domingo, 8 de agosto de 2010

Um teste à fé!

Hoje, após alguns dias de agonia, estou um pouco mais tranquila. “Um pouco”, pois tranquila ficarei somente quando a Eduarda voltar para casa. Discorrerei o que aconteceu desde a cirurgia realizada no dia 15/07.

Na terça-feira, dia 20/07 a Duda voltou para casa. Como eu tinha dentista neste dia não pude ir visita-la, bem como no dia seguinte, pois teria que ficar até mais tarde no trabalho para compensar horas.
Na quinta-feira, dia 22/07 finalmente consegui ir visitar a Duda. Não sei se já comentei, mas a Mansur é perto da casa da Karen, então fui direto do trabalho. Apesar de estar inquieta, pois estava com assaduras e também por causa dos pontos da cirurgia ela estava bem. Brincou um pouco com os prendedores de roupas, tirando-os do varal e jogando ao chão, brincadeira esta que a Karen disse que ela adora fazer. Sei que nós três nos divertimos bastante. Fui para casa feliz da vida, principalmente por ver que ela estava acostumando comigo.rsrs
Na terça-feira, dia 27/07 eu liguei para a minha mãe para saber se ela iria a noite na Karen, pois era o aniversário dela. Então minha mãe me disse que a Karen estava no hospital com a Duda .
Liguei mais tarde para falar com o Sergio e saber o que estava acontecendo. Fiquei sabendo que no domingo a Duda tinha tido sintomas de virose e como acabou tendo febre eles a levaram ao hospital. Ficaram preocupados principalmente porque ela ainda estava se recuperando da cirurgia.
Fui na mesma noite no hospital, cumprimentei a Karen pelo aniversário e fiquei muito triste porque vi a Duda muito mal. O abdômen dela estava inchado. Ela não reagia, chorava muito e a gente percebia que era de dor.
Os dias foram passando. Eram exames e mais exames, e o quadro da Duda não melhorava. Era muito sofrimento, e ele aumentava mais ainda a cada veia que perdia. Era uma luta para encontrar outra. Lembro que no domingo, dia 01/08 eu e o Bruno fomos ao hospital. Chegando lá, a Duda estava na sala de procedimentos, pois estavam a muito tempo tentando encontrar uma veia. A Karen e o Sergio estavam do lado de fora do quarto, esperando agoniados. Quando trouxeram a Dudinha, a enfermeira chegou a pedir desculpas a Karen porque tinha furado muito a Eduarda na tentativa de encontrar veia. Quando olhamos até o pescoço dela tinham furado, me dói até hoje pensar em como ela sofreu.
Na terça-feira, dia 03/08 recebo torpedo da Karen me avisando que finalmente descobriram o que a Duda tinha e ela teria que passar por uma cirurgia. Tinha estourado um ponto da cirurgia anterior e tinha vazado líquido por dentro. Estava bastante infeccionado. Só conseguiram descobrir depois que a levaram no Hospital Madre Theodora para fazer uma tomografia. Não haviam feito a tomografia na PUCC porque estavam sem o equipamento.
Neste dia eu saí do trabalho e fui direto para o hospital. Ficamos eu, a Karen e o Sergio angustiados, aguardando uma notícia. O que sabíamos era que a cirurgia tinha começado por volta das 15 horas e já eram 19h30 e não tinha terminado. Achamos que estava demorando mais do que devia.
Saí por um momento e fui à capela do hospital. Quando voltei ao quarto o Sergio e a Karen não estavam lá. Aí bateu o desespero. Um tempinho depois os dois voltaram dizendo que a cirurgia tinha terminado e a Duda iria direto para a UTI para recuperação e que o quarto deveria ser desocupado. Pensa em uma cena triste?! Nós arrumando o que tinha e saindo... Sem a Duda.
Na quarta-feira, dia 04/08 saí do trabalho e fui ao hospital para visitar a Duda. Cheguei um pouco adiantada e quando o Sergio chegou, nós entramos. A Duda estava com os olhos inchados, achamos que as perninhas também estavam e ela estava bem amarela. Tinham acabado de pegar uma veia na cabeça dela para fazer transfusão de sangue, pois ela estava com anemia. O pouco que ela podia, ela chorava. Ela já não tinha forças nem para chorar. Eu tentei, mas infelizmente sou fraca com o sofrimento alheio. Chorei por ver tudo aquilo e não podia fazer nada. Morro de medo de uma agulha de injeção, mas ficaria no lugar dela, se fosse possível. Nesta hora me perguntei: Por que ela está passando por tudo isso?
Fui embora muito triste. Chorei muito nesta noite e no dia seguinte, no trabalho. As meninas da Mansur fizeram uma corrente de oração. Pediram para que eu me unisse à elas em pensamento e oração às 19h30. Pediríamos a Deus pela Eduarda. Fiquei muito agradecida à todas elas. Sei que a oração tem poder!
A noite, no hospital, ficamos eu e a mãe da Karen aguardando para poder ir fazer a visita, mas o Sergio e a Karen acharam melhor nós não irmos porque a Duda estava chorando muito. Quando deu o horário (19h30min), eu me silenciei, imaginei os três (Karen, Sergio e Duda) no quarto e me uni em pensamento à meninas para orar por eles.
Na sexta-feira, dia 06/08, no período da tarde, recebi vários torpedos. Da Shirlei, da Sandra e da Karen me avisando que a Duda tinha ido para o quarto. No mesmo momento passei Skype para todas as meninas, que sabia; estavam juntas comigo orando pela recuperação da Eduarda. Todas ficaram muito felizes.
Depois do trabalho fui ao hospital e encontrei a Duda bem melhor. Estava chorando, pois a enfermeira estava fazendo alguns exames nela, mas a gente via no seu rosto que não havia mais dor como antes, apenas inquietação e com certeza medo por tudo que já tinha passado.
Graças a Deus o pior passou. Foram dias e dias de sofrimento, agonia, mas finalmente um final feliz.
Sei que o Sergio e a Karen foram muito fortes, sempre esperançosos e jamais duvidaram de que Deus os abandonariam. Com certeza sofreram muito, mas permaneceram ali, juntinhos. Um dando força ao outro!

***
Pós escrito de 13/08: 
Eis que, às 13h14min recebi o torpedo da Karen. Finalmente a Eduarda voltou para casa! Aleluia!!
Confesso... Eu titubeei na minha fé por várias vezes. Infelizmente, por eu ser uma pessoa que quer saber o por quê de tudo, fiz e ainda continuo questionando, tudo o que aconteceu. Por que? ou Para que? Quem sabe no futuro minhas perguntas serão esclarecidas... Quem sabe...

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