segunda-feira, 8 de maio de 2017

Histeria

Mais uma peça cortesia do Correio Cult. Assistimos à sessão das 19h, no Teatro do Shopping Iguatemi. Nossos assentos M12 e M13. O teatro estava lotado. Na fileira da nossa frente tinha alguns adolescentes. Estranhamos porque lemos a sinopse antes, e achamos a peça bastante complexa.
Fiquei decepcionada porque no início anunciaram que o ator Cássio Scapin seria substituído por outro ator. O motivo maior para eu ter ido ver a peça era ele. Gostava demais de vê-lo no “Castelo Rá-tim-bum”.
A peça tem início com Freud tendo uma alucinação. Ou um sonho. Ou teria sido realidade? Enfim, uma moça surge em seu consultório no meio da madrugada e, com a sua aparição uma confusão se forma. Isso porque no decorrer do dia chega ao consultório de Freud seu médico e também o pintor Dali. Muito barulho, agitação e confusão. Apesar de não conhecermos nenhum dos atores, todos foram brilhantes. Principalmente a atriz.
Não dá para contar mais detalhes, para não dar spoiler. Eu assistiria novamente. Até mesmo para entender melhor. Talvez os mais intelectuais, os amantes de Freud e Dali, tenham entendido “de primeira”. Eu não sou nem um, nem outro. Uma peça que você saí da sala quieto. Seja por estar refletindo pelo que ouviu. Ou pelo que viu. Recomendo!

Sinopse
Dirigida por Jô Soares Histeria é uma comédia delirante causada pelo encontro do pai da psicanálise, Sigmund Freud, com o mestre do surrealismo, Salvador Dalí. Brecht, Galileu Galilei.
Escrita em 1993, comédia teatral do autor britânico Terry Johnson ganhou direção de John Malkovich e sua montagem foi aclamada por diversos países da Europa, com grande sucesso de público e crítica. Depois de assistir e se encantar com a montagem em Paris, Jô Soares traduziu o texto e dirige a versão brasileira da comédia consagrada pelo mundo.
Em 1938, o pintor surrealista Salvador Dalí visita o pai da psicanálise Sigmund Freud, este já padecendo de uma doença incurável e às portas da morte. Freud havia recentemente escapado da Europa nazista e estabelecera-se em Londres. Deste encontro histórico, e algo inusitado, surge a matéria prima para Histeria, comédia escrita pelo aclamado dramaturgo inglês Terry Johnson.
Numa das sequencias mais absurdas da trama, dilatada pelos efeitos da comédia física, Dali encontra Freud em seu consultório, onde ele, atrapalhado por uma série de situações cômicas anteriores, encontra-se segurando uma bicicleta coberta por caramujos, com uma das mãos presa dentro de uma galocha e com a cabeça enfaixada numa espécie de turbante. O mestre surrealista, fascinado pela visão, conclui: “O que Dalí vê apenas em sonhos, você vive na realidade!” Sem dúvida, um dos maiores encontros do século passado. A psicanálise e o surrealismo. A psiquê humana e o delírio imaginário.

O século XX presenciou, com rapidez quase assustadora, a evolução da aventura humana em suas mais diversas trilhas. Nas ciências, nas artes, nos esportes, nas guerras, nas conquistas sociais, nos seus caminhos e descaminhos. Não por acaso, também foi o século que assistiu a explosão da psicanálise, a revolução sexual, o nascimento do surrealismo e a expansão das drogas alucinógenas.
Durante o episódio retratado na peça, as certezas de Freud são questionadas por duas outras personagens, enquanto a obra de Dali é satirizada numa visão auto parodiada dele próprio. Entre diálogos inteligentes, situações farsescas, ritmo frenético e até alucinações, surge uma das “encruzilhadas” do texto: retirar a essência do mito é minar o fundamento da fé?
Utilizando a linguagem do humor, onde a comunicação é privilegiada para que o público possa mergulhar em temáticas complexas e não cotidianas, o autor coloca “respiros dramatúrgicos” para que reflexões mais profundas possam ser feitas. Artimanha usada para em seguida arremessar a plateia em mais uma vertiginosa sequência de situações hilariantes e de apelo popular. Uma grande demonstração da elaborada carpintaria teatral de Terry Johnson.
São também de sua autoria, uma série de outros textos teatrais onde a alma humana e a ótica de uma determinada sociedade são colocadas em cheque, com ironia inteligente e sofisticada elaboração cômica. Dentre eles, “The Graduate” (A Primeira Noite de Um Homem), “Memory of Water” (A Memória das Aguas) e “Hitchcock Blonde” além de trabalhos como diretor, que incluem “The Libertine (O Libertino) ” e “One Flew Over The Cukoo’s Nest” (Um Estranho no Ninho).
 Ficha Técnica:Texto: Terry Johnson
Tradução e direção: Jô Soares
Produção: Rodrigo Velloni
Elenco: Norival Rizzo, Cassio Scapin, Erica Montanheiro e Milton Levy
Diretor assistente: Mauricio Guilherme
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenografia: Chris Aizner e Nilton Aizner
Figurino: Fábio Namatame
Música Original: Ricardo Severo e Eduardo Queiroz
Videografismo e Mapping: André Grynwask e Pri Argoud
Fotografia: Priscila Prade
Direção de Arte Gráfica: Giovani Tozi
Produção Executiva: Adriana Souza e Barbara Dib
Assistente de produção: Daise Sena e Bruno Gonçalves
Administração financeira: Vanessa Velloni
Duração: 105 minutos
Classificação Etária: 14 anos
Fonte: http://www.teatroiguatemicampinas.com.br/histeria/

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