Neste post quero contar sobre o apuro que nós
passamos, do momento em que saímos do sambódromo até chegar à estação das
barcas.
Tudo começou quando deixamos o sambódromo. Isso foi
logo que a Unidos da Tijuca começou a desfilar. Queríamos evitar a multidão que
provavelmente sairia no final. A Unidos começou a desfilar quatro e meia. Então
saímos +/- cinco da madrugada. Caminhamos umas duas quadras e então o Zé
perguntou para um guarda onde poderíamos pegar um táxi para chegar até a estação.
Ele não soube explicar direito. Falou para continuarmos em frente, pois, ali
(onde ele se encontrava) estava impedido, então provavelmente mais a frente à
gente encontraria um táxi. Caminhamos mais um pouco e nada de táxi. Perguntamos
novamente. Dessa vez o guarda falou para atravessarmos a passarela e não soube
explicar direito como chegaríamos à estação. Até então a gente não estava com
medo, pois, além dos guardas tinha bastante gente pela rua.
Mas começamos a ficar preocupados com a falta de
informação. A única certeza que a gente tinha, é que no dia anterior, saindo da
estação, pegamos uma reta só até o sambódromo. Então o mais correto seria a
gente continuar sempre reto. Continuamos caminhando e perguntando. E ninguém
nos dava uma informação precisa. Numa dessa começamos a ficar nervosos, pois, à
medida que nos afastávamos do sambódromo, a quantidade de pessoas andando pelas
ruas, diminuía. Depois de muito caminhar vimos um táxi parado. Fomos até ele e
o motorista disse que estava esperando alguém. A gente imaginou que nenhum
deles queria nos levar porque da estação até a Sapucaí são três quilômetros.
Eles deviam estar querendo pegar corrida longa. Vimos outro e fomos falar com o
motorista. Esse motorista abençoado falou que não podia nos levar porque estava
tudo interditado e ele não sabia como atravessar para o outro lado. Outro lado?
Como assim? Foi ai que a ficha caiu. No dia anterior, na caminhada que fizemos
da estação até o sambódromo, nós tivemos que contornar o mesmo, pois a nossa
entrada era do outro lado. Pois bem. Nós saímos, e acho que de tão cansados nem
pensamos. A gente tinha que ter dado a volta no sambódromo. Ou seja... Nós
estávamos caminhando no sentido contrário. Estávamos nos afastando cada vez
mais da estação.
E qual a solução? Voltar para o sambódromo. E foi o
que fizemos. Juro que eu já não aguentava mais andar. Já estava com um pouco de
medo. E um pouco de raiva, de todos que não nos orientaram direito. Minha
vontade era de sentar na calçada e esperar o dia clarear. Mas, já tinha muita
gente pela calçada. Melhor não...
Sei que quando chegamos no sambódromo, a Unidos da
Tijuca já tinha terminado seu desfile. As arquibancadas já estavam vazias.
Vi uma multidão se dirigindo para os pontos de
ônibus. E o que tinha de gente tentando pegar táxi. Olha... Parecia o fim do
mundo!
Caminhei em direção de uma policial feminina e
perguntei como a gente conseguiria chegar à estação. Ela falou as opções: Tentar pegar um ônibus. Tentar pegar um táxi. Mas, ela já
adiantou que taxista algum ia querer levar a gente até a estação. Até Niterói
podia ser. Mas até a estação...
Sem um pingo de paciência, eu perguntei: _E para ir a
pé? Ela falou que era longe. Uns 40 minutos. Não quis saber. Perguntei como.
Ela falou que era para seguir os postes (mostrando os postes) até a igreja da
Candelária. Chegando nela era para virar à direita.
Foi o que fizemos. No início tinha muita gente na
rua, e foi diminuindo aos poucos. Eu via lá longe a torre da igreja, mas, dava
a impressão de que, quanto mais a gente caminhava, mais a igreja se
distanciava. Eu só pensava que, se fosse preciso correr, eu não ia conseguir.
Enfim, conseguimos chegar sãos e salvos na estação
das barcas, às 6h40min.
E após a travessia ainda teríamos que pegar um táxi
para, enfim chegar ao hotel.
E quando finalmente chegamos, entramos desesperados.
Eu não sabia o que fazia primeiro. Tomava dorflex. Tomava banho. Massageava os
pés. Eu estava embriagada de sono, cansaço, dor. Após o remédio, o banho e massagear os pés,
caí na cama e desmaiei.
Bom, relatei tudo isso, para expor a minha indignação
com a falta de organização e a falta de preparo das autoridades, para orientar
o turista adequadamente.
Depois de todo o sufoco... Finalmente dentro da barca. Mortos de cansaço! |
Para um evento desse porte, eu acho que deveria ter
ônibus, táxis, vans... Sei lá. Qualquer meio de transporte que levasse o
turista de volta ao hotel, à estação de barcas, ou onde ele quisesse – ou
precisasse ir. Só que não encontramos nada disso. Pelo menos não o suficiente
para atender a todos.
E não foi só conosco. Aquele casal que encontramos na
ida e que estavam hospedados no mesmo hotel, disseram que conseguiram pegar o
táxi logo que saíram. Só que o taxista ficou dando voltas com eles. Talvez
imaginasse que eles não desconfiariam. Eles reclamaram, e o taxista deixou-os
bem longe da estação. Alegou que não podia se aproximar mais, pois, a região
estava impedida.
Olha... Eu
posso estar sendo injusta, mas... Tudo isso que aconteceu serviu para fortalecer
a minha visão sobre os cariocas. Eu sinto que eles não se preocupam (ou não tem
muito interesse) em ajudar o turista. Não vou generalizar, pois, nas três vezes
que estive no Rio, um ou outro (quase) compensou a grosseria ou má vontade dos
outros.
Sei que ficamos indignados. Se nós passamos esse aperto... Imagine os estrangeiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá. Ficarei muito feliz com seu comentário. Só peço que coloque seu nome para que eu possa responder, caso necessário. Obrigada!