Seja o que for que você pense, creio que é melhor dizê-lo
com boas palavras.
FALA-SE MUITO DA IMPORTÂNCIA do sexo para a saúde do
casal, mas há algo muito mais constante e que provoca mais rompimentos do que
aquilo que pode acontecer debaixo dos lençóis.
Trata-se da linguagem verbal.
Em todo relacionamento há momentos de atrito e desequilíbrio
que devem ser amenizados com palavras, mas nem sempre elegemos as mais
adequadas. Na verdade, frequentemente o tom e a linguagem escolhidos acabam
provocando um incêndio onde se havia produzido uma faísca.
O especialista em comunicação Ferran Ramon-Cortés faz
a seguinte reflexão sobre esse tema:
Na maioria dos
casos, o problema não é o que dizemos, mas como dizemos. Precisamos ir além das
palavras para compreender por que a outra pessoa reage emocionalmente de
determinada forma. Geralmente, entre o que acreditamos ter falado e o que de
fato falamos costuma haver uma grande diferença. E essa diferença é dada por
nossos sentimentos, que podem atribuir um significado muito diferente às
palavras. Se estamos chateados, comunicaremos ao outro nossa chateação,
independentemente do que dissermos. Se estamos com raiva, iremos expressar isso
de alguma forma. Se sinto desprezo pela pessoa que está diante de mim, acabarei
transmitindo isso a ela, ainda que na forma de um elogio. Muitas vezes
acreditamos estar expressando algo e, na realidade, passamos uma mensagem muito
diferente, e provocamos uma reação emocional no outro, porque expressamos o que
sentimos, quaisquer que sejam as palavras utilizadas.
Se tivermos consciência disso, talvez a melhor
solução seja não discutir nada quando estamos intoxicados pelas emoções
negativas. É muito melhor esperar um momento mais propício no qual as palavras
sejam um bálsamo, não um veneno.