Não escolhi ler este livro pelo título (as vezes faço isso). Nem pela capa (sou apaixonada por uma bela capa). Nem por indicação de alguém próximo. Nem mesmo pela sinopse (que só resolvi ver agora). Onze Minutos peguei emprestado do Alexandre, meu sobrinho. Ele estava tão focado lendo, quase não via nada ao redor, o que não é uma tarefa fácil quando se está em uma festa. Fiquei curiosa e perguntei que livro era. Quando ele me disse que era do Paulo Coelho e é claro, impulsionada por ver o interesse dele pelo livro, perguntei se me emprestaria assim que acabasse de ler. No mesmo dia ele terminou (ou devorou?rss) e me entregou.
Paulo Coelho é um escritor que admiro desde as décadas 80/90. Ele tinha um cantinho denominado Maktub, no jornal Correio Popular. Lembro que eu recortava e guardava as historinhas. Dos livros deste autor quis adquirir “Maktub” mas achava caro comparado ao tamanho e quis ler “Verôrika decide morrer”. Não fiz nem um, nem outro. Tenho em casa o Alquimista. Ganhei de presente da minha irmã, Silvana, em maio de 2005 e, apesar de ter ouvido muitas referências positivas não peguei para ler. Estava em uma fase ruim da minha vida, onde ler era a última coisa que eu queria fazer. Um ano depois meu casamento acabou.
Enfim, “Onze minutos” é primeiro livro do Paulo Coelho que leio, gostei muito... tanto que, motivada tirei o Alquimista da prateleira.rss
Entre algumas sinopses que li, gostei dessa:
Embora meu objetivo seja compreender o amor, e embora sofra por causa das pessoas a quem entreguei meu coração, vejo que aqueles que me tocaram a alma não conseguiram despertar meu corpo, e aqueles que tocaram meu corpo não conseguiram atingir minha alma. Com estas palavras, escritas aos 17 anos em seu diário, Maria, personagem principal de Onze minutos, de Paulo Coelho, dá uma pista sobre a busca que realizará ao longo da comovente obra. Para a jovem, decepcionada com os padrões afetivos e sexuais que conhece, torna-se utópica a idéia de que duas pessoas possam ter tanto o corpo quanto a alma em perfeita harmonia num relacionamento. Com trajetória semelhante à de tantas mulheres, Maria amadurece precocemente e distancia cada vez mais dos ideais de felicidade que tinha na adolescência. No decorrer de um ano vendendo seu tempo sem poder comprá-lo de volta, como ela diz, a jovem aprende a ser prática e realista, vacinada contra ilusões. Dizer que Onze minutos é a história de uma prostituta seria uma definição simplista demais. Mais importante que a trajetória de Maria é o aprendizado que ela é capaz de extrair de suas duras experiências no exterior.
Neste livro, contando essa história que a princípio não é nada atraente, Paulo Coelho conseguiu me envolver. Admito que quando comecei a ler, pensei: um livro que conta a história de uma prostituta, não deve ser nada interessante. Mas conforme fui lendo, percebi que a personagem, apesar de ir se deixando levar pelas situações, também se questionava. Muitas vezes (no meu íntimo) eu questionava sobre esse assunto, sobre as mulheres que “escolhem” essa vida. _Por que entram nessa? _Por que não deixam essa vida ou melhor dizendo, esse trabalho?
Maria se diferencia de algumas outras por ter uma luz própria, provavelmente por ser muito devota de Nossa Senhora que, pelo que percebi esteve ao seu lado em alguns momentos, dando conselhos.
Maria tinha metas, planos futuros e focada neles procurava economizar. Era inteligente, esforçada. No período que ficou na Suíça, buscou aprender o idioma. Nas horas vagas estava sempre na biblioteca, procurava livros que pudessem esclarecer suas dúvidas, ou mesmo para aprender sobre assuntos que não conhecia.
No seu diário ela escrevia seus anseios, suas frustrações, suas descobertas, seus planos. Maria em meio aos seus questionamentos, chega a uma conclusão sobre o que vem à ser o título do livro... “Onze Minutos”. Pode ser que para essas mulheres seja sempre como ela relata, mas acredito que em uma relação estável, em um casamento não é bem assim. Ou será que é?
Diante das palavras finais da sinopse (que sublinhei), concordo e complemento... além de aprender, Maria nos ensina. Com certeza depois de ler este livro, muitos tabus, são quebrados e alguns preconceitos são deixados de lado.”
Escolhi dois trechos que quero comentar:
1) Estava na página 210 (faltando 43) para o final quando tive que pausar a leitura para entrar na sala de aula. Essas últimas palavras ficaram martelando minha cabeça:
Escolhi dois trechos que quero comentar:
1) Estava na página 210 (faltando 43) para o final quando tive que pausar a leitura para entrar na sala de aula. Essas últimas palavras ficaram martelando minha cabeça:
“Posso esperar um pouco mais. Tenho um sonho, mas ele não precisa ser vivido hoje, porque preciso ganhar dinheiro.” Claro, seu emprego era amaldiçoado – mas no fundo tratava-se apenas de vender seu tempo, como todo mundo. Fazer coisas de que não gostava, como todo mundo. Aturar gente insuportável, como todo mundo. Entregar seu precioso corpo e sua preciosa alma em nome de um futuro que não chegava, como todo mundo. Dizer que ainda não tinha o bastante, como todo mundo. Aguardar só mais um pouquinho, como todo mundo.
Fiquei pensando... na sala de aula (não consegui mais pegar o livro para ler neste dia) e no outro dia, no trabalho. Será que tinha entendido errado? Esperava que sim. Provavelmente teria que voltar algumas folhas para ver se perdi algum detalhe, algo escrito nas entrelinhas pois, apesar de concordar com as palavras descritas no texto, eu torcia para que Maria voltasse para casa, que abandonasse essa vida, esse trabalho! E assim fiz. Chegando na faculdade, me recolhi em um canto, retornei a leitura e... terminei de ler o livro.
2) Essas palavras (que está na página 135) são do diário de Maria. Fiquei surpresa pois são as mesmas que escolhi para colocar no meu convite de casamento. Alguém postou no Facebook e gostei.
“... os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam...”
Fonte: http://www.elivrosgratis.com/livro/465/onze-minutos-paulo-coelho.html