Aquele dia, ao sair da escola, o jovem Guto ligou
para seus pais e comunicou que chegaria tarde em casa; iria fazer uma visita à
avó.
Pelas lições aprendidas durante aquela manhã estava
convencido que deveria conversar sério com ela.
Não esperou o elevador e em passos largos avançou
pelas escadas adentrando o seu apartamento.
Tão compenetrado estava que sua avó lhe surpreendeu
com um pequeno vinco na testa.
_ O que foi meu gatinho? O que está pensando?
O menino se aproximou, ergueu o pescoço e fixou-lhe o
olhar castanho:
_ Vovó, você gosta de viver?
_ Ora, filho, é claro que sim. Durante anos venho lhe
orientando sobre as melhores condutas, fornecendo-lhe exemplos, e não vejo
motivo para não gostar de viver. Ainda mais participando do desenvolvimento de
um neto lindo como você!
Não se dando por satisfeito, batendo os pés no chão,
cerrando os dentes e colocando as duas mãos em direção a ela, perguntou:
_ Então, por que deseja morrer?
A avó lhe respondeu:
_ Não desejo e nem penso em morrer. Desejo viver, e
por muito tempo. Quero ter o prazer de vê-lo formado na Universidade, casado e
multiplicando para os seus pimpolhos tudo o que lhe ensinei.
_ Vó, insistiu finalmente o jovem. Se não quer morrer,
por que fuma? Gostaria de me ver fumando? Quer que eu compartilhe destes seus
exemplos? Quer que tenhamos uma imagem distorcida daquela que projeta?
Até aquele momento a avó não havia reparado o dano
que estava provocando nela e nas pessoas.
Corrigiu imediatamente o seu velho defeito e passou a
zelar pelas suas atitudes. Afinal, queria participar corretamente, e por ainda
muito tempo, do desenvolvimento e da continuidade de sua família.
Aulus Di Toam
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