domingo, 2 de novembro de 2025

Uma noite na livraria Morisaki

Depois de ler o livro "Meus dias na livraria Morisaki", comentei com a Silvana que pesquisei na internet, e vi que tem  o que deve ser a sequência dele, com o título “Uma noite na livraria Morisaki”. Disse que talvez fosse comprar para ler. Então ela falou que o Bruno tem esse título também. No dia 25 (sábado da semana passada), quando fui ao apartamento do Danilo, para comemorar o aniversário dele, o livro do Bruno estava lá. Ele tinha emprestado para a Letícia, que; apesar de ainda não ter lido, emprestou para mim. 

Jinbôchô é o bairro das livrarias e um paraíso para os leitores. Um canto tranquilo em Tóquio, a poucos passos dos grandes edifícios modernos, com vitrines cheias de livros, novos ou usados. Entre elas está a livraria Morisaki, um estabelecimento intimista e especial. Um negócio familiar gerido por Satoru, que recentemente passou a contar com a ajuda de sua mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai cuidar da livraria enquanto os tios viajam para celebrar o aniversário de casamento.

Takako instala-se mais uma vez no andar de cima da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico. Dessa vez, ela conta com novos amigos e novos rituais para compor sua vida. Ela está entusiasmada, como fazia muito tempo não se sentia, mas... por que tio Satoru vem agindo de forma tão estranha?

Com passar do tempo, Satoru e Takako devem enfrentar a difícil escolha de manter a livraria aberta ou fechar as portas para sempre. Essa decisão os levará uma jornada de volta às raízes da família e os lembrará da potência que uma livraria pode ter para a existência de um indivíduo, de um bairro e de toda uma cultura.

Satoshi Yagisawa constrói um cenário emocionante que retrata como o amor compartilhado pelos livros reforça as relações cotidianas e como o ciclo da vida se desenrola, no qual as pessoas partem e voltam, apaixonam-se e se desiludem, e eventualmente nos deixam para sempre.

O livro tem 16 capítulos e 206 páginas. Li em três goles, sendo a maior parte até o final, hoje. Aproveitando o dia chuvoso.

Foi muito bom ler logo em seguida um do outro, porque os personagens e a história de cada um estão fresquinhos na memória. Eu gostei muito porque o cenário principal é a livraria Morisaki e sobre livros, que são citados pelos personagens. Não conheço os títulos porque são japoneses.

Li admirando a sensibilidade do autor ao construir os personagens, cada um com seus traumas, seus amores, suas decepções.  Aos poucos a gente vai conhecendo e aprendendo a gostar de cada um. E também sentir muito quando algo não está bem. 

Tomoko diz: "Quando fico triste, leio livros. Por horas a fio. Eu leio, e o meu coração agitado se tranquiliza novamente." pág.122

E como era de esperar nesse segundo livro temos a morte de Momoko. Engraçado terminar de ler em Dia de Finados. Mas o que ela diz para Takako, serve para mim, e para muitos que no dia de hoje, mais que em outros, está sentindo falta de alguém que partiu. 

No leito da cama do hospital, Momoko diz: "Quando você estiver triste, não é para ficar se segurando, chore à vontade. As lágrimas são por vocês, que terão de continuar a viver. Uma vida que ainda vai apresentar muitas situações tristes. A dor está em todo lugar. Portanto, não tente fugir da tristeza, chore muito e siga em frente com ela. É disso que se trata a vida." pág.172

E qual seria o acontecimento que levou ao título “Uma noite na livraria Morisaki”? A princípio pensei que fosse quando Takako dormiu no andar de cima, enquanto seus tios viajaram. Mas não fiquei muito convencida, pois foram duas noites. A explicação veio mesmo quase no final... Depois da morte da Momoko. Em “uma noite”, aconteceu o encontro do Livro Registro com anotações da Momoko e a reação de Takako e Satoru. Emocionante!

P.S: Eu ia deixar passar, mas não aguento. Na devolução de um livro para o Bruno e pegando o outro, comentando que tinha gostado, ele ficou tentando lembrar de mais detalhes e acabou soltando que a Momoko tinha morrido. Ele estava achando que era no primeiro. Eu falei que ela não tinha morrido. Ainda! E começamos a rir, por causa do baita spoiler dele. Eu não ligo. Aliás, já sabia que ela ia morrer. Mas ele, que não gosta de spoiler, ficou sem graça pelo fora.rsrs

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá. Ficarei muito feliz com seu comentário. Só peço que coloque seu nome para que eu possa responder, caso necessário. Obrigada!