
departamento, não tivemos muito contato. E ela saiu uns meses depois que eu
entrei. Mas eu lembrava dela. Achei que ela não ia lembrar de mim, afinal eu
era magérrima e tinha cabelo preto. Mas, ela disse que lembrou. Só para constar, não fui eu que a indiquei. Não sei como o Lucas a encontrou.
Todo dia eu conversava com a Carol e perguntava como a "E" estava se saindo. A Carol falou que estava meio estranho. Que tinha a impressão que a “S” e a “G” estavam boicotando a “E”. Elas diziam que ela não sabia nada. Que demorava. E outras coisas.
Como ela não conhecia o sistema, falei
que podia ser isso. E que, dois dias era muito pouco para a pessoa mostrar o
que sabe. Ou colocar em prática.
Na quinta-feira fui no escritório porque organizaram um café da manhã. Cada um levou um prato. Eu fui e depois do café, trabalhei as minhas quatro horas.
Do meu lado a “S” estava ensinando a “G”. Estranhei, pois vi que ela estava ensinando coisas que quem deveria aprender era a "E”, pela função que foi contratada. Percebi
que elas ficavam falando baixo, provavelmente sobre a “E”, que estava na outra
mesa.
Fora isso a Maísa mandou mensagem para
mim, me contando um episódio que tinha acontecido no dia anterior, envolvendo
as três e que a deixou chateada e incomodada.
Fui embora e no final da tarde a Carol
mandou mensagens contando mais coisas que tinham acontecido no escritório. Uma foi que teve uma reunião com uma cliente. E foram para a sala de reunião: a cliente, o Lucas, A “S”
e a “G”. E deixaram a “E” de fora. Se ela é do departamento, porque não foi
também? Pior que, segundo a Carol, nem falaram nada para ela. Simplesmente
ignoraram a presença dela.
Eu fiquei com bastante raiva. Pensei em
mandar mensagem para a “S”. Mas a Carol achou melhor eu deixar pra lá.
No dia seguinte, logo cedo a Carol me
falou que a “E” estava bastante chateada. Porque viu que estavam “fritando”
ela. Então, quando foi logo no início da tarde ela e o Lucas foram para a sala
de reunião.
Mais tarde a Carol mandou mensagem pra
mim, dizendo que ela saiu da sala em prantos. Pegou as coisas dela e mal se
despediu. O Lucas a demitiu.
Meu sangue ferveu na hora. Sem conter a raiva, mandei umas
mensagens para a “S”. Dois minutos depois ela começou a ligar pra mim. Eu não
atendi. Não queria falar com ela. O que eu queria dizer, tinha escrito.
Mandei mensagem para a Carol dizendo o
que eu tinha feito. Ela então me disse que a “S” tinha chamado o Lucas na sala
de reunião e estava mostrando o celular (a minha mensagem) para ele. Por um bom
e longo tempo tudo ficou quieto.
Um tempo depois o Lucas mandou mensagem
dizendo que queria falar comigo. Se eu poderia ligar pra ele. Falei que não
dava para eu ficar no telefone porque estava com o Henrique. Então ele começou
a mandar mensagens, disse que tinha conversado com todas do escritório e deixou
claro que, a decisão de demitir a “E” foi dele. Que fez isso porque ela não
atendeu as expectativas dele. Enfim, ele quis me dizer que a “S” não teve nada
a ver com a demissão. Sei!
Eu falei ok. E só acrescentei que tinha
ficado "apenas" quatro horas no escritório no dia anterior e que tinha sentido algumas coisas.
Carol só falou comigo após o expediente. Disse
que assim que a “S” mostrou minha mensagem para o Lucas, ele chamou todas na
sala de reunião e falou o mesmo que mandou pra mim. Falou também que não esperava
que eu fosse fazer uma coisa dessa (mandar aquele tipo de mensagem pra “S”).
Quanto a “S”, segundo a Carol, ela falou
que não teve influência nenhuma na demissão da “E”. Disse também que estava
saindo do escritório e não tinha motivo para boicotar a “E”. E mais ainda.
Disse que não precisava daquilo (do trabalho).
No início da noite ela mandou estas mensagens para mim.
Não respondi. Eu falei o que queria. Ela falou o que queria. Estamos quites!
Eu fiquei bem mal no dia. Não me lembro de algum dia ter me metido em tamanha confusão. Ainda não sei dizer se devia ter ficado quieta. Estou conversando muito com Deus sobre isso. Porque ainda não sei se me arrependo.
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