terça-feira, 22 de abril de 2014

O que o mordomo viu!


Algum dia, alguém disse que, “o melhor da festa é esperar por ela”. Traduzindo. Devemos aproveitar o que vem antes da festa. Não só a festa em si.
Baseada nessa frase, eu sempre pensei. Sempre falei. Sempre achei que em uma viagem, devemos aproveitar todos os momentos, desde preparar a mala, como curtir todo o percurso até chegar o destino.
Por que estou falando toda essa ladainha? Porque no último Sábado, o Zé e eu fomos para o que seria “o evento” e se não fosse pelo que fizemos antes do mesmo, nossa frustração teria sido maior.
O evento é uma peça com o Miguel Falabella e a Marisa Orth, no teatro Procópio Ferreira. Somos fã de carteirinha do Miguel e da Marisa e só de imaginar os dois juntos, a gente já dá risada. É, mas não foi o que aconteceu.
Como a sessão era das 21h30min, o Zé achou por bem nós irmos antes para São Paulo, para passearmos um pouco. E assim fizemos.
Saímos de casa pouco antes das 14horas. O Zé queria me mostrar o Shopping Villa Lobos. Chegando lá, primeiro fomos procurar algo pra comer. O Zé queria me levar em um restaurante “carésimo” no 1º andar. Convenci-o a irmos para a praça de alimentação. Eu comi um file a parmegiana, com arroz, salada e fritas e ele uma lasanha de berinjela. Estava muuuuito bom. Ou a fome era muita.rss 
Após o almoço passeamos pelo Shopping e foi então que paramos para olhar a exposição em homenagem ao Ayrton Senna. Tinha um macacão dele, capacetes, troféus e até a Lotus. Ficamos ali por alguns minutos, tirando fotos. Quer mais detalhes, veja aqui.
Saindo de lá ficamos rodando por São Paulo, o Zé me mostrou o Mackenzie. A rua e os lugares onde ele morou e depois parou na Ofner da Avenida Ibirapuera, para tomarmos um capuccino.
Chegou a tão esperada hora, de irmos para o teatro. O Zé pegou a Rua Augusta desde o início para eu conhecer. Em alguns pontos ela estava muito movimentada, parecia uma Treze de Maio – durante o dia. Gente de todo tipo. Tinha até uma doidinha andando de skate no meio da rua, que é mão dupla.
Chegando ao teatro, o Zé trocou os ingressos e ficamos ali fora – na calçada – esperando abrirem as portas. O que seria feito meia hora antes do espetáculo. Se não me engano, ainda não era nem oito e meia. Sem muitas alternativas, fomos “caroçar” na farmácia ao lado. Depois o jeito foi ficar do outro lado da rua, na calçada, esperando o público da sessão anterior sair e assim podermos entrar.
Quando o pessoal começou a sair falei para o Zé. _Vamos ver a cara deles - se riram muito. As expressões não foram nada animadoras. Melhor entrar pra ver...
Nossa decepção começou ao nos sentarmos. As cadeiras super-apertadas, de todo o lado. E o pior, são aqueles assentos que se a pessoa que estiver na frente for muito grande (cabeçuda) já era!
Não ficamos longe, nona fila, assentos I 22 e I 23. Mesmo assim, a visão não era boa.
O Zé decepcionado, falou: _Deletei esse teatro. Eu só completei. A Roberta da Trondi jamais nos traria aqui.rss
E a peça... Uma confusão. Um tira tira de roupa. Um abre e fecha de portas. Um entra e sai de gente. Com direito até a gente empunhando revólveres, gente ferida, sangue. Tanta coisa que chegou a cansar. Teve algumas pessoas que saíram durante o espetáculo.
Uma peça que mesmo com nomes de peso, como Maria Orth, Miguel Falabella e Marcelo Picchi, não soube agradar. Pelo menos não a mim, e ao Zé.
Foram poucos os momentos em que a gente dava risada. Eu pouco ri. Não fiz nem um Uhuuu.
Sei que quando terminou, percebi que o Zé hesitou em levantar. Ele falou que nem dava vontade de aplaudir de pé. As cortinas se fecharam sob os aplausos murchos da platéia. Eu pensava. Não é possível que eles não percebam que a peça não agradou.
Ao escrever esta postagem, fui procurar comentários ou críticas - sobre a peça, para ver se não era a gente que não estava no clima, porém, pelo que vi... Não. Um trecho do que diz o ultimo segundo “(...) O fato é que o começo do espetáculo é bom, divertido, tem ritmo e humor. À medida que a trama vai se estendendo em torno de situações paralelas, que levam cada personagem para um lugar distinto, a narrativa perde a força. E quando todos os caminhos se reencontram no final, já é tarde demais. Os aplausos desanimados na noite da pré-estreia mostraram que falta apertar alguns parafusos para a peça engrenar.”
Bom, nem tudo foi perdido. Pelo menos o passeio pelo Shopping Villa Lobos e o capuccino na Ofner, salvou o nosso dia!

Abaixo a sinopse da peça: 
O que o mordomo viu é uma farsa escrita em 1967 pelo inglês Joe Orton, considerado o melhor texto concebido no período mais amadurecido do autor. Orton, que foi assassinado, se fixou como um ícone dos anos 60. O espetáculo, que estreou no Queen´s Theatre em Londres em 1969 e desde então tem sido sucesso absoluto, chega finalmente ao Brasil e promete divertir a plateia, falando de temas atuais como sexualidade, poder, mentiras, traições e corrupção.
A história gira em torno do psiquiatra Dr. Arnaldo (Miguel Falabella) e sua atraente secretaria, Denise Barcca (Alessandra Verney). O espetáculo começa com a secretária sendo examinada pelo doutor, durante uma entrevista de emprego. Como parte da entrevista ele a convence a se despir. A situação vai se tornando mais intensa, à medida que a entrevista avança, até a entrada em cena da Sra. Mirta (Marisa Orth), esposa de Dr. Arnaldo.
Neste momento ele tenta encobrir o que se passava e, sem tempo para pensar, esconde a secretária Denise atrás de uma cortina. A partir daí se desenrola um grande jogo de erros, pois sua esposa também está escondendo algo: a promessa do cargo de secretário a Nico (Magno Bandarz), por quem está sendo chantageada.
Aos poucos vão aparecendo outros personagens, enriquecendo ainda mais a trama. Como se não bastasse a trapalhada instaurada, a clínica de Dr. Arnaldo passa por uma inspeção do governo liderado por Dr. Ranço (Marcello Picchi), revelando então o caos na clínica. Situação essa que além de atrair o Detetive Matos (Ubiracy Paraná do Brasil) para uma investigação, também será usada pelo Dr. Ranço para desenvolver um novo livro.
O espetáculo de Joe aborda com muito humor, as atitudes sociais em relação à sexualidade, como homens e mulheres se sentem e se comunicam, sobre seu desejo pelo poder e como lidam com esse poder. E tem todos os ingredientes de uma brincadeira muito agradável: manias dos personagens, enredos tortuosos, confusão de identidades, portas batendo, roupas que desaparecem, e, acima de tudo, a sagacidade subversiva de Orton, que foi considerado um dos dramaturgos mais criativos do século 20.
Com versão brasileira e direção de Miguel Falabella, um dos grandes nomes do teatro nacional, o espetáculo garante ao público uma dose extra de humor.

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