Nos últimos dias assistimos a
dois filmes brasileiros: “Dona Flor e seus dois maridos” e “Bye Bye
Brasil”. O primeiro de 1976 e o segundo
de 1980.
Dona Flor o Zé quis rever (e eu
ver) porque conversando, ele falou que, toda mulher é como a Flor. Quer ter os
dois tipos de homem – em um só. O certinho (homem trabalhador, caseiro,
atencioso, etc.) e o safado (homem preguiçoso, mulherengo, etc.). E então ele
perguntou se eu tinha assistido ao filme. Falei que não.
Então pedimos para o Bruno baixar para a gente, uma vez que não encontramos na locadora. Nem na Netflix.
No elenco de Dona Flor: Sonia
Braga, José Wilker e Mauro Mendonça, entre outros. A história se passa na
Bahia, mais precisamente, no Pelourinho. É carnaval de 1949. Vadinho (José
Wilker) está com os amigos “brincando” quando tem um enfarte e morre. É depois
do enterro que começamos a conhecê-lo. Vadinho é homem de trinta e poucos anos,
preguiçoso, passa o dia à toa e as noites jogando e na farra com a mulherada.
Ele é casado com Flor (Sonia
Braga), jovem, bonita, professora de culinária. Ela dá aulas em casa. Ele é tão
sem vergonha que bulina até nas alunas da esposa.
Apesar de ser apaixonada por
Vadinho, Flor sofre muito com o jeito, com as atitudes dele. E vive sonhando que um dia ele se endireite,
trabalhe, e saia de dia para ir trabalhar e a noite fique em casa, somente com
ela.
Depois da morte dele. Depois de
sofrer por um tempo, ela resolve dar mais uma chance para o amor. É quando ela
se deixa levar pelos encantos e cavalheirismo de Teodoro (Mauro Mendonça). Um
farmacêutico do local. Eles se casam, e tudo aquilo que Flor sonhou, se
concretizou. Só que com outro homem. Teodoro era gentil, caseiro, trabalhador e
muito tímido na cama. O oposto de Vadinho. Feliz, mas insatisfeita, Flor começa
a pensar em Vadinho, fazendo com que ele comece a aparecer para ela. No início
ela resiste, chega até a pedir para fazerem um “trabalho” para leva-lo embora.
Mas, no último instante, ela desiste e chama-o de volta.
E assim... Ela fica com os dois. Eu
me lembrava da cena da Flor caminhando em meio a um monte de pessoas, de braços
dados com os dois. Um de cada lado. E Vadinho está nu. Esta cena foi um marco
na época. José Wilker teve uma atuação fantástica. Acredito que não devia ser
fácil na época se despir assim. Apesar de que ele sempre foi muito
profissional!
Agora o Zé falar que grande parte
das mulheres querem esses dois tipos de homens. Não sei se é assim.
Mas não
dizem também que todo homem quer que sua mulher seja: uma dama na sociedade e
uma prostituta na cama?
No último Domingo assistimos Bye Bye Brasil.
No elenco: José Wilker, Bety Faria, Fábio Junior, Zaira Zambelli, entre outros.
Esse filme veio meio que no
embalo. Aproveitei que pedi para o Bruno baixar um, e já pedi esse outro, uma
vez que o Zé falava dele também.
O filme se passa pelas cidades do
sertão nordestino. Lorde Cigano (José Wilker), Salomé (Betty Faria), e Andorinha,
cruzam o país em um velho caminhão se apresentando nas cidades. Eles se
apresentam como a Caravana Rolidei. A apresentação varia entre mágicas, se a
dança da Salomé.
Em uma das cidades Ciço (Fábio
Junior), um jovem tocador de sanfona, casado com Dasdô (Zaira Zambelli) que
está grávida, se encanta com Salomé e pede para seguir viagem com eles.
E nessas viagens acontece de
tudo. Dasdô dá a luz a uma menina, que Lorde Cigano dá o nome de Altamira. Ciço
tem uma relação amorosa com Salomé. Dasdô tem uma relação amorosa com Lorde
Cigano. Em uma das cidades, os moradores são tão pobres que nem tem dinheiro
para pagar a entrada. Eles pagam com melancia, brinquedos velhos e outros
badulaques.
Em outra eles estranharam não ter
publico. Saíram para ver o que estava acontecendo e encontraram o povo, na
praça, assistindo televisão. A partir daí eles ficavam loucos quando ao chegar
à cidade, viam que tinha espinha de peixe (antenas). Mas o dinheiro não vinha
só das apresentações. Lorde Cigano fazia apostas de queda de braço de Andorinha
com qualquer um que aparecesse e quisesse apostar. Salomé fazia um, ou outro
programinha. Com essas apostas, um dia ele perde o caminhão. Andorinha fica
muito chateado por ter perdido a aposta. Tanto que desaparece. O jeito foi
pedir para Salomé sair para se prostituir. Ela passa a noite fora e volta no
outro dia, com um rolinho de dinheiro.
Sem caminhão e vendo que com a
prostituição o dinheiro foi bom, Lorde Cigano decide que iriam viver somente de
prostituição. A princípio Ciço diz que vai também e que Dasdô também vai se
prostituir. Porém, ao vê-la sendo assediada por um homem, ele volta atrás e
decide ir para Brasília com ela. Só que antes, Ciço que é completamente
apaixonado por Salomé, a procura e tenta convencê-la de partir com ele. Lorde
Cigano dá uma sura nele, e o leva desacordado para a rodoviária. Em Brasília
uma assistente social acolhe Ciço e Dasdô, e os leva até uma velha casa, onde
eles começam a vida.
Tempos depois vemos Ciço com
Dasdô e a filhinha tocando em um baile. Ciço ouve o alto falante do caminhão
anunciando a chegada da Caravana Rolidey. Ele sai para ver. Lorde Cigano desce
com Salomé. O caminhão novo e todo iluminado, com três moças lá dentro.
Segundo o Zé aquilo é um
“puteiro” ambulante. Eles chamam Ciço para seguir com eles. Ele recusa e Lorde
Cigano e Salomé seguem viagem.
Bom, assistimos ao filme,
impressionados com a magreza de todos. Eu fiquei impressionada também, isso já
vale para os dois filmes, das cenas de sexo. De nudez. Acho que foi por isso
que não assisti na época. Não podia. Não me era permitido.
Em resumo, eu gostei dos dois
filmes. A gente vê um pouquinho de como eram algumas regiões do Brasil naqueles
anos.