Excelentíssimo Senhor
Governador,
Sei que não
devia estar escrevendo diretamente para o senhor, e sim para os seus
secretários. Mas, acredito que nem um, nem outro vão ler o que vou escrever.
Provavelmente, nem o senhor. Então não vou perder meu tempo escrevendo separadamente.
Espero que o
senhor entenda o que vou escrever mais como um desabafo, pois, sei que para
tudo tem justificativa e nada pode ser feito da noite para o dia. Como também,
sei que nem tudo depende do senhor, ou está sob o seu controle.
A minha história
é essa:
No último Sábado
fui para o Guarujá com minha família. Entre eles, minha mãe e meus filhos. Ao
todo estávamos em dezesseis pessoas.
O tempo estava ótimo.
Não choveu. Ainda bem. Sei bem que o senhor tem sido cobrado até mesmo porque
não chove.rss Aí sim eu acho uma grande ignorância.
Passamos dois
dias com muito sol, onde eu e meus familiares nos divertimos bastante.
Porém, infelizmente
na noite de Domingo, voltando de um passeio no calçadão, fomos abordados por
uma gang quando estávamos para abrir o portão. Eles vieram correndo e gritando
aquelas palavras que fazem parte do linguajar deles. Nossa sorte é que, estava
com a gente o meu cunhado que é Sargento da Polícia. E mais sorte ainda porque
ele não estava com arma de fogo. Bom, ele reagiu e foi para cima deles. Com a
gritaria, correria e pessoas saindo nas sacadas dos prédios para olhar, a gang
saiu em disparada.
Agora que tudo
passou, sabemos que tivemos sorte também, por eles não estarem com arma de
fogo. Não vou me alongar muito com detalhes dessa abordagem que sofremos. Minha
indignação é que meu cunhado ligava para a polícia para virem ali, para nos
darem um apoio para irmos embora, pois ele acreditava que a gang iria voltar, e
dessa vez armados. O senhor acha que ele conseguiu ser atendido no número 190? Infelizmente, não.
Soubemos por um
vizinho que o que aconteceu com a gente é constante lá na praia. Que é normal
os turistas serem abordados, isso quando não entram e roubam tudo dentro da
casa ou apartamento.
É lógico que
fiquei com muito medo e, no que depender de mim, não colocarei mais as pessoas
que amo em situação de risco. Ou seja, não irei e nem aconselharei o Guarujá.
Posso estar
sendo radical. Sei que assaltos ocorrem todos os dias em todos os lugares,
porém, acho que em cidades turísticas, a proteção devia ser redobrada.
Para encerrar
essa parte da minha história, saímos correndo do apartamento em que estávamos
hospedados, com medo de represália.
E
adivinha o senhor o que encontramos pela frente? Um congestionamento. Ah. O senhor vai dizer. _Mas isso é a coisa
mais natural. Pode até ser. Se fosse feriado. Mas, isso foi em um fim de semana
normal. Não tenho mais idade e disposição para ir para o litoral em feriados. E
outra, estive lá no ano passado - na praia de Pitangueiras e fizemos um retorno
tranqüilo.
Sei também que o
senhor vai dizer que as estradas estão em obras. Eu sei. Eu vi. Inclusive que
estão mal sinalizadas. Ficar perdido ali não é difícil.
Agora imagine o
senhor que nós estávamos tensos com o que tínhamos acabado de passar e para
ajudar, somos obrigados a enfrentar um congestionamento.
Ficamos o tempo
todo em contato uns com os outros. Sei que mais de uma hora depois eu já não me
aguentava de vontade de ir ao banheiro. Já suando frio, fomos obrigados a parar
em um acostamento.
Fiquei constrangida, afinal tenho 47 anos e sou obrigada a
passar por isso. Isso sem falar que no outro carro, minha filha que já não
aguentava mais optou por cortar uma garrafa e fazer xixi dentro. E eu pergunto:
Que
loucura é essa? Quanto mais evoluímos, mais decaímos? E o
senhor acha que fizemos isso porque optamos por não parar em um posto?
Imagine! Sem dúvida se tivesse um posto pararíamos. Até mesmo para esperar o
congestionamento diminuir. Mas não, eu e minha filha apelamos porque, logo que
pegamos o congestionamento combinamos de parar no primeiro posto que
avistássemos. E sabe qual foi esse posto? Ou onde ele estava?... Muitas horas depois. Muitos quilômetros
depois. O primeiro e único posto estava na Rodovia dos Bandeirantes. E foi
onde, já exaustos todos nós paramos. E de lá nos despedimos, para assim, cada
um seguir para a sua casa.
Final da história, como resido em Campinas, perto do centro, cheguei à minha casa às 4 horas da
madrugada. Mais de 5 horas de viagem em um dia normal. Mal não?
Sei que me alonguei
e que, com isso o senhor pode ter perdido o foco, e não estar sabendo o motivo
desse meu desabafo. Eu digo, eles são dois. Falta de Proteção e Falta de Posto,
mais especificamente... Banheiro.
Senhor Geraldo
Alckmin, sei que, o que relatei acima devia estar endereçado à Secretaria de
Segurança Pública e à Secretaria de Obras. Mas, prefiro me dirigir diretamente
ao senhor, por consideração, afinal, eu tenho um tremendo apreço pela sua
pessoa.
Sei que talvez o
senhor nem tome conhecimento da minha mensagem. Não tem problema. O importante
é que eu desabafei.
E o que passei
com a minha família não muda em nada a minha intenção de votar no senhor.
E termino
desejando-lhe boa sorte. Que Deus Pai o proteja, assim como protegeu a mim, e
aos meus familiares neste fim de semana!