Ontem fomos a São
Paulo – no Teatro FAAP - assistir a peça Meus Deus! Com a Irene Ravache e o Dan Stulbach. O Zé é
muito fã dela. E eu dele. Quando o Zé recebeu o e-mail da Trondi comunicando
este evento já fez a nossas reservas. Isso foi há mais de um mês.rss
Mais uma viagem
com a Trondi Turismo que, como já falei em outras ocasiões é uma excelente agência.
Ela seleciona os melhores eventos, ônibus excelente, com ótimos guias, além de
nos oferecer lanchinhos deliciosos. Sei que é feio falar isso, mas quando o Zé diz que a gente vai viajar pela Trondi, já penso nos lanchinhos.rss E sei que
mesmo que o evento não seja bom, só a viagem já vai valer a pena.
Saímos do Centro
de Convivência pouco antes das 16h30min. Iríamos assistir à sessão das 19horas.
Chegamos cedo. Não eram nem 18 horas. Estava muito frio. Resolvemos tomar um
capuccino na Kopenhagen, que ficava do outro lado da rua, em frente à
faculdade, onde fica o teatro.
Depois, sem mais
o que fazer nós resolvemos entrar. Descendo as escadas e chegando ao andar onde
fica o teatro, já tinha muita gente esperando. Com o frio, ninguém queria ficar
do lado de fora.
As portas foram
abertas às 18h30mins. Nossos lugares eram na fileira C. Na cara do palco.
Irene é Ana, uma
psicóloga, separada e mãe de um rapaz autista. Dan interpreta Deus. Um Deus
deprimido que resolve fazer terapia. Imaginem a comédia que foi quando ele tenta
dizer a Ana quem era. Só risadas.
Deus procurou
uma psicóloga – no caso Ana
- porque está triste com tudo que está acontecendo no mundo e
mais ainda porque perdeu seus poderes. A princípio Ana resiste em lhe ajudar,
até porque acha o cúmulo ele dizer que é Deus! Porém, durante a terapia revelações
são feitas. Deus conta às conversas que Ana teve com ele durante sua vida –
provando assim quem realmente era. Ana, por sua vez se justifica mostrando sua
ira por achar que Deus foi injusto com ela. Já convencida e para ajudá-lo, Ana
percorre nossa história, desde a criação para tentar chegar ao ponto onde Deus
perdeu seus poderes. Ela leu passagens da Bíblia onde Deus se fazia presente,
até o momento em que ele deixou de aparecer para o seu povo. Deus algumas vezes
ficava todo orgulhoso de si. Relembrava e gesticulava os seus feitos.rss
Na verdade todos
nós fizemos uma terapia e fomos terapeutas, pois ouvíamos atentamente os
desabafos de Deus e de Ana. A empatia foi muito grande com os dois personagens.
Além do toque de humor a peça nos leva a refletir sobre um “alguém” que fica
olhando e zelando por nós. E mais ainda que esse “alguém” sofre por ver as
atrocidades, o desprezo, a ingratidão de todos nós.
E o que dizer
dessa peça? Que recomendo, pois é uma peça, ou melhor; uma terapia muito
valiosa!
Abaixo a sinopse
da peça:
O que você faria
se um dia recebesse a visita de Deus em sua casa?
Irene Ravache e Dan Stulbach encabeçam o elenco
desta peça da dramaturga israelense Anat Gov, dirigidos por Elias Andreato. Oh,
My Good, título original, Meu Deus! foi adaptado Jorge Schussheim, traduzido
por Eloísa Canton e a versão brasileira é de Célia Regina Forte.
Meu Deus! é um
texto espirituoso, com diálogos ágeis e muito verdadeiros, mesmo aparentemente
sendo improvável. DEUS, o próprio,
resolve fazer terapia, pois tem estado bem deprimido nos últimos 2000 mil anos
e espera, por questões que serão desvendadas ao longo da peça, que a psicóloga
Ana resolva esse impasse. Sobretudo, DEUS pretende que a própria humanidade
olhe para si e reflita alguns simples caminhos para entender os “pequenos
milagres”. Mesmo tocando em assuntos que farão o público refletir, o espetáculo
é uma comédia que vem fazendo grande sucesso onde quer que seja encenada.
Por mais
fantasiosa que a história nos pareça a princípio, no decorrer da peça, plateias
do mundo inteiro acreditam nesse inusitado encontro. Surpreendem-se, riem,
compactuam, torcem e finalmente, se emocionam com essa plausível sessão de
terapia.
A história se
passa num dia na vida da psicóloga Ana, personagem interpretada por Irene
Ravache, que recebe um telefonema misterioso de um homem desesperado,
interpretado por Dan Stulbach, que insiste em marcar uma consulta com ela no
mesmo dia. Quando ele chega, apresenta-se como sendo Deus. Deus profundamente
deprimido com a situação do Paraíso que um dia criou. Por isso quer acabar com
sua vida e, consequentemente, com a vida de toda a humanidade. Ana tem apenas
uma sessão de terapia para convencê-lo do contrário e salvar o mundo.
A metáfora é
explícita: Se até mesmo o todo-poderoso pode sofrer e se deprimir com as
situações que acontecem ao seu redor, o que dirá de nós simples mortais. O
paradoxo é executado ao longo dessa divertida peça e com revelações
surpreendentes de como seria realmente encontrar com DEUS! Com olhar cômico e
humor ácido, o espetáculo analisa a imagem de Deus e sua relação inconsistente
com as pessoas.
A terapeuta
perguntará ao Todo Poderoso, questões que provavelmente qualquer mortal
quisesse saber. O público reage a cada pergunta levantada por Ana por que, de
fato, o espectador sente-se no lugar dela.