quinta-feira, 31 de outubro de 2019

No Meio do Caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
  
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

(31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Marco Luque - Todos por Um

Sábado fui ao Teatro Iguatemi junto com minha madrinha para ver o Marco Luque. Ela e o Heitor passaram em casa  para me pegar. Jantamos no shopping. Entramos pouco depois das 20h30. Aos poucos o pessoal foi chegando. Depois, o teatro ficou lotado.

E o espetáculo começou...
Os personagens que o Marco Luque trouxe ao palco foram: o mágico - Charles Charlaton, o taxista – Silas Simplesmente, o motoboy – Jackson Five, a empregada – Mary Help, o rastafári – Mustafary, o nerd – Ed Nerd e Sylver.



De todos eles, eu só conhecia três: Mary Help, Jackson Five e Mustafary. E é sobre eles que vou falar alguma coisa.
Antes de a Mary surgir no palco, no telão foram mostradas imagens de ídolos como Kaká sofrendo horrores por causa de Mary. Ela deixa os homens de coração partido. Mary deu algumas dicas para os homens sobre como tratar as mulheres.
Do Jackson Five, muitos contos engraçados. Ele falou que antigamente que era bom. Ele ia fazer as entregas e recebia gorjeta. Hoje é tudo por aplicativos, e ele reclamou porque os clientes dão “estrelinha”. Avisou que eles (motoboys) não fazem compras com as “estrelas”.
Achei engraçado também quando ele falou que arrumou uma namorada que tinha um celular “dos bons”. Falou que a levou no motel e quando eles chegaram o celular dela já conectou no wi-fi. Celular top!rsrs
O Mustafary é outro que só de olhar pra ele a gente ri. É claro que ele não curte trabalhar. Para dois dias no máximo em cada um. Mas é bem esperto.
Disse que trabalhou em um estacionamento. Que um dia o patrão falou para ele contar o que viu. Ele falou que aí teria que receber dois salários. Um para olhar os carros e outro de contador.
Questionou se realmente é necessário ir trabalhar. Porque você sai de casa, gasta dinheiro com a condução, com o café, com o almoço. Trabalha para pagar o que gastou. Então melhor ficar em casa que não gasta. Mas, tudo isso dito do jeito dele é hilário.rsrs
Gostei bastante de todos, mas os três acima foram os que eu achei mais engraçado. E que gosto mais. No final Marco Luque faz os agradecimentos e fez um vídeo com o público. 

domingo, 27 de outubro de 2019

Encontro Mansuretes

Hoje foi dia de encontro das Mansuretes. Somente algumas. A Rosi que fez o convite para irmos almoçar na casa dela. Convidou as que trabalharam na Mansur na época dela.
Ela fez nhoque ao molho branco, panqueca de carne moída e arroz. Levamos bolo, sorvete, refrigerantes, cervejas e eu levei Pina Colada.
Eu fui “de carona” com a Priscila de Paula. Quando chegamos na Rosi, já estavam lá dona Fátima e a filha, e a Amorim. Depois de nós chegaram Grazi e Suzana, Nina com a mãe e bebê Melany. Todas reunidas fizemos um brinde e começamos a comer.

Comer e beber é só um detalhe, porque a gente gosta mesmo é de conversar. E como a gente fala.rsrs Os assuntos mais variados. Relembramos alguns episódios do passado, falamos sobre o presente e porque não... Um pouco do futuro. E logicamente demos muitas risadas.
É sempre muito bom rever essas meninas. A cada encontro, uma injeção de ânimo. A cada encontro é uma grande troca de experiências. 
Somos diferentes em algumas coisas, mas iguais no amor e respeito que uma tem pela outra. Deus nos abençoe.

Primeiro Show - Banda Norts


Ontem foi o primeiro show da Banda Norts, que a Letícia é integrante. Eles são em cinco integrantes: Brenda - baterista, Silone - baixo, Léo - guitarrista, Gui - vocalista e Letícia - guitarrista. Dessa formação eu só conhecia o Guilherme. A apresentação foi no palco do Clube da Música. Foi um show intimista. Somente alguns amigos de cada membro da banda e alguns pais. Estavam presentes também a Thauane, amiga da Letícia, do Parque Fazendinha, onde moramos em 2006/2007 e o Chryzostomo também amigo de lá e que também foi baterista da banda Bipolar, primeira banda da Letícia.
Já curti rock na minha juventude. Assim como sertanejo. Hoje não é meu gênero de música favorito. Independente de gosto, não custa nada ir dar um apoio moral para essa moçada. Por isso fui. Afinal, uma pessoa a mais é animador. Penso eu.rsrs
A Letícia estava bastante ansiosa. Mas isso é o normal dela. Se não ficasse seria de estranhar. A Débora estava lá. Fico feliz de ver ela apoiando e incentivando a Letícia. Porque além de ter o apartamento cheio de guitarras e parafernálias ligada à música, a Letícia precisa ensaiar bastante. Então precisa ter um parceiro que compreenda isso. E a Débora está sendo essa pessoa.
E quando chegou a hora do show, eles subiram no palco e começaram a ajeitar os instrumentos. Gostei de ver eles abraçadinhos, provavelmente orando, ou passando palavras de otimismo, antes de começar.



Curti bastante o show. Não consegui ouvir o som da voz do Gui em algumas delas, pois o som vindo dos instrumentos era maior. Mas pude ver que ele canta bem. Tem desenvoltura com o público. Os outros integrantes estavam bem a vontade no palco. De vez em quando ficavam frente a frente Leh e Léo (guitarra com guitarra). De vez em quando a Letícia ia tocar perto da Brenda (bateria). Eles tem um bom entrosamento. Muito bom!

Eu não conheço as músicas, porque são composições deles. Eles não querem ser uma banda cover. Interessante, porém arriscado, por dois motivos.
Um que eles estão em um gênero que não é o do momento. Hoje a moda é Sertanejo Universitário e Sertanejo Sofrência. Nem sei se os dois são a mesma coisa. Mas é isso que leva multidões aos shows e que toca nos rádios.
E outro é que tocando e cantando somente composições deles, até que consigam uma que faça sucesso, ficarão “batendo cabeça”.
Não acho que eles estão errados. De jeito nenhum! Dou o maior apoio. Só acho que eles tem que ter em mente que devem ter paciência, fé, esperança e, enquanto o sucesso não chega, estarem sempre ensaiando.
E eu estarei sempre rezando pela minha filha e por todos eles. Que a Norts um dia seja consagrada. E que Deus esteja a frente deles🙏🙏

sábado, 26 de outubro de 2019

Vivendo no espírito de Jesus

Nesta semana, a "Vivência" da Oficina de Oração nos pede para pôr em prática as obras de misericórdia, fazendo-o no espírito de Jesus. 
As oficinistas devem viver toda a semana alerta, para ver onde se apresenta a oportunidade para realizar uma ou mais obras de misericórdia.
Hoje eu estava pensando que já se passaram três dias e eu não tinha percebido nada. Pelo menos nada diferente do que já vejo todo dia. Eu trabalho no centro. Vejo mendigos o tempo todo. Ajudo conforme sinto que devo. Mas hoje aconteceu algo diferente.
Eu trabalhei até meio dia, depois fui na manicure e depois almocei. Eu ia assistir uma apresentação da banda da Letícia que ia começar às 15h. Ainda era 13:30. Decidi ir um pouco na igreja do Carmo. Ali rezaria um pouco e leria um livro que levava na bolsa. Fiz isso.
Sentei bem perto do altar, do lado direito, de onde podia ver o Santíssimo.
Na mesma direção, do outro lado do corredor, do lado esquerdo estava sentado um senhor. 
Eu já estava lendo quando vi alguém parado, em pé, do meu lado. Era um mendigo. Ele falou que queria comer. Eu falei que não tinha dinheiro. Ele falou que tinha um lugar que passava cartão. 
Não sei. Não senti de dar e falei que não tinha. Ele retrucou comigo e por fim falou: Deus tá vendo você me negando comida. E quando foi sair, acho que teve uma fisgada no pé, porque reclamou de dor. É castigo por estar me criticando só porque não quis ajudá-lo, pensei.
Eu fiquei chateada. Pelo que ele falou. Mas Deus me conhece. Sabe que ajudo quem eu "sinto" de ajudar. Ele saiu e eu fiquei pensando. Será que perdi a oportunidade de praticar uma obra de misericórdia?
Continuei ali. Minutos depois aquele senhor que estava sentado do lado esquerdo veio em minha direção, para olhar para o Santíssimo e passando por mim, perguntou se eu tinha fé.
Eu falei que um pouco. Que preciso melhorar. Então ele falou que hoje ele estava ali para dizer a Deus que ia fazer uma coisa que Deus não ia gostar. Eu perguntei o que era. Ele falou que ia se matar. Eu falei para ele não fazer isso e que era para ele falar comigo. Ele sentou no banco atrás de mim.
Eu guardei o livro na bolsa. Ele falou: _Estou te atrapalhando. De jeito nenhum, eu falei e me virei para conversar com ele.
Ele é o Sr.Reinaldo. Um homem magro (46 quilos), do meu tamanho, cabelos brancos. Deve ter entre 60 e 70 anos. Aparenta bem mais por causa da angústia, do sofrimento, do desespero. Ele disse que é Engenheiro Químico. Trabalhou na Rhodia. Está há um ano e sete meses desempregado. Tem apartamento, mas está sem gás, sem energia elétrica, porque as reservas que tinha acabaram nesse período desempregado.
Foi casado. Tem uma filha que morreu de câncer com 29 anos (quando falou dela ele começou a chorar).
E muitas outras vezes, enquanto falava seus olhos enchiam de lágrimas.
Ele disse que vai receber a primeira aposentadoria dia 10/11. Mas não aguenta mais. Disse que não come nada há três dias. Perguntei se ele procurou ajuda em alguns lugares. Ele disse que foi na Assistência Social da Prefeitura e em outros lugares. Mas percebi - e senti - que dói muito nele ter que pedir, às vezes implorar ajuda. E por isso estava desistindo.
Eu fiquei ali. Ouvindo ele. Pedindo para ele não fazer o que estava pensando. Que tudo nessa vida passa. Que ele ia vencer. Para ele ter fé. E em meu coração, eu pedia para Deus me mostrar o que eu poderia fazer por aquele pobre homem.
Fim da história, consegui fazer ele aceitar os únicos vinte reais que eu tinha na bolsa. Falei para ele comprar marmita. Que talvez ela daria para umas duas refeições (pensei que como ele está magro nem vai conseguir comer muito). E falei que no próximo sábado vou lá na igreja para vê-lo. 
Ele ficou animado. Disse que vai estar lá e vai me levar um livro sobre o Papa Francisco (é que entre tantas coisas, ele me contou algumas palavras e mensagens do Papa que está no livro). 
Eu me despedi do Sr.Reinaldo com um abraço e cada um saiu por um lado da igreja.
Não sei se devia ter feito mais por ele. Fiz o que acho que devia e que podia naquele momento.
Agora, se tem uma coisa que posso e devo fazer é... Orar. E muito🙏🙏
Meu Pai! Não abandone o seu filho - Reinaldo. Fica com ele. Isso é tudo que lhe peço. E, se eu puder fazer mais alguma coisa por ele, me mostre. Amém!