Maria era uma menina que chegava a discutir com os
seus amiguinhos quando o assunto era “quem tinha o melhor pai”:
_ O meu pai sabe tudo, o meu pai é o mais legal, o
meu pai tem o coração mais bonito, etc.
Nesta idade a sua imaginação estava de vento em popa,
fantasiava situações onde o seu pai era o personagem principal, o herói, pois ele
tinha a resposta para todas as perguntas – ele era o maior.
De nada adiantava dizer a ela para não contar
mentiras sobre seu pai, pois ela não sabia distinguir o que era verdade,
mentira ou fruto da sua imaginação.
Ela dedicava uma admiração muito especial ao pai.
Quando ela chegava na casa de sua avó, com quem
morava, a euforia diminuía.
Ela sempre foi uma menina solitária e mal chegou a conhecer
o seu pai, e muito menos a sua história. Sabia apenas que a sua mãe não lhe
pudera criar e que a deixou com a sua avó.
Passava a noite sonhando e chorando.
Sentia muitas saudades do pai imaginário.
Jamais soube seu nome pois em seus documentos
constavam apenas o nome de sua mãe.
Admirava o pai que não conhecera, fingia o tempo todo
que ele teve um papel em sua educação, que lhe dava bons exemplos e que ele era
o espelho na formação da sua personalidade.
Em paralelo a isso, Deus sempre esteve presente em
sua vida, acompanhando-a tanto no seu desenvolvimento espiritual como no
crescimento de sua alma.
Demonstrava tanta força para os seus amigos que eles
nem desconfiavam que o seu pai era ausente, irreal e que ela não tinha nenhuma
referência sobre ele.
Apesar de tudo, Maria foi suportando os árduos anos
da infância. Cresceu, desenvolveu-se profissionalmente e pessoalmente,
trabalhou em várias empresas, casou e teve dois lindos meninos e acabou
convencendo seu companheiro que cuidaria do lar e do desenvolvimento de sua
família.
Tornara-se uma pessoa responsável e exemplo de mãe.
Em virtude do aprendizado que teve durante a sua
vida, dedicou-se a trabalhos sociais procurando mostrar aos filhos a
importância da unidade familiar, da humildade, da caridade e do amor.
Apesar das turbulências iniciais em sua vida, jamais
revelou a seus amiguinhos de infância o motivo pelo qual “tinha o melhor pai”:
DEUS.
Aulus Di Toam
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